domingo, 11 de maio de 2008

Selecção natural versus selecção artificial

Aqui vai um excerto de um artigo do biólogo Tomás de Montemor:


"A grande vantagem da diversificação é a capacidade que confere à natureza de explorar todas as oportunidades e de se defender de todas as mudanças. Há sempre uma solução alternativa, um substituto ou uma aplicação diferente para os genes que deixam de ser úteis,..."

" A diversificação garante vantagem biológica. Quem a desperdiçar pode ser apelidado de tolo"

"O que a selecção artificial, por exemplo, tem feito ao longo dos últimos anos, é apurar certas características dos animais domésticos, de forma a criar "super-raças". O mesmo acontece com os vegetais"
" No caso dos bovinos, a história é paradigmática. Há 50 anos considerávamos uma campeã a vaca que produzia 30 litros de leite por dia. Hoje há muitas que conseguem produções acima dos 60 litros/ dia. São seleccionados os melhores animais e são usados para progenitores das novas gerações. Com a inseminação artificial, poucos touros de elevado mérito espalharam os seus genes, através do semen congelado, pelo mundo inteiro; a seguir chegou a transferência de embriões e, finalmente, a clonagem."
"É a diversidade genética que se vai perdendo com esses passos tecnológicos. Ao usar, repetir ou copiar sempre as mesmas combinações genéticas, estamos a purificar as características, mas tb apuramos os defeitos. Criamos máquinas de fazer leite, mas tb teremos vacas mais susceptíveis a doenças, mais inferteis, com menor longevidade, mais predispostas a lesões, etc."
" E o que fazemos se a certa altura um nova e fulminante doença atingir os animais portadores de uma determinada combinação genética...o "arranjo genético" escolhido por nós?"

IP, esta é para ti :)

73 comentários:

Tão só, um Pai disse...

... se calhar, não precisamos de beber tanto leite. Os burros tornaram-se uma espeécie em vias de extinção. E, quem sabe, se em vez de lutarmos "contra" o cancro, devessesmos lutar "com" o cancro.

harumi disse...

Os evolucionistas andam há duzentos anos a tentar demonstrar que o criacionismo enquanto explicação religiosa para a criação do universo, é uma teoria sem fundamento científico.
Ao retirarmos nós o lugar à selecção natural, no que ao desenvolvimento das espécies diz respeito, não estaremos nós a abrir uma nova vertente criacionista, mas desta vez com base científica?

reb disse...

Colocas aqui uma questão interessante.
A mim, parece-me que há um equilíbrio fantástico na natureza, e qdo nós tentamos fazer de "Deus" e alteramos a ordem natural das coisas, passados uns tempos cai-nos uma "desordem" em cima...

Há dias li que, por cada espécie que é extinta( animais ou plantas) fica um "buraco", um "vazio" na biodiversidade que nunca mais é preenchido!

Um lugar ao Sul disse...

O próprio desequilibro causado pelos humanos no mundo não é mais que a "selecção natural" a adaptação de determinada espécie acaba por eliminar outras menos adaptadas!

Há milhares de anos atrás as espécies mais adaptadas, por uma mutação genética ou simples selecção de características físicas ou morfológicas, venciam e acabavam por reduzir ou mesmo eliminar as outras, era assim a natureza.

Em milhares de anos a espécie humana evoluiu de forma exponencial relativamente às outras e isso implicou, devido às suas acções, a redução ao mínimo ou à extinção de outras. Não será isto a selecção natural que fez girar o mundo desde o início da vida?

Embora não partilhe desta opinião, e ache que estamos a destruir, não as outras espécies, mas sim a nossa própria espécie, não serão todas aquelas acções de preservação forçada e inseminação compulsiva de espécies em vias de extinção um acto "contra natura"?

reb disse...

