sexta-feira, 8 de agosto de 2008

As palavras que nunca direi...

As grandes obras de arte são desprovidas de censura...
O que nos toca qdo lemos um bom livro, observamos um quadro ou ouvimos uma música forte é a VERDADE do que ali está expresso. O autor de uma grande obra "fala-nos" de dentro, tem acesso a regiões que nos são, regra geral, interditas, e tem a lucidez de as exprimir de uma forma que, embora absolutamente individual, tem algo de comum a todos nós.
Um artista não sofre de auto-censura, de superego vigilante. Não é politicamente correcto.

O pensamento, enqto racionalização das nossas emoções é muito útil. É um recurso da nossa inteligência que nos permite aprender, crescer e evoluir. É relativamente fácil discursar sobre sentimentos, escrever ensaios, críticas, análises.
Difícil é levantar a âncora e criar. Gosto de ler auto-biografias de pessoas que conhecemos apenas através da obra. A descrição que fazem do processo criativo parece-me um acto exaustivo, de entrega emocional, de comunicação entre o sentimento e a forma de o exprimir.
Lembro-me de ler uma descrição do F.P. sobre a "fúria criativa" que o fazia escrever poemas inteiros de pé, ao chegar a casa....por nem ter tempo de se sentar.

Por mergulharem em zonas sub-conscientes ( ou serão inconscientes?) os grandes autores tornam-se intemporais. Conseguem comunicar com pessoas de várias gerações, ao longo de séculos. Têm acesso à verdade que nos escapa. São também, julgo, menos adaptados do que nós às regras do viver em sociedade. Talvez não tolerem a mentira, a máscara que todos temos que usar para sobreviver. Talvez sejam pessoas com uma sensibilidade parecida com a das crianças...

1 comentário:

Sun Melody disse...

Palavras essas, que me despeço por agora adiante até Setembro, pode ser que escreva alguma coisa se assim tiver internet numa vila pacata.

Vou de férias, conquistar o mundo dos sons, obrigada pelo comentário :)

Beijinho
Sun Melody