Gosto de silêncio.
Os professores precisam dos seus momentos de silêncio.
Nas aulas, fala-se, ouve-se, às vezes grita-se. A concentração é grande, não há momentos de distracção. Não existem outros pensamentos, o mundo de fora desaparece.
Talvez por isso, precisemos tanto do silêncio. Descomprime-se e há uma sensação de liberdade.
Este fim de semana calhou ficar só. Perdi a noção do tempo, entre pensamentos, leituras, um cinema, correcção de uns trabalhos dos alunos. Não senti falta de pessoas. Gostei da minha companhia :)
Só tenho pena que o tempo voe. Estava a saber-me bem este retiro. Apetecia-me mais dois dias de silêncio...
domingo, 30 de novembro de 2008
sábado, 29 de novembro de 2008
Para que serve um blogue?
Um blog não é um diário.
Como escrever, num espaço público, o que, de íntimo, deixaria de o ser?
Como expor sentimentos sem se sentir despida, vulnerável?
Felizmente há ideias, interesses, projectos que se podem partilhar na blogosfera.
Gosto disso! :)
Como escrever, num espaço público, o que, de íntimo, deixaria de o ser?
Como expor sentimentos sem se sentir despida, vulnerável?
Felizmente há ideias, interesses, projectos que se podem partilhar na blogosfera.
Gosto disso! :)
domingo, 9 de novembro de 2008
Porque lutam tanto os professores?
Há 8 meses, no dia 8 de Março estiveram 100 000 professores na rua. Ontem, eram 120 000. A classe tem 140 000 pessoas.
Qualquer pessoa, ainda que não conheça as razões desta revolta, deve perguntar-se: "O que se passa, de tão grave, para virem quase todos protestar?"
A atitude mias cómoda é acreditar no que diz a Ministra da Educação: "Não querem ser avaliados", ou "São manobrados pelos sindicatos".
Os professores estão todos equivocados? Saõ pouco inteligentes e deixam-se manobrar? Estão todos receosos de perder direitos adquiridos?
Os professores sempre foram avaliados. Se o modelo não era o mais correcto, haveria que negociar outro. Mas, sendo uma profissão com características tão peculiares ( não há chefes pq todos têm a mesma formação) teria que se ter pedido o contributo de pessoas conhecedoras da realidade escolar e teria que se ter estudado modelos europeus e fazer adaptações. Em vez disso, pegou-se no modelo de um país de 3º mundo, o Chile, e impôs-se a todas as escolas portuguesas, com o carácter de lei, ou seja, aplique-se! Assim que as escolas tentaram aplicá-lo, depararam-se com situações completamente ilegais, irresolúveis, absurdos, a que a tutela não consegue dar resposta. Apenas insiste: "Avaliem-se uns aos outros!"
O que me revolta não é só a burocracia. Querem afogar-nos em grelhas? Se fosse só isso, pegávamos nas montanhas de grelhas que circulam na net e faziamos copy paste.
O que me indigna e não consigo engolir é esta avaliação inter-pares.
Não tendo recursos para proceder à avaliação de todos os professores, o ministério decidiu abrir um concurso para dividir os professores em "titulares" e "simples professores". Não sabia como dividir-nos, então escolheu o seguinte critério: baseou-se nos últimos 7 anos de docência e atribuiu pontos pelos cargos desempenhados nas escolas.
É aqui que começa o absurdo. Os cargos que sempre existiram nas escolas ( professores que coordenam os seus grupos disciplinares) não se obtinham por mérito!!! Todos tinhamos que os desempenhar, eram rotativos, de 3 em 3 anos havia nova eleição, e eram de aceitação obrigatória.
Eu fui coordenadora do meu departamento, a pessoa que se me seguiu estava no cargo quando foi o concurso. Ela ficou titular-avaliadora e eu fiquei professora-avaliada.
Esqueceram-se, ainda, os senhores do ministério, que há departamentos que englobam várias disciplinas. Passou a haver professores avaliadores de Educação Musical, por exemplo, que, por terem passado a titulares, terão que avaliar colegas de Educação Física ou Educação Visual, sem terem quaisquer conhecimentos científicos dessas disciplinas.
Aqui chegados, pergunta-se à DREL : "Como pode um professor de francês, por exemplo, avaliar um de português?" A resposta deles é : "a avaliação não contempla os aspectos científicos".
Então contempla o quê?????
A relação do professor com os seus alunos??? Mas se em muitos casos ( já que o critério foi aleatório) a pessoa que avalia tem pior relação com os miudos do que a que está a ser avaliada!!!
Outra questão interessante é a seguinte: o minisério, ao fazer esta divisão, legislou que os professores avaliadores seriam eles também avaliados por inspectores. Não conseguiu ( custa dinheiro) formar inspectores avaliadores. Logo, esses colegas, que estão ao nosso lado, têm exactamente a mesma formação que nós, não serão avaliados!
Nesta trapalhada toda, as questões importantes são as seguintes:
Quem avalia quem?
O que se avalia??
Tudo isto é um processo kafkiano que ninguém, no seu perfeito juízo, consegue aceitar!
Os que não são professores preferem nem tentar perceber!
