segunda-feira, 5 de maio de 2008

"Riqueza revolucionária"---Alvin Toffler

A IP fez-me chegar o último livro de Alvin Toffler.
Passo a transcrever uma pequena parte, para continuarmos os nossos debates sobre a situação mundial da economia e consequências na vida social.

"Hoje os papeis tradicionais estão a mudar a grande velocidade em muitos países, sejam estes os papéis de marido/ mulher; professor/ alunos; patrôes/ empregados.
Tudo isto tem fortes implicações psicológicas e económicas.
Estas questões não se relacionam apenas com as funções e tarefas de uma pessoa, mas com as expectativas sociais que acarretam.
Dentro ou fora do emprego, cresce a ambiguidade, a incerteza, a complexidade e o conflito, já que os estatutos estão, continuamnete, a ser renegociados.
Os desafios são redefinidos a um nível nunca antes visto desde o advento da revolução industrial"

48 comentários:

Um lugar ao Sul disse...

A grande diferença entre a "revolução" actual e a revolução industrial está na sua duração. A revolução industrial foi "instantânea" enquanto que na sociedade de hoje existe um considerável tempo de maturação, que leva quase uma geração. É simplesmente uma mudança nos costumes típico de uma sociedade em movimento. Não há que ter medo, já houveram situações mais complicadas que foram ultrapassadas com menor preparação!

harumi disse...

O âmago das transformações actuais, é bem exemplificado pela "perda de direitos adquiridos" nas relações laborais.
Criámos uma ideia de que as transformações sociais relativas ao mundo do trabalho, assentariam numa linha de progresso mais ou menos constante, mas de ascensão quase indiscutível. Lembro mesmo o filósofo que aqui há pouco abordámos (Agostinho da Silva), quando profetizava uma sociedade futura de conquista de tempo livre, em que o homem deixaria de ter necessidade de ocupar tanto do seu tempo com o trabalho, e onde se criariam novos hábitos criativos assentes numa sociedade quase gratuita.
A revolução que estamos a atravessar neste momento, leva-me a crer, que nunca estivemos tão longe desse ideal. Criámos máquinas e automatismos capazes de trabalharem por nós com índices de produção bem interessantes, mas simultâneamente, inventámos dependências do "ter" que nos sugam toda a disponibilidade para uma vida de mais "ser".
Empenhámo-nos ao devir de sonhos tecnológicos que nos vão transformar profundamente. Em que sentido, veremos.

reb disse...

Tocaste nuum ponto essencial. A escravidão do trabalho e a falta de tempo livre.
Não sabia que o Agostinho da Silva tinha previsto um futuro mais "livre", como referes, mas sei que o marx o previa...e ainda não havia tecnologia na época dele.
Há uns anos, com o advento da informática falou-se nisso ( penso que era exactamente o toffler) : as máquinas iriam substituir as pessoas nas tarefas mais básicas, poder-se-ia até trabalhar a partir de casa...e, no entanto, nada disso está a acontecer. O mundo é cada vez mais competitivo e exigente e, hoje em dia, assiste-se a horários de trabalho completamente desumanos, tornando algumas pessoas "escravas" desta nova produção...

Entre estar ao serviço da sociedade ou simplesmente "estar" na vida....devagar, divagar... ( como o nosso poema) teremos que reencontrar um equilíbrio :)

idadedapedra disse...

Hum, para não estar aqui a repetir o mesmo que tem sido escrito nas outras dispersões, vou tentar hoje ler um bocadinho desse tal de toffler, para conseguir ter uma opinião

Tão só, um Pai disse...

As relações e interacções são-no, cada vez mais, consciente ou subconscientemente, as de mercado. Esta é a, de facto, a ideologia dominante, em contradições cada vez mais difíceis de gerir e de financiar. Ou talvez não. Talvez, sejam essas contradições que a suportam.
Hoje, dentro das organizações privadas, temos clientes internos e externos. Por vezes, não é clara a afiliação, numa promiscuidade integradora de cliente/cliente, fornecedor/fornecedor, consumidor/consumidor, onde os interno e o externo à organização deixa de ter fronteira definida.

Até os relacionamentos de afectos esta lógica impera, pois, ou o são cada vez menos, ou, para o serem, passam, antecipadametente, consciente ou subconscientemente, por uma racionalização do materialmente sustentável. Regem-se de forma crescente pela lógica de mercado, em relações cliente/cliente, numa troca complexa de espaços e tempo e, por isso, condicionadas a esses mesmo espaços e tempo. Provavelmente sempre o foram assim. Será que temos aqui uma génese do reproduzido para o colectivo?