Bem, nuno, isto parece-me confuso :)
Primeiro, não podes chamar "selecção natural" à nossa poluição ambiental, destruição de habitats e respectivas espécies :))
De natural não tem nada :))
Segundo, realmente estamos a destruir a nossa espécie, mas antes disso, destruimos montes de outras espécies que têm direito à vida e fazem falta ao eco-sistema.
Terceiro, as espécies em vias de extinção são protegidas em reservas. Que eu saiba não se fazem inseminações artificais nessas espécies, fazem-se é nos animais domésticos para nos servirem melhor :)

Um lugar ao Sul disse...

Digamos que podes considerar a poluição e destruição de habitats efeitos colaterais da expansão humana, como os animais na selva conquistam territórios, nós fizemos o mesmo mas a grande (enorme) escala.

Quanto à inseminação natural nas espécies ameaçadas é pratica corrente, para "forçar" uma reprodução quando estamos numa luta contra o tempo. Mas essas reservas criadas especificamente para salvar espécies não vai contra a lei da natureza, da sobrevivência (não do mais forte) mas do melhor adaptado?

Quem não se conseguiu adaptar, ala para o planeta dos anjinhos (isto agora é o meu sentido mórbido a falar)

reb disse...

Para mim, a destruição de habitats não é um efeito colateral, é o que está implicito na palavra "destuição".
Não acho que isso seja comparável à selecção natural. Numa guerra, por exemplo, todas aquelas mortes são conisderadas "mortes naturais"? ( era só uma comparação)

As reservas são meios artificiais necessários para contrabalançar a agressão desmesurada do homem sobre a natureza e consequente exterminio de espécies.

Um lugar ao Sul disse...

As reservas para mim são contra natura (mas acho que se devem incentivar)

Quanto ao exemplo das guerras, a relação presa-predador, achas que quando a presa é capturada é considerada morte natura? Não é como uma guerra, mas a menor escala?

(num podes tirar as letras de confirmação? parece os exames oftalmológicos)

reb disse...

Pois, mas a escala é muitooooo importante!!!!
Qdo acabas com uma espécie, isso significa que mataste muitos mais do que a natureza iria matar...

É nessa mortandade, nesse extermínio que reside a destruição!

essas letras não sou eu que as ponho lá. Tb tenho que as escrever :)
Já me disseram que são uma medida de segurança :)

Um lugar ao Sul disse...

A própria natureza acabou com muitas espécies no passado, antes do homem por cá os pesinhos! Quando ainda andava plo paraíso (até a eva fazer asneiras)

(no meu eu não tenho de por as letrinhas)

reb disse...

Se a natureza decide acabar com isto, é lá com ela que é sábia :)

nós somos só burros :)

( sem ofensa para o animal )

Um lugar ao Sul disse...

"E o burro sou eu? E o burro sou eu?" (Scolari)

idadedapedra disse...

Por aqui o PDSPM tem-me impedido de me manifestar.
Ora vamos lá a ver se consigo escrever alguma coisita antes de chegar o primeiro doente.
Começo pelo fim em que se põe a questão de poder aparecer um novo micróbio que as espécies por nós modificadas não consigam combater. Ora isso parece-me disparate: um novo micróbio pode aparecer a qualquer momento e matar uma qualquer espécie porque ainda não tinha imunidade para ela. Foi o que aconteceu aos índios com o sarampo, certo? Dizimou tanto como os colonos.
Depois, na prática, o que o Nuno diz não me parece errado: a selecção natural realmente continua a actuar, mas é a nível mais universal: a espécie humana sobrevive às outas, é mais competente para a sobrevivência; ou seja, não actua tanto na espécie em si, mas na competição entre espécies. Mas para a manutenção duma espécie, para além de bons genes para a sobrevivência do indivíduo, é necessário que não dê cabo do habitat onde vive. Ao que parece os dinossauros deram cabo do habitat deles porque comiam mais do que a natureza conseguia produzir (embora hoje não seja essa a explicação para o seu desaparecimento). Portanto, a espécie humana põe-se em risco pela destruição do habitat. O chato disto tudo é que o habitat da espécie humana é o mundo todo e a destruição da nossa espécie implicará provavelmente a destruição de muitas outras, senão mesmo do planeta.
Quanto a essas manipulações genéticas... se estou de acordo... isso é muito polémico.
Quando há uma alteração genética não manipulada, ela só fará desse indivíduo um indivíduo mais apto se esse gene não provocar outras alterações menos boas. Imagina que o gene que fez com que aquele macacóide inicial ficasse com o polegar mais oponente, codificava também o tamanho dos pulmões e a alteração o fizesse menos apto para respirar. Ora, por muito bom que ele fosse com as mãozinhas, não ía sobreviver.
Quando nós provocamos alterações genéticas, corremos o mesmo risco. portanto algumas darão indivíduos mais aptos, outras não. Se a aptidão for por exemplo um cão duma raça muito apurada, muito lindo, muito requisitado, nós vamos fazê-lo reproduzir-se mais, mesmo que viva menos anos, porque o que interessa é vendê-lo... aí realmente não deixamos actuar a selacção natural.
E acabou de chegar o primeiro menino... adios

