"José e Pilar". Fui ver hoje.
Um homem e uma mulher. Um escritor e a sua companheira. Um sítio: Lanzarote. Uma casa: "A Casa".
Muitas viagens ( como o elefante), muitos compromissos, exigência, palestras, entrevistas, autógrafos. Ela sempre ao lado. Sempre a continuar. Parar, nunca. Deprimir não é comigo. Sou pelos fármacos, se se deprime, toma-se o medicamento e continua-se.
O frenesim da vida de um homem de 85 anos. A paz só possível com a presença dela, a mão dela.
A mulher que intuiu que, sem a sua obra, o homem morreria.
A dada altura, a Pilar irritou-me, tanta energia, tanta força, tanta racionalidade.
Só compreendi bem o seu papel qdo ele adoeceu e ela o "obrigou" a recuperar porque tinha um livro para acabar...
Não sabia que a "Viagem do elefante" ( que a minha filha Maria me ofereceu há 2 natais), tinha sido acabada depois do internamento de 3 meses.
Lembro-me da dedicatória "Para a Pilar, que me salvou a vida."
Desde que a conheceu, aos 63 anos, todos os livros lhe foram dedicados.
"À Pilar, meu pilar."
"Pilar, por que demoraste tanto a nascer?"
"Aos 63 anos, eu julgava que já tinha vivido tudo. Não sabia que ainda tinha tudo por viver."
"Pilar, encontramo-nos noutro sítio."
Há amores!
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2 comentários:
amores
flores
vapores
há
fico muito contente por também te teres irritado com a Pilar! não o disse, mas aconteceu-me o mesmo (além de que o não ter filhos foi compensado com os livros, as palavras e os actos que sobreviverão à passagem do tempo).
um abraço
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