As estruturas sociais que conhecemos, materializada em instituições e serviços que se pretendem como os garantes de direitos e serviços de suporte à vida, individual e colectiva, vão explodindo e implodindo, esclerosadas pela sua corporativização monopolista, num crescente descontentamento com o que produzem, porque esse produto, também duma forma crescente, viola o que, conscientemente, consideramos hoje como valores básicos. Ou seja, não obstante a lógica do mercado, pela sua natureza, destratar e ser indiferente aos valores básicos do direito à vida, a lógica pública, na nossa sociedade europeia ocidental, enquanto alternativa que, por o ser, regula directa e indirecatmente o que existe na esfera privada, vem-se tornando, ela própria, incapaz de praticar e representar os valores e padrões mínimos para que foram criadas. Com o paradoxo de os financiadores da coisa pública não só não terem lugar nela como, ainda, porque insatisfeitos, se vêm obrigados a recorrer à coisa privada, no que de privado existe alternativa. Neste mundo de espaços nacionais limitados à língua e, cada vez menos, aos costumes, o financiamento da coisa pública pelos impostos crescentes torna-se impraticável, porque os seus financiadores podem decidir, à revelia dum poder político incapaz de o contrariar, se pretendem, ou não, continuar a sê-lo, e em que medida. A medida será o que recebem em troca, pelo que pagam. Pela lógica do mecado, um consumidor com alternativas não vota, deixa de consumir e de pagar, numa indiferença pelo destino de quem produz o que não quer.

Na lógica de mercado, o tempo livre também tem um mercado. Mas este é o dos bens de luxo, a que cada vez menos ocidentais irão aceder. As férias e os fins-de-semana, para muitos, poderão passar a ser coisa do passado. O desemprego deixará de ser suportado, e a inactividade será um tempo que já não é livre mas de luta pela sobrevivência. Até um sem abrigo que queira sobreviver tem que acordar cedo, para pedir ou arrumar carros. Quando não o puderem fazer, deixam de sobreviver. A velhice de um sem abrigo é curta. Os seus corpos alimentam as aulas de anatomia de medicina.

Sobra-nos a eterna solidariedade dos que nunca tiveram e não têm nada, a dos marginalizados, e a dos que, de forma crescente, a praticam privadamente, se os resultados estiverem de acordo com o que pagam.

Talvez não nos fique mal aprendermos a plantar umas couves nos telhados e nas varandas, trocando-as pelas cenouras e cebolas dos vizinhos. É altura de estabelecermos relações com todos, de olharmos para o lado e não para o umbigo, e reconstruirmos uma vida comunitária esquecida. Talvez seja altura de o ensinarmos aos nossos filhos, para que não percam o norte da vida. Talvez resida aí a força que nos trará novas formas e ideias criativas para furarmos os novos coletes de forças, ou seja, por uma maior vivência. Vamos ter que reaprender a partilhar mais o nosso espaço, de forma natural e sem que isso nos violente. O trabalhar em casa não será sinónimo de tempo livre, mas a racionalização de recursos que se tornaram demasiado escassos para serem tão inaproveitados. Empresas em casa ou casa nas empresas será uma solução possível. Em metado do dia, ambas não são utilizadas, o que não faz sentido. É que, pela lógica de mercado, até o espaço sempre foi um bem muito caro. O Japão que o diga. No entanto, continua inaproveitado.

JR disse...

