Acabei de ler a crónica do Daniel Sampaio, na revista do Público: "A América e eu".
Partilho, com ele, um sentimento ambíguo em relação à América.
Nunca estive nos E.U.A mas alguns dos livros que me têm marcado vieram de lá bem como alguns "filmes da vida". Sim, o "Citizen Kane" era a alma da América ( ainda?)...mas o que dizer do mais recente "Paris, Texas", ou daqueles filmes do Woody Allen que se passam em Manhattan mas poderiam passar-se em Paris?
Quando descobri o Paul Auster, devorei-o até me fartar. A mulher dele escreveu um livro que me perturbou pela actualidade, pela profundidade...Mais recentemente, li "A mancha humana" do Roth e pensei: "De superficial isto não tem nada"..
Tenho a impressão que os americanos se expressam muito, usam muitas palavras, não são um povo de silêncios...será?
Poderá, uma nação tão grande ter uma entidade? O que têm os nova-iorquinos a ver com os texanos?
A outra América, a arrogante, a grande potência, a moralista ( o mamilo da Jackson foi mais falado que o furacão Katrina), as guerras, os Bushistas, parvos, poderosos e ignorantes, a Palin que ainda acredita que o 1º homem foi o Adão e a 1ª mulher a Eva...
A crise financeira, a ganância, o subprime. Por outro lado, as maiores investigações científicas.
Disto, deste mundo, surge, inesperadamente ( pelo menos para mim) um afro-americano com um discurso de mudança e os americanos querem elegê-lo. Passo a olhá-los de outra maneira. Querem a mudança. "Autre chose".
Se ele vencer, como espero, muita coisa pode mudar por estas bandas.
Alguns, como eu, não se revêem nestas formas de fazer política que tornam os cidadãos meros executantes de medidas ocas, sempre centralizadas, elaboradas ou copiadas de seres pouco pensantes, tecnocratas do imediato, pessoas sem filosofia!
A oeste, algo de novo!
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10 comentários:
Olá Reb!
Revejo-me no teu post, em parte. Digo em parte, pq nao conheço os filmes q mencionaste e pq nao li a crónica de Daniel Sampaio.
Qd era mais nova, deslumbrava com a América de Clinton, com as séries fabulosas transparecendo o conceito de happy life. Depois o 11 de Setembro. A revolta americana contra os terroristas. A raiva desmensurada. A invasão do Iraque. A queda dos impérios financeiros; os escândalos da administração de Bush. As mortes e as incapacidades permanentes dos soldados americanos (e estrangeiros) no Iraque; a destruição da nação iraquiana, aparentemente perigosa. O conhecimento da pobreza americana, da vergonha nacional derivada do Katrina, o conhecimento do sistema de saúde débil pela TV. O império Americano, antes invencível e estanque...ameaça ruir. Pelo menos espero que Obama restaure a verdadeira America. A America dos meus sonhos de infância, a America do baseball...
Olá Reb!
Revejo-me no teu post, em parte. Digo em parte, pq nao conheço os filmes q mencionaste e pq nao li a crónica de Daniel Sampaio.
Qd era mais nova, deslumbrava com a América de Clinton, com as séries fabulosas transparecendo o conceito de happy life. Depois o 11 de Setembro. A revolta americana contra os terroristas. A raiva desmensurada. A invasão do Iraque. A queda dos impérios financeiros; os escândalos da administração de Bush. As mortes e as incapacidades permanentes dos soldados americanos (e estrangeiros) no Iraque; a destruição da nação iraquiana, aparentemente perigosa. O conhecimento da pobreza americana, da vergonha nacional derivada do Katrina, o conhecimento do sistema de saúde débil pela TV. O império Americano, antes invencível e estanque...ameaça ruir. Pelo menos espero que Obama restaure a verdadeira America. A America dos meus sonhos de infância, a America do baseball...
Desculpa, Reb, por favor apaga o comentario k está no nome do email da minha turma. :S:S
Obrigada,Margarida B.
Querida margarida, eu não sei apagar comentários :))
Não te preocupes, ninguém liga a isso :)
Qto à tua ambiguidade em relação à América, afinal isso não é só coisa da minha geração :) Aquilo atrai e repugna não é?
Mas eu adorava ir a New YORK :)
Adorava lá estar no dia em que o Obama vencer. Já imaginaste a festa?
Não existe a América, existem muitas Américas completamente diferentes entre si... Que, penso eu, vão eleger o McCain... Infelizmente... Acho que o Obama é a maior lufada de ar fresco na política internacional. Nunca fiquei tão fascinado por um político e tem um carisma como nunca vi... Penso que poderia mesmo mudar alguma coisa... No entanto, acho que ele não vai ganhar... É um feeling...
P.S. Identifico-me completamente com as referências culturais que citaste: Philip Roth, Woody Allen e, principalmente, Paul Auster... Culturalmente, não há como fugir à América...
Woody, não sejas pessimista!
O Obama vai ganhar e o mundo vai caminhar no bom sentido :)
Somos muitos que estão muito fartos disto!! Vêm aí novos paradigmas. Olha que eu tb sou boa em feelings :)
Só de fugida pra dar um beijo.
Sempre detestei os EUA mesmo em criança, sendo um País injusto, sou é mais para a ribalta das cidades de Luzes - França.
Nunca mais visitaste o meu cantinho.
Beijo
Sun, deixei de conseguir ter acesso ao teu blog. Abre mas bloqueia imediatamente. Nem consigo ler os teus posts até ao fim. Não sei o que se passa. Até já pensei se o implante iterferia com a electrónica da coisa :)
Concordo absolutamente
olá. continuo sem saber o seu nome... provavelmente é azelhice minha. podemos falar de saramago. mais do que de americanos. é professora de quê?
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