As investigações não páram. Faltava descobrir a razão "química" para nos ligarmos afectivamente uns aos outros...
Da "New Scientist":
"Um dos principais trabalhos de campo sobre o papel desempenhado pela oxitocina foi feito pela cientista C.Sue Carter da Universidade de Maryland. Estudou 2 espécies de roedores, os arganazes de pradaria e os arganazes da montanha. Os arganazes de pradaria formam casais de longa duração para criar os seus filhos, enqto os arganazes da montanha machos acasalam de maneira promíscua e não estão nada interessados no seu papel de pais.
Carter descobriu que a chave para esta diferença de comportamentos era a oxitocina. As fêmeas arganazes da pradaria têm vários receptores de oxitocina nos centros de prazer do cérebro, enquanto os machos têm tb vários receptores mas que são, tanto para a oxitocina, como para uma hormona aparentada, a vasopressina. Os arganazes de montanha, no entanto, têm muito menos receptores para oxitocina e para vasopressina. Quando estes receptores são bloqueados nos arganazes da pradaria, os roedores não formam os habituais casais de longa duração.
A oxitocina tb joga um papel fundamental na criação de laços entre mães e filhos, assim como no comportamento em sociedade. Se bloquearmos a oxitocina em mães ratazanas ou ratos, por exemplo, elas deixam de alimentar as suas crias e perdem a capacidade para reconhecer outros membros da sua espécie com que contactam habitualmente.
"Sem oxitocina, os animias têm amnésia social", diz o investigador Larry Young, da Univeridade Emory de Atalanta.
Poderá vir a tornar-se uma "droga" de sociedade?
Panksepp acha que não.
"Por que é que uma substância que parece ser tão gratificante tem tão poucos efeitos subjectivos? Pode acontecer que, em etapas mto precoces da vida, a oxitocina faça a ligação entre contacto social e prazer, mas que o prazer venha da região cerebral das recompensas e não propriamente da oxitocina. Há tb investigadores que defendem que o problema não está no facto de a oxitocina não dar prazer, mas que os actuais métodos de administração da substância não chegam ao cérebro nas doses certas e no tempo próprio."
Ainda não é desta :)
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4 comentários:
Ó Rabeca: acho o tema árido para discussão.Claro que eu não sou ninguém mas acho que pouca gente se irá interessar pela substância que referes...que ainda por cima têm um nome esquisito.Se vais por aí qualquer dia estás a falar nas substãncias que fazem o amor nas ratazanas!Desculpa o comentário mas, de facto,deverias pôr temas mais aliciantes (o que, aliás costumas fazer)
té
ok, tieta :)
eu acho graça a estas descobertas científicas :)
tenho tido pouco tempo...mas não perdes pela demora :)
"Sem oxitocina, os animias têm amnésia social"
Estas descobertas científicas fazem-me sempre lembrar outras brilhantes descobertas como a do gene da violência e outras parecidas.
A mais interessante é a experiência científica que consiste em misturar água com vodka, com wisky, com vinho, com aguardennte. Depois o “cientista” bebe e apanha uma bebedeira. A óbvia conclusão é a de que a água é uma bebida alcóolica pois é o único elemento comum.
Se todos os animaizinhos têm amnésia social, não têm capacidade de sobrevivência e portanto desaparecerão. Se lerem o Damásio e o Erro de Descartes também verão que determinada área do cérebro quando afectada retira as competências morais.
Disto não se pode concluir que a moralidade ou a sociabilidade é uma função mecânica, que existe se um determinado químico está ou não presente no cérebro. Mas, no caso apresentado pelo Damásio, o que existe é uma incapacidade de decidir em presença de valores. E só existe moral quando há escolha. Ser social é também uma escolha. Escolher não o ser, em termos de espécie é suicídio.
Estou absolutamete de acordo contigo!
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