Ihhh...
Acho que hoje estou mesmo do contra...
Ao contrário do que o Nuno disse, a Revolução Industrial, embora viesse a transformar radicalmente as relações de produção e, consequentemente os hábitos e costumes, foi lenta. As “revoluções” actuais são muito mais rápidas, mas apenas no que se refere a costumes. O principal contributo, no nosso tempo, é dado pelos diversos meios de comunicação: Rádio, TV, internet.
Os efeitos da R.Industrial, embora irreversíveis, foram lentos e só à medida que a produção de maquinaria foi aumentando, a velocidade de “progresso” foi também acelerando exponencialmente e, consequentemente, os costumes foram-se alterando muito mais rapidamente. Hoje não precisamos de meia-geração para ver essas alterações.
Se o objectivo último do capitalismo é o lucro, este consegue-se com o consumo. Estratégias e tácticas foram sendo produzidas para que o consumo aumente cada vez mais, criando a ilusão de progresso que se realiza na capacidade de consumir. Produziram-se “objectos do desejo”, desde carros, a casas, a mulheres ou homens (que também foram produzidos). Vestir umas calças de ganga Levis não é o mesmo que vestir umas calças de ganga do Continente (apesar destas durarem mais).
A competição desenfreada esmaga os preços. O consumidor de hoje exige uma qualidade mínima. Torna-se mais difícil baixar preços de matéria-prima. Então baixa-se no salário, aumenta-se no horário. Os funcionários gestores são mais eficazes na exploração do trabalhador do que os patrões tradicionais.
O nosso TS1P (que me parece ser economista) poderá explicar isto muito melhor).
É pelas razões atrás apontadas que, a meu ver, só com a globalização total da economia será possível ultrapassar a exploração do homem pelo homem (mais uma expressão marxista). E porquê? Por um lado, os problemas são globais: a poluição, a escassez de algumas matérias-primas como o petróleo, a dependência de alimentos, de água. Por outro lado, enquanto houver mão-de-obra barata, haverá desequilíbrios que levarão as pessoas a comprar bandeirinhas chinesas (porque mais baratas) para protestar contra a china.
Preocupações com a identidade cultural? Isso é uma treta. A identidade não se manifesta no isolamento, mas na globalização. Se uma cultura não é suficientemente forte para se afirmar, para que a quero?
Tofler um sonhador? Marx um sonhador? Não. É como o gordo que sabe que para uma vida mais saudável deve fazer exercício, comer melhor (em qualidade, não quantidade). O diagnóstico está feito. Existe a possibilidade de melhorar. Quererá melhorar ou não? Estará disposto a fazer “sacrifícios?
O mundo, de uma forma ou outra mudará. O próprio “capitalismo” promoverá essa mudança. A China e a Índia (andam a esquecer-se da Índia, não? E já agora a Coreia e uma boa parte dos países asiáticos) estão a colocar-se ao nível do ocidente industrializado. Já não são colonizados, mas mais colonizadores. É o princípio dos vasos comunicantes. Os trabalhadores chineses e Indianos começarão a receber ordenados mais elevados, para poderem consumir a sua própria produção. Passarão a ter acesso a melhores condições “materiais de vida”.
Poderemos andar por aí a gritar pelos direitos humanos. Isso serve para limpar a nossa consciência e para fazer de conta que fazemos algo. Mas serão os próprios chineses, desenvolvendo o seu capitalismo, a melhorar as suas condições.
Olhando o mundo, olhando a história, é isso que poderemos concluir.
O Toffler enganou-se? Não melhorámos de vida?
Ora olhem à vossa volta, em vossa casa. Quanto daquilo que possuem é verdadeiramente necessário? Quantos “sacrifícios” tiveram que fazer para terem aquilo que possuem? E porque querem mais? Já se perguntaram se querem aquilo que têm?
Até aqui o Marx mostra a sua razão: É preciso esgotar as etapas do capitalismo e intelectuais, estudantes, serviços (em suma, a super estrutura), nunca farão uma revolução.

JR disse...

Completamente de acordo com o TS1P.
Há no entanto algo que, embora eu tenha menosprezado por aqui, pode ser explorado: a força da opinião pública. A possibilidade de, qual grilo falante (a consciência do Pinóquio) ir agitando consciências. O “mercado” das consciências é cada vez mais importante, apesar das suas “incoerências”.
Em 92 estive na Suécia. Na altura, a Shell tinha provocado uma enorme mancha negra no mar do Norte, com uma das suas explorações petrolíferas. Durante as quase duas semanas que por lá estive, nunca vi um único carro abastecer-se nas bombas da shell. O limite de velocidade nas auto estradas suecas (que até são poucas) era de 110. Nunca vi alguém a ultrapassar esta velocidade.
Vão dizer-me que ah... pois... mas isso é na Suécia. Pois, isso é a atitude comodista de quem não está disposto a agir, ou que não faz porque os outros também não fazem. Passem a agir de acordo com a vossa consciência. Façam o que acham que está correcto. Verão que mais gente o fará também. Não é já hoje? Não é já amanhã? Pois não. Mas farão. Lembram-se do lixo no chão dos cafés, pejados de pacotes de açúcar, guardanapos de papel e outros? Ainda é assim que os vêm? E o lixo pelas ruas? Então, por um esforço de consciência, é possível alterar muitas coisas, não é? Mas teremos que começar por nós.

E IP, o dinheiro aparece, porque convenhamos que andar a trocar vacas por couves, não é muito prático, especialmente com os trocos...

JR disse...

Lembrei-me agora de uma historieta interessante.
Numa dessas ilhas do Pacífico, um pescador levanta-se cedo, ia para a pesca e regressava logo que apanhava algum peixe para a família. Além de cuidar dos instrumentos da sua faina (redes, barco, etc) divertia-se com os filhotes e apanhava sol na sua rede estendida debaixo de uma árvore.
Um americano que por lá passou achou um desperdício. Queria que ele pescasse mais tempo. O excedente de peixe seria vendido. Assim poderia adquirir mais um barco e depois uma frota. Quando se reformasse e fosse rico, depois de uma vida de trabalho, poderia arranjar uma rede e descansar à sombra das palmeiras.
Mas, respondeu o pescador, para que hei-de ter esse trabalho todo, se já tenho uma rede para descansar à sombra das palmeiras?
Verdadeiramente, construímos os objectos da nossa própria escravidão. Somos os escravos de nós próprios.

reb disse...

Jr, não me interpretes mal: eu defendo os sonhos!!!
O Marx sonhou mas, para a época dele, foi absolutamente inovador e revolucionário nas suas teorias e metodos de análise.
O Toffler estou agora a começar a conhecer. Todos os sonhos podem um dia concretizar-se! Basta acreditarmos!.Ele fala mto dos meios de comunicação e , brevemente, publicarei outro post sobre isso.

