quarta-feira, 9 de julho de 2008

Os olhos de Ingrid Betancourt

Quando vi a imagem da Ingrid em cativeiro, julguei que estava no seu limite. Escondia o olhar, talvez por saber que os seus olhos revelam tudo e o mundo não estivesse preparado para os ler.

Agora, sempre que a vejo, a falar ou a escutar as homenagens que lhe têm sido feitas, aquele olhar fascina-me. Torna-a uma mulher, ou antes, uma pessoa, muito bonita!
É um olhar muito vivo, muito brilhante, feliz, esperançado, meigo e forte.
Nada derruba um ser humano com aquela força no olhar!
É uma pessoa muito especial!

9 comentários:

Pedro disse...

é verdade...
pelo olhar se fica a saber, em sabendo ler, das pessoas que estão bem consigo mesmas, as que são de humanismo mais inteiro :-) se é que isso (expressão) existe e não acabei de inventar :-)
no antes não sei como era o olhar dela, não me recordo, não me lembro de reparar, se sequer era ou não visível no parte, no todo, ou só um pouco de nada; agora o olhar dela, e a postura, o body language, é de alguém que é inteiro, verdadeiro, íntegro, uma pessoa de verdade bem, e uma pessoa de bem

reb disse...

É por isso que acho ambivalente a frase do Principezinho: "O essencial é inacessível aos olhos"
( eu, que considero, o "Principezinho" o livro mais bonito...)

Pedro disse...

o Principezinho é uma jóia, e todos os que sabem ler diamantes


gostaste? não 'tá lindo! he he he
para lá do que à primeira vista a frase possa parecer ou seja, outras leituras se podem fazer :-)))

reb disse...

Voltando à Ingrid. Antes de ter sido solta, a imagem que mais ciculava era aquela em que não havia olhos. Estava sentada num banco, na selva, muito magra, cabelo pelas costas e o olhar pousado no chão.
Agora que a "conheço" melhor tento imaginar como seria o olhar dela nessa foto da selva...
Concordo, toda a postura dela é expressiva, enfrenta o mundo de pé, cabeça erguida. Pose de quem já esteve no inferno mas sempre acreditou que um dia sairia dele.
Leio naquele rosto ( naqueles olhos cintilantes) uma mistura de serenidade e força. Não leio revolta e raiva...

Pedro disse...

quem não está bem e apresenta revolta e raiva, é para si mesmo que as faz

quem está bem não precisa de revolta e raiva, por mais tortas que as voltas sejam

Sun Melody disse...

Aquele olhar expressa a gratidão de um amor avassalador, de um amor sem limites, de agarrar-se á vida na esperança de reencontrar os filhos, das pessoas que sempre a acreditaram.


Ingrid Betancourt, é ela mesmo em toda a essência, dotada de ideais que comoveu o mundo.

È heróina, é mártir, é guerreira que deu a sua vida pelos outros.

E vou agora escrever no meu canto... até lá.

reb disse...

Sun, tens razão, é um amor avassalador, pelos filhos, pelos que ama e pela vida! Aquilo é amor à vida!
Relance, como é possivel não sentir raiva qdo se perdeu 6 anos de vida??? Não somos santos e raiva é um sentimento bem humano. Mas talvez a felicidade do renascimento suplante todas as revoltas. É gratidão, como diz a sun...

Pedro disse...

repara também no olhar do Mandela? aquele homem, com tudo o que sofreu e os anos que "perdeu", ele não tem raiva, se tivesse não tinha aquele olhar...

reb disse...

Tens toda a razão: o olhar do mandela é o olhar mais doce do mundo!
Foi ele que, qdo foi solto, a 1ª coisa que disse foi que perdoava aos carcereiros...
Há seres humanos de uma nobreza incrível!