sábado, 27 de novembro de 2010

"Se eu tivesse morrido antes de conhecer a Pilar, teria morrido muito mais velho."

"José e Pilar". Fui ver hoje.

Um homem e uma mulher. Um escritor e a sua companheira. Um sítio: Lanzarote. Uma casa: "A Casa".
Muitas viagens ( como o elefante), muitos compromissos, exigência, palestras, entrevistas, autógrafos. Ela sempre ao lado. Sempre a continuar. Parar, nunca. Deprimir não é comigo. Sou pelos fármacos, se se deprime, toma-se o medicamento e continua-se.
O frenesim da vida de um homem de 85 anos. A paz só possível com a presença dela, a mão dela.

A mulher que intuiu que, sem a sua obra, o homem morreria.

A dada altura, a Pilar irritou-me, tanta energia, tanta força, tanta racionalidade.
Só compreendi bem o seu papel qdo ele adoeceu e ela o "obrigou" a recuperar porque tinha um livro para acabar...
Não sabia que a "Viagem do elefante" ( que a minha filha Maria me ofereceu há 2 natais), tinha sido acabada depois do internamento de 3 meses.
Lembro-me da dedicatória "Para a Pilar, que me salvou a vida."

Desde que a conheceu, aos 63 anos, todos os livros lhe foram dedicados.

"À Pilar, meu pilar."

"Pilar, por que demoraste tanto a nascer?"

"Aos 63 anos, eu julgava que já tinha vivido tudo. Não sabia que ainda tinha tudo por viver."

"Pilar, encontramo-nos noutro sítio."

Há amores!

2 comentários:

Pedro disse...

amores
flores
vapores

Paulo Mendes disse...

fico muito contente por também te teres irritado com a Pilar! não o disse, mas aconteceu-me o mesmo (além de que o não ter filhos foi compensado com os livros, as palavras e os actos que sobreviverão à passagem do tempo).
um abraço