Qualquer pessoa, ainda que não conheça as razões desta revolta, deve perguntar-se: "O que se passa, de tão grave, para virem quase todos protestar?"
A atitude mias cómoda é acreditar no que diz a Ministra da Educação: "Não querem ser avaliados", ou "São manobrados pelos sindicatos".
Os professores estão todos equivocados? Saõ pouco inteligentes e deixam-se manobrar? Estão todos receosos de perder direitos adquiridos?
Os professores sempre foram avaliados. Se o modelo não era o mais correcto, haveria que negociar outro. Mas, sendo uma profissão com características tão peculiares ( não há chefes pq todos têm a mesma formação) teria que se ter pedido o contributo de pessoas conhecedoras da realidade escolar e teria que se ter estudado modelos europeus e fazer adaptações. Em vez disso, pegou-se no modelo de um país de 3º mundo, o Chile, e impôs-se a todas as escolas portuguesas, com o carácter de lei, ou seja, aplique-se! Assim que as escolas tentaram aplicá-lo, depararam-se com situações completamente ilegais, irresolúveis, absurdos, a que a tutela não consegue dar resposta. Apenas insiste: "Avaliem-se uns aos outros!"
O que me revolta não é só a burocracia. Querem afogar-nos em grelhas? Se fosse só isso, pegávamos nas montanhas de grelhas que circulam na net e faziamos copy paste.
O que me indigna e não consigo engolir é esta avaliação inter-pares.
Não tendo recursos para proceder à avaliação de todos os professores, o ministério decidiu abrir um concurso para dividir os professores em "titulares" e "simples professores". Não sabia como dividir-nos, então escolheu o seguinte critério: baseou-se nos últimos 7 anos de docência e atribuiu pontos pelos cargos desempenhados nas escolas.
É aqui que começa o absurdo. Os cargos que sempre existiram nas escolas ( professores que coordenam os seus grupos disciplinares) não se obtinham por mérito!!! Todos tinhamos que os desempenhar, eram rotativos, de 3 em 3 anos havia nova eleição, e eram de aceitação obrigatória.
Eu fui coordenadora do meu departamento, a pessoa que se me seguiu estava no cargo quando foi o concurso. Ela ficou titular-avaliadora e eu fiquei professora-avaliada.
Esqueceram-se, ainda, os senhores do ministério, que há departamentos que englobam várias disciplinas. Passou a haver professores avaliadores de Educação Musical, por exemplo, que, por terem passado a titulares, terão que avaliar colegas de Educação Física ou Educação Visual, sem terem quaisquer conhecimentos científicos dessas disciplinas.
Aqui chegados, pergunta-se à DREL : "Como pode um professor de francês, por exemplo, avaliar um de português?" A resposta deles é : "a avaliação não contempla os aspectos científicos".
Então contempla o quê?????
A relação do professor com os seus alunos??? Mas se em muitos casos ( já que o critério foi aleatório) a pessoa que avalia tem pior relação com os miudos do que a que está a ser avaliada!!!
Outra questão interessante é a seguinte: o minisério, ao fazer esta divisão, legislou que os professores avaliadores seriam eles também avaliados por inspectores. Não conseguiu ( custa dinheiro) formar inspectores avaliadores. Logo, esses colegas, que estão ao nosso lado, têm exactamente a mesma formação que nós, não serão avaliados!
Nesta trapalhada toda, as questões importantes são as seguintes:
Quem avalia quem?
O que se avalia??
Tudo isto é um processo kafkiano que ninguém, no seu perfeito juízo, consegue aceitar!
Os que não são professores preferem nem tentar perceber!
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
A mudança começou na América!
Queria lá estar! Queria participar daquela grande festa! O meu coração hoje mora na América!
Dizia um homem negro: "Passámos da escravatura a ter um presidente negro. Isto no espaço de uma geração"
Lembram-se o Luther King? I have a dream!
Dreams come true when we fight for them!
Yes, we can!
Esta frase, esta frase é a mensagem!
Que nos sirva de inspiração! Não há só o capitalismo desenfreado e egoísta; não há só o "estalinismo", que faz de nós carneiros obedientes.
A liberdade individual não é mérito dos liberais.
Há outros paradigmas e o que o Obama nos ensina é que é possível fazer política de outras maneiras!
Por cá, neste rectângulo retardado, já há quem pense assim...
"Mudam-se os tempos/ mudam-se as vontades/muda-se o ser/ muda-se a confiança/ todo o mundo é feito de mudança..."
Dizia um homem negro: "Passámos da escravatura a ter um presidente negro. Isto no espaço de uma geração"
Lembram-se o Luther King? I have a dream!
Dreams come true when we fight for them!
Yes, we can!
Esta frase, esta frase é a mensagem!
Que nos sirva de inspiração! Não há só o capitalismo desenfreado e egoísta; não há só o "estalinismo", que faz de nós carneiros obedientes.
A liberdade individual não é mérito dos liberais.
Há outros paradigmas e o que o Obama nos ensina é que é possível fazer política de outras maneiras!
Por cá, neste rectângulo retardado, já há quem pense assim...
"Mudam-se os tempos/ mudam-se as vontades/muda-se o ser/ muda-se a confiança/ todo o mundo é feito de mudança..."
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