domingo, 10 de agosto de 2008

...são lágrimas de Portugal...

Somos um país pequeno? Sim, a área terrestre não é grande...mas temos a maior zona marítima da Europa.

Em férias, todos nos viramos para o mar. Temos uma costa soberba, praias maravilhosas, areia fina. O mar acompanha-nos ao longo da vida. Todo o português tem o mar na alma.
Mas.... o nosso mar devia ser mais do que isso. Devia ser a nossa principal riqueza. Não temos petróleo, temos oceano!
Por que investimos tão pouco no nosso mar? Por que lhe viramos as costas? Por que razão, com a integração europeia, fizemos apenas uma aposta continental?

Em Bruxelas está um Português que, há 1 década ( desde a expo-98 dedicada aos oceanos), luta para que Portugal tenha um papel importante na Política Marítima Europeia. Chama-se Tiago Pitta e Cunha e deu uma entrevista ao EXPRESSO sobre o seu trabalho. Gostei de saber...


"Quandi fiz um mestrado em Londres, um professor, ao saber que eu era português, disse-me que ficava surpreendido por não ter mais alunos lusos, pq Portugal possuia a maior Zona Económica Exclusiva da Europa. Fiquei completamente abalado por estas palavras, foi um despertar para as matérias do mar, pq cresci num país que toda a vida me foi apresentado como sendo pequenino, sem outros recursos a que se agarrar senão aos fundos europeus."

"Portugal deve ter projectos nacionais próprios onde se possa diferenciar. Temos de encontrar as nossas áreas de mais-valia, onde possamos ser melhores, pq em termos geográficos temos excelentes condições..."

"Temos de articular muito mais a actividade dos ministérios com impacto no mar, mas de forma moderna, integrada... A iniciativa privada tb deve organizar-se para investir no mar. E é aqui que
a Política Marítima Europeia pode ter um papel fundamental, já que em Bruxelas se começa a investir nesta matéria..."

O parágrafo que se segue sintetiza o essencial do pensamento deste português de Bruxelas:

"Portugal tem um enorme vazio de concertação estratégica, de pensamentos virados para o futuro, de visão. E sem isso imperam cada vez mais os interesses de grupo. Para mobilizar as pessoas é preciso ideias muito fortes e duvido que exista uma ideia mais forte que esta de Portugal ser um país especializado no mar e líder nesta área. Devemos ser líderes nalguma coisa e o mar podia ser o nosso contributo para o projecto europeu."

Pela minha parte, estou 100% de acordo com esta visão!
Tomara que o trabalho deste homem seja conhecido e reconhecido...

4 comentários:

Pedro disse...

sem muito a ver com o teu post, o que segue

prosa, às vezes sai, como esta:


Perdeu-se

Perdeu-se um homem. Perdeu-se sozinho. Completamente sozinho. Antes de se perder, um dia, deu com um recado. Era do instinto de sobrevivência. Dizia assim:
“Tirei férias, não sei quando volto.”
E o homem, no dia em que se perdeu, sozinho, completamente sozinho, escreveu um recado que dizia assim:
“Instinto meu, quando voltar encontre outro corpo para preservar.”

:-)

reb disse...

será que o homem se perdeu no mar? ;)

Pedro disse...

há marinhagens em terra :-)
e perde-se um homem onde se quiser :-)

e depois há aquele turismo de
"agora vou perder-me por aí"
(a frase não é minha, não conheço quem a pronunciou, soube-a por interposta pessoa)
é neste perdido que se fazem os bons encontros; e quando me perco a escrever é quando sai melhor; e quando a pessoa vai, perdida, sem expectativas, aberta a tudo, é quando o melhor acontece

reb disse...

é bonito o que escreves...mas qdo eu escrevi este post tinha em mente outros pensamentos: o que poderíamos ser se investissemos a vários níveis no nosso mar? :)