De tudo o que dizes, só gostava que me explicasses o que entendes por :"´só a globalização total da economia pode terminar com a exploração do homem pelo homem"?

Como é isso possivel se há países mais desenvolvidos que exploram os sub-desenvolvidas e é nessa lógica que assenta a economia mundial?

TãoSóUmPai disse...

REB, o Japão, a Coreia do Sul e a Formosa, já foram a "nossa China", em diferentes décadas mas, hoje, vão defrontar os mesmos problemas que nós. Ambos fizeram grandes estragos no status económico estabelecido. A título de exemplo, os japoneses limitaram-se a provocar toda uma reestruturação na indústria automóvel mundial, obrigando à sua modernização tecnológia e a ondas de fusões, aquisições e desemprego. A Coreia do Sul fê-lo e ainda fá-lo em muitos sectores, desde a electrónica (o nome Samsung diz-te alguma coisa?), até à construção naval, passando pela indústria automóvel (Hiunday, Kia ... soa-te a algo conhecido?). Mesmo a Mercedes esteve em perigo e a Audi, apesar de resultar da fusão de 4 marcas, não foi pelo esgoto porque a volksvagen a agarrou (com uma ajudazinha do estado alemão, claro). Depois, foi o fim da ditadura na Coreia do Sul, a luta por mais direitos, iguais aos do ocidente, e melhores salários. O desenvolvimento trás, também, a consciência do valor criado pela força de trabalho, da sua produtividade relativa face à do capital.
Depois da Índia e da China, ainda haverão outras reservas de mão-de-obra (Vietname, Coreia do Norte, Myanamar, franjas da antiga união soviética, américa latina e, finalmente áfrica)

TãoSóUmPai disse...

... esqueci-me desse colosso que são as Filipinas, bem como dos "pequenos" Tailândia e Malásia.

idadedapedra disse...

JR: dahhhh.... a minha pergunta não era essa!!! O que eu perguntava é, quando estão a fazer notas, como é que se decide quantas notas se fazem? Existe sempre o equivalente em ouro nos cofres do estado?

JR disse...

Ah... Isso... Depende do dinheiro que precisam, mais nota, menos nota...

Tão só, um Pai disse...

Não, a moeda tem curso legal, há muito que deixaram de ter sustentação em metal precioso. O que existe, juntamente com o stock de divisas, serve para asssegurar uma almofada contra crises cambiais.

Quanto à decisão do montante facial das notas e moedas, não faço ideia mas, por certo, que haverão amostragens estatísticas análises que permitirão decidir isso, numa base corrente. Há uma nota cá que não está, praticamente em circulação, quando existe, até em boa quantidade na alemanha. Por outro lado, o número per capita de moedas com o valor de 1 cêntimo, de certeza que será maior em Portugal do que na Alemanha.

Tão só, um Pai disse...

Quantas notas se fazem? Fazem-se as necessárias para satisfazer a procura. No banco central há um gajo com um telefone que aceita encomendas dos seus representantes distribuídos pelo resto da europa. É como na cervejaria Trindade, "ó pxxt faxfavor, é um contentor das de 50, pode ser? ... já agora, pode trazer pão e manteiga, mais um pratinhode gambas?".

Por outro lado, os bancos comerciais abastecem-se no seu banco central. Não há, assim, grandes planos. Claro, alguma previsão é feita, com base em estudos que avaliam os determinantes da procura de notas e moedas. Tal como para as cervejas.

reb disse...

A minha pergunta tb ficou por esclarecer :)
Qdo o jr diz que só a globalização da economia acabará com a exploração do homem pelo homem, o que quer dizer com isso?
Digamos que é uma frase mais de "filósofo" que de "economista" :)
E a resposta foi-me dada pelo economista :)

idadedapedra disse...

pronto, não sabem também, é o que é :)
Façam-se notas já!!! Que diferença terá isso para o mundo? fazemos muitas notas e distribuimos por todos e ficamos todos mais ricos. A seguir sobe a inflação e voltamos a não ter. façam-se mais notas outra vez.
É muita estranho isto da economia...!

JR disse...

REB, vou responder, mas mais logo. Isso exige um pouco mais de cuidado e agora estou na hora das "bocas".

reb disse...

Eu sempre achei fafulosos aqueles que fazem notas falsas. Pena que já se consigam sempre detectar :)

idadedapedra disse...

ah pois é, tb eu tenho TPCs para fazer: ler o Toffler e a transmissão de características adquiridas que parece que volta a dar razão ao Lamarck...
Mas está um solinho tão bom ali no meu jardim.
Ah, se quiserem começar a trocar produtos eu tenho para já limões e coentros, e rosas e camélias e jasmins, mas poderei ter couves e cebolas e cenouras e batatas se for caso disso. O que é que t~em para a troca? preciso de pintar a casa por exemplo :)

idadedapedra disse...

