Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
Àparte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
......
Álvaro de Campos.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
"Se eu tivesse morrido antes de conhecer a Pilar, teria morrido muito mais velho."
"José e Pilar". Fui ver hoje.
Um homem e uma mulher. Um escritor e a sua companheira. Um sítio: Lanzarote. Uma casa: "A Casa".
Muitas viagens ( como o elefante), muitos compromissos, exigência, palestras, entrevistas, autógrafos. Ela sempre ao lado. Sempre a continuar. Parar, nunca. Deprimir não é comigo. Sou pelos fármacos, se se deprime, toma-se o medicamento e continua-se.
O frenesim da vida de um homem de 85 anos. A paz só possível com a presença dela, a mão dela.
A mulher que intuiu que, sem a sua obra, o homem morreria.
A dada altura, a Pilar irritou-me, tanta energia, tanta força, tanta racionalidade.
Só compreendi bem o seu papel qdo ele adoeceu e ela o "obrigou" a recuperar porque tinha um livro para acabar...
Não sabia que a "Viagem do elefante" ( que a minha filha Maria me ofereceu há 2 natais), tinha sido acabada depois do internamento de 3 meses.
Lembro-me da dedicatória "Para a Pilar, que me salvou a vida."
Desde que a conheceu, aos 63 anos, todos os livros lhe foram dedicados.
"À Pilar, meu pilar."
"Pilar, por que demoraste tanto a nascer?"
"Aos 63 anos, eu julgava que já tinha vivido tudo. Não sabia que ainda tinha tudo por viver."
"Pilar, encontramo-nos noutro sítio."
Há amores!
Um homem e uma mulher. Um escritor e a sua companheira. Um sítio: Lanzarote. Uma casa: "A Casa".
Muitas viagens ( como o elefante), muitos compromissos, exigência, palestras, entrevistas, autógrafos. Ela sempre ao lado. Sempre a continuar. Parar, nunca. Deprimir não é comigo. Sou pelos fármacos, se se deprime, toma-se o medicamento e continua-se.
O frenesim da vida de um homem de 85 anos. A paz só possível com a presença dela, a mão dela.
A mulher que intuiu que, sem a sua obra, o homem morreria.
A dada altura, a Pilar irritou-me, tanta energia, tanta força, tanta racionalidade.
Só compreendi bem o seu papel qdo ele adoeceu e ela o "obrigou" a recuperar porque tinha um livro para acabar...
Não sabia que a "Viagem do elefante" ( que a minha filha Maria me ofereceu há 2 natais), tinha sido acabada depois do internamento de 3 meses.
Lembro-me da dedicatória "Para a Pilar, que me salvou a vida."
Desde que a conheceu, aos 63 anos, todos os livros lhe foram dedicados.
"À Pilar, meu pilar."
"Pilar, por que demoraste tanto a nascer?"
"Aos 63 anos, eu julgava que já tinha vivido tudo. Não sabia que ainda tinha tudo por viver."
"Pilar, encontramo-nos noutro sítio."
Há amores!
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Céu
Vivo mais perto do céu que da terra.
Quando chego a casa, cansada de ruído, deito-me na cama, virada para o lado direito. Em frente, um rectângulo azul salpicado de branco absorve toda a minha atenção. Será atenção? De facto, é mais uma comunhão. Aquele pedaço de céu entra no meu quarto, as nuvens, levemente instáveis, roçam-me a pele... Fecho e abro os olhos. Eu sou aquele céu. Volto a fechar os olhos e, quando os reabro, já está outra nuvem no lugar da anterior. O movimento do meu céu embala-me.
Às vezes adormeço. Acordo e o azul deu lugar ao escuro. Levanto-me. A vida continua e o azul ficou cá dentro.
Quando chego a casa, cansada de ruído, deito-me na cama, virada para o lado direito. Em frente, um rectângulo azul salpicado de branco absorve toda a minha atenção. Será atenção? De facto, é mais uma comunhão. Aquele pedaço de céu entra no meu quarto, as nuvens, levemente instáveis, roçam-me a pele... Fecho e abro os olhos. Eu sou aquele céu. Volto a fechar os olhos e, quando os reabro, já está outra nuvem no lugar da anterior. O movimento do meu céu embala-me.
Às vezes adormeço. Acordo e o azul deu lugar ao escuro. Levanto-me. A vida continua e o azul ficou cá dentro.
domingo, 21 de novembro de 2010
Não sei viver sem...
... Humor, Poesia e Luta.
Não falo de Amor porque faz parte das funções vitais, como comer ou dormir...
