quinta-feira, 10 de julho de 2008

Dos casais...

Sou uma observadora da vida, de vidas ( da minha, da dos outros...). A complexidade humana fascina-me. Gosto de compreender. Gosto de pessoas! É um assunto inesgotável. Todos diferentes, todos iguais! Leva-se uma vida inteira a tentar entender cada "universo humano" ( e o nosso próprio).
O casal é uma "entidade" intrigante. Que factores levam a que alguns casais se mantenham juntos durante décadas e outros simplesmente se desfaçam com o tempo. Destes, alguns reconstroem outra "entidade", outro "nós" , e vivem novamente em casal, outros não.
Acho espantoso conhecer pessoas de 50 anos que estão juntas desde os 18. Como é esse crescimento? De mãos dadas?

A propósito deste tema, li um texto da Psicóloga Isabel Leal que achei interessante.
Transcreverei algumas partes:

"Os casais, quer dizer, as pessoas que estão na vida juntas, ligadas por um vínculo a que chamamos amoroso, são tão diferentes entre si como o são os próprios indivíduos."
"Estar em casal, pertencer a esse agrupamento tão particular, significa, em 1º lugar, que se selecciona uns tantos aspectos da personalidade, de forma de ser e de viver, para promover e facilitar a relação com o outro. Pelo caminho e a partir desta escolha, quase sempre inconsciente, deixa-se ficar aspectos que parecem de somenos, deixa-se cair estilos de vida que antes se valorizou . A viabilidade de tantas relações passa tanto pelo que se consegue perder e pôr de parte, como pelo que se conquista de novo e de diferente na interacção com o outro."
"Uma relação de qualquer tipo e, por maioria de razões, uma relação afectiva, que implique proximidades e intimidades, cria assim uma entidade nova."
"Exactamente porque a relação é uma outra entidade, em que se dilui ou reforça aquilo que cada um dos intervenientes é em si mesmo, é que não é possivel alimentar e defender a ideia que as relações falham ou terminam por causa de um acontecimento, das características ou comportamentos de responsabilidade de apenas um dos elementos do casal."

5 comentários:

Pedro disse...

para mim tenho uma verdade universal:
antes de conseguir estar com os outros tens de conseguir estar contigo
:-)
que não é mais do que uma variante de
ama o próximo como a ti mesmo
:-)
que não é mais do que uma variante de
se não te amas não consegues amar

mas isto não tem a ver com casais onde nenhum dos dois tem amor-próprio e no entanto estão juntos desde sempre... porque os vasos comunicantes não precisam de amar-se a si mesmos e no entanto "comunicam-se"
:-) :-)

estar junto desde os 18 anos não é necessariamente bom: pode ser uma relação extremamente má, mas onde cada um está exactamente porque a relação é má... mesmo que disso não tenham consciência

:-) :-)

(não me esqueci do "saudade" ou "saudades", pus um comment no meu último post no "relance", viste?, mas agora tenho que ir montar armários de cozinha, extremamente poético!)

Pedro disse...

já lá coloquei o início (os armários esperam um bocadinho :-)

reb disse...

A mim interssam-me os casais que estão bem juntos, apesar do passar do tempo. Altos e baixos há sempre. Mas há alguns que valorizam mais as coisas positivas do que as negativas. Interessa-me compreender essa "arte" ;)

Pedro disse...

acho que tem pouco que compreender, a sério... não é armar-me aos cucos

se estás bem contigo relacionas-te bem com o outro e investes em ti e no outro (atenção que a ordem aqui não é irrelevante, é mesmo 1º investes em ti, e depois investes no outro) e nisso a relação pode durar toda a vida...

se gostas de ler psicologia experimenta "eu estou ok, você está ok", análise transaccional, tem lá muito e bom disto que refiro aqui en passant

:-)

reb disse...

Não acho que seja assim tão linear, nem acho que haja receitas. Interessam-me mais as análises da coisa, como esta da Isabel Leal.
Há quem esteja melhor só do que acompanhado...