Reb, mas se fosse o estado a fazer notas falsas verdadeiras não se dava por isso...

Tão só, um Pai disse...

IdP, notas falsas pertencem ao passado. Aumentar menos legalmente os números da nossa conta bancária e transferi-los para uma conta num offshore, é o que está a dar ... sinais dos tempos ...

Tão só, um Pai disse...

... e ... pintar a casa? Isso, a preço de mercado, é um contentor de limões ... :):):) ... mas não podem estar estragados ... talvez a compal precise deles, e me dê uns "aéreos" ... :) ... ou posso guardá-los num armazém de roterdão, ali bem fresquinhos, e esperar que a cotação aumente ... :) embora os chinocas não os consumam muito, e nem sirvam para produzir biocombustíveis ... :)

idadedapedra disse...

meus caros, presenteei-vos com uma parte deste livro do toffler, traduzida como pude...
Amanhã, se o dia de urgência for calmo, tentarei traduzir mais umas páginazitas

reb disse...

Obrigada IP, assim que tiver tempo selecciono umas partes, para publicar aqui e podermos debater :)

reb disse...

Ainda não compreendi o conceito de "riqueza revolucinária" para toffler.
Este autor vai dar-nos trabalho, não é IP?
Mas talvez as suas teses abram uma luzinha neste túnel escuro :)

idadedapedra disse...

ora eu ando a mandar-vos a tradução porque queria perceber as ideias dele e não conseguia ler em inglês (medicina leio, economia não). E sendo assim, ponho o google a traduzir e depois corrijo-o. Já que o faço partilho-o com vocês. O que me começo a aperceber é que os excertos do livro acabam por explicar pouco... pelo menos até agora ainda não me ajudou a perceber grande coisa. Parece-me é que o livro deverá ser fácil de ler (em português) mesmo para leigos em economia.
O termo riqueza revolucionária é traduzir à letra revolutionary wealth, que eu não sei se para o autor tem a mesma interpretação que nós damos. Provavelmente será mais a revolução da riqueza, ou evolução, qualqquer coisa assim

reb disse...

Sim, esse deve ser o conceito que ele desenvolve ao longo do livro. Como pode a riqueza ser revolucionária? Talvez pq, estando todos em posse de meios de "riqueza" tecnológica, já não sendo necessaria a força física ou a habilidade para desempenhar tarefas, isso coloca todos: homens/ mulheres, jovens/ velhos num certo pé de igualdade, o que iria revolucionar as relações sociais...

O que encontraste na net é o livro todo ou são excertos? Talvez procurando os títulos dos capitulos, possamos ir dar a partes que nos interessem mais. Qdo tiver mais tempo, ajudo-te nisso.
Tb pensei que o livro teria sido escrito para leigos, uma vez que o "3ª vaga" foi best-seller.

Aqui há uns anos, o meu ex-marido ( tb de economia) leu o livro e dizia: "Daqui a uns anos bastará que trabalhemos umas 2/3 horas por dia".
Era o advento da "revolução tecnológia" e essas eram as previsões futuras.
Afinal, entre as imensas coisas boas que nos trouxe, criou desemprego ( nem todos conseguiram acompanhar a evolução, que tem sido super-rápida) e, os experts na coisa trabalham muito mais horas por dia nas empresas do que a geração pre-tecnológica.

Penso que este novo livro dele se baseará em novos estudos...
Será que a realidade americana que ele descreve ainda é uma miragem para nós?

TãoSóUmPai disse...

Pois, a velha história da sociedade de lazer que, provavelmente, até poderá ocorrer para alguns desta geração.

Não ponho de lado que, nos países da Europa Ocidental mais desenvolvidos, se assista a situações que consubstanciem aproximações a essa sociedade de lazer, de forma temporária e para alguns estractos populacionais da actual geração activa.

Por exemplo, até admito que, em situações de transição, possamos assistir à renúncia de aumentos salarias com redução do tempo do trabalho, em simultâneo com a entrada no mercado de uma nova geração, sem vínculo contratual de trabalho, mas num regime de comissionista ou representanção comercial, franchising e outsourcing, encarregue ela própria de suportar e pagar os seus esquemas de segurança e protecção social. Deste modo, todo uma nova geração entra no mercado de trabalho com outra cultura e sem direitos a defender, uma vez que nunca os tiveram, e a quem não será dada escolha de os ter, a não ser pelo seu próprio bolso. Simultâneamente, esta situação permitirá, gradualmente nuns casos e de forma rápida noutros, reduzir o custo médio do trabalho, repartindo-o entre os caros, que se irão reformar, e os novos, os mais baratos, que irão ficar.

Claro está que, os criadores de valor, detentores do saber da sua criação, nas várias áreas, serão sempre agraciados com riqueza e um pacote de benefícios pagos pelos empregadores.