Humor é um dos pontos de vista. Tudo pode ser olhado, sentido, com humor. Nada é completamente objectivo. Há olhares e o humor é um deles. Um dos meus preferidos.
Poesia não é só ler ou escrever poemas. Todas as coisas têm um lado poético. Só quem anda muito distraído não sorri, de vez em quando, com o que se passa mesmo, mesmo ao lado.
E como viver sem Luta? O mundo é um lugar de mudanças, e para se ser um agente desse devir, há que lutar.
Nunca nada me apareceu à frente como oferecido. Na vida pessoal, no meu contributo para o bem-estar social, o verbo lutar conjuga-se em todas as frentes. "Quem luta, sempre alcança." Pode não ser tudo, mas nunca se fica igual, nunca nada fica igual.
Se eu estiver incapaz de rir à gargalhadas, de me emocionar com os pequenos detalhes do dia-a-dia ou de sentir força para lutar pelo que acredito ( seja me que campo for)....é porque estou triste...
Não falo de Amor porque faz parte das funções vitais, como comer ou dormir...
Humor é um dos pontos de vista. Tudo pode ser olhado, sentido, com humor. Nada é completamente objectivo. Há olhares e o humor é um deles. Um dos meus preferidos.
Poesia não é só ler ou escrever poemas. Todas as coisas têm um lado poético. Só quem anda muito distraído não sorri, de vez em quando, com o que se passa mesmo, mesmo ao lado.
E como viver sem Luta? O mundo é um lugar de mudanças, e para se ser um agente desse devir, há que lutar.
Nunca nada me apareceu à frente como oferecido. Na vida pessoal, no meu contributo para o bem-estar social, o verbo lutar conjuga-se em todas as frentes. "Quem luta, sempre alcança." Pode não ser tudo, mas nunca se fica igual, nunca nada fica igual.
Se eu estiver incapaz de rir à gargalhadas, de me emocionar com os pequenos detalhes do dia-a-dia ou de sentir força para lutar pelo que acredito ( seja me que campo for)....é porque estou triste...
sábado, 23 de outubro de 2010
Voltei?
Talvez só por hoje...
De vez em quando passo por aqui. Gosto de reler o que ia escrevendo. Perdi-me na blogoesfera. Passei a comentadora.
Algo me diz que voltarei ao meu Dispersões.
Só não sei quando...
De vez em quando passo por aqui. Gosto de reler o que ia escrevendo. Perdi-me na blogoesfera. Passei a comentadora.
Algo me diz que voltarei ao meu Dispersões.
Só não sei quando...
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Quantos seremos? ... Miguel Torga
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.
Miguel Torga, Câmara Ardente
Um só que fosse, e já valia a pena
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.
Miguel Torga, Câmara Ardente
domingo, 11 de janeiro de 2009
"A troca" --- Clint Eastwood
Fui ver ontem.
Qundo vou ver um filme do Clint Eastwwod "preparo-me" primeiro. Sei que vou estar numa sala escura, em silêncio, a lidar com emoções fortes, paixões, a humanidade nos seus extremos.
O senhor tem mais de 80 anos mas continua apaixonado pela condição humana. Há pessoas que não envelhecem.
"A troca" faz-nos sofrer, perturba. Agarramo-nos à personagem ( única), seguimo-la, dá-nos esperança ( hope, she says).
A Angeline Jolie está sublime. Nunca a tinha visto assim. Sai-se do cinema com as expressões dela gravadas. Impossível esquecer.
O Clint Eastwwod conseguiu ver nela muito mais do que a perfeição física. E ela tem muito mais. E "deu-nos" outro lado, tão forte, sofrido e corajoso que nunca mais nos atrevemos a considerá-la apenas "a mulher mais sexy do planeta".
Qundo vou ver um filme do Clint Eastwwod "preparo-me" primeiro. Sei que vou estar numa sala escura, em silêncio, a lidar com emoções fortes, paixões, a humanidade nos seus extremos.
O senhor tem mais de 80 anos mas continua apaixonado pela condição humana. Há pessoas que não envelhecem.
"A troca" faz-nos sofrer, perturba. Agarramo-nos à personagem ( única), seguimo-la, dá-nos esperança ( hope, she says).
A Angeline Jolie está sublime. Nunca a tinha visto assim. Sai-se do cinema com as expressões dela gravadas. Impossível esquecer.
O Clint Eastwwod conseguiu ver nela muito mais do que a perfeição física. E ela tem muito mais. E "deu-nos" outro lado, tão forte, sofrido e corajoso que nunca mais nos atrevemos a considerá-la apenas "a mulher mais sexy do planeta".
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