sexta-feira, 28 de março de 2008

A natureza humana

Fico com dúvidas sobre a natureza humana quando assisto ou oiço mais um caso de agressão (física ou psicológica) de um grupo de indivíduos a alguém que se encontra indefeso. Este fenómeno, actualmente designado de "bullying", revela a faceta mais sombria do ser humano: a cobardia aliada ao sadismo.
Desde muito cedo, nas escolas assiste-se a este tipo de comportamentos: a vítima é escolhida por ser alguém com alguma fragilidade, os agressores são, geralmente, comandados por um líder, criança com problemas emocionais disfarçados por essa capacidade de liderança, os cúmplices, são os "carneiros" da sociedade que seguem sempre quem lhes parece mais forte. Há um denominador comum a todos os agentes do bullying: o medo (agredir o outro por medo de se confrontar com outros medos).
Existe este fenómeno nos outros animais? Que eu saiba, um animal agride outro para o comer ou para defender o seu território.
Resta-nos esta interpretação: os humanos agridem a despropósito, porque são fruto de uma sociedade em que as agressões mtas vezes acontecem sem haver uma razão para o acto. Frustração?
Tem que haver culpados e responsabilizados. Aprende-se tb com castigos. Os maiores culpados destas aituações são (além da sociedade sem valores em que acabámos por cair), os pais dessas crianças que, por falta de tempo, de disponibilidade ou de valores, nada lhes ensinam sobre o respeito ao próximo. Apenas incentivam os seus filhos a serem os "melhores" em tudo (resultados escolares, desportivos, etc), ensinando-lhes o único "valor" que conhecem: a competição!

2 comentários:

Maggie86 disse...

texto magnífico, maravilhosamente bem escrito que relata a realidade tal qual ela é!falo sobre o assunto no meu blog...*

Tão só, um Pai disse...

Afinal, eles até "cooperam", só que o fazem para reproduzir a "aventura iniciática" da subjugação e da violência. Já aprenderam que, nesta sociedade de solidariedade e direitos, cada um continua entregue a si próprio, que de justiça o é a da impunidade do prevaricador e a do mais forte.