Por outro lado, assistiremos ainda mais à mercenarização indiferente destes criadores de valor, algo que fará corar de vergonha até a mais mercenária equipa desportiva.

Mas é assim, todos sabemos que sem palhaços não há circo.

idadedapedra disse...

essa coisa de se poder optar por seguros de saúde pagos por nós próprios, parece-me que promove insjustiça social. É que assim quem não tem dinheiro para pagar seguro tá lixado, porque o sistema nacional de saúde estará mais pobre sem a contribuição dos ricos...
Ou seja, quem se lixa é sempre o mexilhão

reb disse...

Mas uma coisa é certa: uma sociedade totalmente tecnológica esbate as diferenças entre os individuos, não é?
não preciso de ter a força de um homem, não preciso de ter jeito pra desenhar pra projectar uma casa ou outro espaço...
Já pensaram nisso?

Tão só, um Pai disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tão só, um Pai disse...

IdP,

Pois, mas quem, uma vez, paga e não tem, não quer comprar mais e voltar a pagar pelo que não tem. Experimenta outra coisa.

Seja como for, até o conhecimento dos criadores de valor será uma "comodity", pela lógica dos grandes números que se avizinha. Nessa altura, logo veremos como se adapta a aristocracia ocidental do conhecimento, se vai ou não precisar, quando não exigir, outra vez, a coisa pública.

Por outro lado, até os fornecedores de seguros de saúde podem ir á falência. Se os tempos não são bons para uns, também o poderão não ser para todos.

As epidemias andam por aí. Nunca mais ouvimos falar da gripe asiática, o que não deixa de ser curioso. Por vezes, a natureza põe alguma ordem nas coisas.

As crises políticas e sociais, de repente, saem do latente surgem em todo o seu esplendor. Como o recrudescer da guerrilha maoista num estado indiano. Já para não falar da velha guerra entre siks e hindus, normalmente estaladas á bomba com o assassinato de políticos e presidentes.

A China também terá os seus talibans e al-qhaedas. Nós é que não o sabemos.

JR disse...

REB, e quem projecta as máquinas? E outra questãozinha: Se as máquinas fazem tudo, o individuo não precisa de fazer nada, portanto não precisa de ser remunerado. Então quem compra o que as máquinas produzem? Para quê produzir?
Então, sim, iremos todos para a cama de rede debaixo de uma palmeira. Só é preciso esperar que oum peixito venha à rede, colher uma banana, etc

TãoSóUmPai disse...

... aí está um pequeno fait-divers ... se, aqui e no resto do mundo, ficarmos todos de barriga para o ar, alimenta-mo-nos do ar, que é muito nutritivo ... :) ... de resto, as banabas e os coqueiros despegam-se sózinhos ... e há outra coisa, quanto mais automatizadas forem as máquinas, maior a produtividade do que as governam ... mas não serão remunerados por isso, apenas pelo que o mercado oferece e, numa conjuntura de baixa procura de trabalho, a remuneração será sempre baixa, o que viola uns postuladozitos sobre o equilíbrio, da teoria económica neoclássica ... nomedamente o de se utilizar o trabalho até o seu custo marginal ser igual à produtividade marginal ... mas enfim,o que é uma teoriazita no meio disto tudo ...

reb disse...

Essa das bananas se despegarem sozinhas é novidade pra mim :)
Dos coqueiros sabia :)

Já agora, caro economista, define-me "trabalho" numa época futura e totalmente tecnologizada :)
Que trabalhos se manterão e quais deixarão de existir? ( com direito a remuneração)

Mais uma perguntinha: a tecnologia é, em si mesma, um meio ou um fim? :)

TãoSóUmPai disse...

Reb,

Definição para isto?
" "trabalho" numa época futura e totalmente tecnologizada :)
Que trabalhos se manterão e quais deixarão de existir? ( com direito a remuneração) "

:) Não há. Nunca o saberemos. Não conhecemos as forma de energia do futuro, que alimentarão as máquinas. Nem do que elas serão feitas. Todos gostamos de sonhar com a robotização, máquinas interactivas que se confundem com os humanos, mas isso não passa, para já, de uma utopia como qualquer outra. Utopias criamos as que quisermos, até a da definhação crescente do corpo, adaptando-se à exiguidade dos recuros.
Por isso, és livre de escolher, para definição, a utopia que quiseres :)

Se a tecnologia é um meio ou um fim?
Interpretando, na tua pergunta, o "fim" como o "fim da macacada", nesse sentido, a tecnologia é um meio de sobrevivência para uns e o fim da mesma para outros. Não o foi, sempre, ao longgo da história e em todas as áreas?

reb disse...

TS1pai, qdo perguntava se a tecnologia é um fim em si mesma ou um meio, referia-me ao seguinte:
que eu saiba a tecnolgia é um meio para chegarmos mais rápido aos nossos objectivos. Ou seja, introduz rapidez e simplificação.
Os objectivoa da humanidade são mais vastos do que "comunicar virtualmente", não é verdade?
Mas, se nos perdermos nesse processo/ caminho e passarmos a viver e a trabalhar com computadores, então perderemos, certamente, outros objectivos, e passaremos a usar a tecnologia como o objectivo único. De descoberta em descoberta, de avanço em avanço para atingir o quê?
Passaremos a ser hiper-especializados nesta área?
Não fica nada de fora disto??

Tão só, um Pai disse...

Reb, pões uma questões interessantes mas as variáveis é que não estão bem clarificadas, quanto aos objectivos e à especialização.

Comecemos pelos primeiros, os objectivos, ou melhor, o objectivo para o qual a tecnologia nos é disponibilizada é o da criação de valor, tangível ou intangível, quer enquanto meio de produção, quer enquanto insrumento lúdico, no que incluo o social. Mesmo enquanto instrumento lúdico, cria valor, para quem fornece a tecnologia e para quem a usa, da mesma forma que qualquer produto ou serviço cria valor para o seu consumidor e produtor.

Quanto à especialização, a tecnologia é, cada vez mais, especializada, pois, duma forma crescente, integra informação e conhecimento avançado. Deste modo, a desmaterizalização da informação, da execução e do controle dos processos, ou seja, em tudo o que não tenha a ver com a criação, substitui e liberta, pelo menos, uma geração, da sua intervenção na criação de valor e, por isso, aparta-a do usufruto de um valor que não criou. Os que, residualmente, se mantiverem, assumem funções simples e são facilmente substituíveis. De iugal modo, a simplificação permite que só uma pessoa faça, em simultâneamente, a gestão de vários processos, diminuindo-se ao mínimo o risco operacional da intervenção humana. O lugar para erro diminui ao seu mínimo porque o custo do erro tornou-se, face à escala da operação e à regulamentação, algo de insuportável.
Resta o trabalho criativo, ou seja, a construção de algo que não é padronizável, incluindo a responsabilidade pela tomada de decisão, em que a tecnologia lhe serve de suporte, umas vezes mais e, outras, menos especializada. Em resumo, a tecnologia, em si, não é um objectivo mas, outro sim, é-o a competição pela criação de valor.

reb disse...

ts1pai, pq é que eu, às vezes, não consigo entender o que tu dizes? :))

Tão só, um Pai disse...

:) supõe que és dona de uma clínica médica, sem computadores e só papel. Às tantas, tens tantos clientes que equacionas duas hipóteses: ou aumentas o número de administrativos ou instalas um sistemazinho informático e reduzes, ainda, o número de administrativos. Os médicos passam a, directa e mais rapidamente, aceder às fichas dos seus pacientes, marcarem a nova consulta, o sistema envia um um aviso prévio por sms ao cliente e tudo é automaticamente arquivado. Qual é a opção que escolhes como mais adequada? :) Achas que tem de haver alguém especializado a fazer o resto que os médicos não fazem?

Supõe que dás explicações em casa. O teu sucesso é tão grande que equacionas alugar um conjunto de lojas e contratar mais explicadores, ou, simultâneamente às explicações em casa, equacionas fazê-lo, também, através de videoconferência pela internet. Ainda por cima, neste último caso, já poderás dar explicações a gente fora da zona da tua residência. Qual a opção que escolhes? Se depende, dependo do quê?

Tão só, um Pai disse...

Em ambos os casos, qual é o teu objectivo?

Em ambos os casos, a tecnologia é um meio ou um objectivo?

reb disse...

A questão é essa: no caso da clinica, faz todo o sentido ter um sistema facilitador.
No caso das explicações on line, isso nunca substituirá a relação humana prof/ aluno, em que um, compreende, olhos nos olhos, as dúvidas do outro e o esclarece...
Neste 2º caso, a tecnologia serve para produzir fichas de trabalho, etc.
É um meio mas não é o único...
E deve ser assim em todas as profissões que lidam com pessoas..
Um médico tb não pode dar consultas online, pode apenas dar conselhos, esclarecer dúvidas, não é?
Ora, neste frenesim tecnologico, será que não se eaquece que os computadores são nossos auxiliares e não nos substituem?

idadedapedra disse...

há coisas que até um médico pode fazer online.
Até há já um site de consultas de psicologia online... estão olhos nos olhos se quiserem e tudo... só não cheiram (o que até pode ser uma vantagem :)

TãoSóUmPai disse...

REB,
Os computadores substituem. Já ouviste falar do e-learning?
E ... não respondeste às minhas perguntas sobre os objectivos.
Já agora, os sistemas que se vão introduzidos são, eles próprios e cada vez mais, eliminadores de intermediários e contentores de conhecimento especializado. Por outro lado, limita-se ao mínimo a intervenção humana na intervenção de dados e, quando se o permite, ela é, cada vez mais, efectuada por trabalho não especializado. Um sistema não tem de comer e não se cansa. Se estiver bem desenhado, não comete erros. Os erros, nomeadamente na área financeira, são muito caros. Também na área financeira se elimina a intermediação de trabalho, pela ligação do cliente, directamente, aos sistemas das instituições financeiras. Cada vez mais, onde antes o contacto pessoal jogava um papel importante, hoje ele é substituído pela video-conferência e pelo e-mail.

reb disse...

Nas profissões que implicam uma relação humana com o que isso implica: confiança, nada substitui a presença.
O e-learning até pode ser útil para adultos, pessoas já formadas e que têm objectivos claros, mas nunca substituirá as aprendizagens dos mais novos...

JR disse...

A tecnologia, a economia, as ideologias (políticas), etc. são fins em si mesmo.
Porquê?
Já há uns tempos atrás vos referi a existência de um livrinho constituído por (creio que) seis artigos escritos por Jurgen Habermas, com o título “Técnica e Ciência Como «Ideologia»”. Nesse livrinho, das edições 70, está suficientemente argumentado o porquê do ser humano como um meio ao serviço de tudo aquilo que supostamente serviria para o libertar.
Mas bastará, parece-me, reflectir um pouco sobre alguns conceitos como o que diz que o mercado se regula a si mesmo, para verificar que não há um mercado ao serviço do humano, mas sim um humano que está ao serviço do mercado.
Quando as ideologias (sejam explicitamente políticas/partidárias, ou apenas sistemas de ideias) anunciam tretas como o direito à liberdade, o direito à saúde, o inalienável valor da vida, bastará olhar à volta (e não, não é preciso sair das democraciazinhas ocidentais, ou sequer deste país) para comprovar a falácia de todos estes discursos. É o mercado que dita quem tem emprego e quem é despedido. É o mercado que dita a idade da reforma, que aumenta o horário de trabalho, que reduz os salários, que especula com alimentos (enquanto destrói produções) ou com petróleo (parece que 50% do custo é mera especulação).
Sobre quem recaem as consequências?
Então, não é o homem o escravo, o meio?
De que servem as ideologias, senão para conformarem (colocarem em conformidade) o humano a este senhor sem rosto que é o mercado, ou, como alguns gostam fatalisticamente de dizer, com a vida. A vida é assim, a vida é assado, sempre foi assim, sempre assim será.
Mentira.
Só é assim, porque é mais cómodo. Porque na aparência é mais fácil conformarmo-nos, do que agir.
Mas conformarmo-nos é assumir que nós próprios não valemos a pena. É o esquecimento de si mesmo.
Agir, só na aparência é mais difícil. Talvez devêssemos começar por nós mesmos. Começar pelo respeito por nós mesmos.
É muito bonito dizer aquelas tretas do Agostinho da Silva, por exemplo sobre a contradição. Mas, meus caros, o homem não era nenhum Deus, não era o detentor da razão. Apenas de uma razão: a sua. Mas então, que haja a coragem de o seguir nas suas convicções. Comecem por um acto simples: rasguem o Bilhete de Identidade (ele não o possuía, parece que nunca o possuiu). Quando o fizerem, poderemos voltar a falar das suas contradições.
Porque, meus amigos, aquilo que retiveram foi o folclore, não os princípios e convicções profundas e a prática do Agostinho.
Não basta o encantamento das palavras. É preciso a acção.
Porque sem acção, o sistema, a economia e essas coisas todas continuarão a ser um fim em si mesmos.
O humano, nós, continuaremos a ser os meios que realizam esse fim: o extermínio da humanidade (ui... que melodramático).

reb disse...

Concordo com os pressupostos, não concordo com a tua noção de "agir".

Vamos à análise que apresentas: somos um meio para o mercado funcionar. Enqto "espécie", tens razão. Desde que nascemos que somos programados,a família, a escola, a sociedade em geral...
A liberdade de escolha que temos é diminuta. ( é contra isso que se insurge o rapaz do filme "into the wild").
Resta-nos a consciência, que alguns desenvolvem, outros não.
Eu posso levar a minha vida inteira sem ter consciencia de mim ou do que me rodeia, sem perceber o "esquema" em que estou metida...em resumo, sem pensar.
Mas posso ser consciente e, então, farei as concessões necessárias para poder viver de uma forma ajustada ao sistema, pondo algo de meu ( pessoal) naquilo que faço ( trabalho) e escolher o que fazer do meu tempo livre.
O Agostinho da Silva era um radical. Optou por viver segundo as suas "crenças". Lembro-me de o ouvir, numa entrevista, dizer que a escola não servia para nada e que os meninos só deviam aprender a ler por volta dos 12 anos, pq antes disso, andavam a "ler" o mundo. Mas ele tinha licenciatura e doutoramentos, etc.
Essas ideias são bonitas enqto ideias. Se postas em prática levam ao desajustamento total e ninguém é feliz desajustado.
Por isso, valha-nos o bom senso, a consciencia, e alguma acção coerente...