reb disse...

Mas uma espécie mto apurada ( como os tais cães de raça de que falas ou as vacas de que fala o biólogo) tb têm, em alguns aspectos, maiores fragilidades, não é? Será da consanguinidade?
O que depreendi do texto foi que, ao "produzirmos" espécies muito perfeitas ( para o fim que se pretende) tb produziremos espécies menos imunes, pq a selecção artificial não obedece às leis de adaptação da natureza...

Diz o tomás de montemor no mesmo texto:
" A quase infinita dimensão da diversificação só é possivel graças à arquitectura encontrada para preservar e transmitir as caracteristicas de todos os seres vivos - o código genético, expresso numa pequena molécula guardada com dedicação no interior das células e chamado ADN ( acido desoxirribonucleico). Ao alterar certos genes ou promover novas combinações em cada cruzamento entre individuos, a natureza inventa elementos que podem beneficiar ou inviabilizar o novo ser. Se beneficiar, este sobrevive e deixa descendencia ( darwin).
A grande vantagem da diversificação é a capacidade que confere à natureza de explorar todas as oportunidades e de se defender de todas as mudanças( fala de "tragédias ecologicas naturais", como a que acabou com os dinossauros)
Há sempre uma solução alternativa, um substituto ou uma aplicação diferente para os genes que deixam de ser úteis. Aqueles que não se adaptam, deixam um nicho vago que a natureza rapidamente ocupa, procurando no seu enorme baú de genes aqueles que melhor se encaixam."

Acabei de verificar que o homem é veterinário e biólogo :)

JR disse...

Humm... Acho que estão a esquecer-se de um outro pequeno pormenor: Então e a espécie humana? Os humanos não têm estado nos últimos (sei lá, 100 anos?) a fazer selecção?
O que é a medicina, senão a pretensão de dominar a natureza no que se refere à morte, para assim escapar a outros determinismos?
A medicina impede que à nascença morram muitos dos que na “natureza” não teriam condições de sobrevivência. Deficientes físicos, hemofílicos e outros que agora não me lembro (mas a IP há-de lembrar-se). A protecção que a espécie dá aos menores, aos doentes, etc. A protecção que o humano constrói para escapar ao determinismo da natureza. Isto, também é uma forma de selecção. Existimos, porque o fizemos. E o que se fez tem um custo. Aumentámos exponencialmente o número de habitantes e isso seria suficiente para o extermínio de várias espécies, mesmo que directamente nada fizéssemos para as eliminar. Nem me parece que esse desaparecimento fosse um problema de maior. O grave é a escala e sobretudo a velocidade a que acontecem, porque não permite um ajustamento gradual e provoca demasiados desequilíbrios.
E já agora, alguém me pode explicar o que é isso do direito que os animaizinhos têm? E nesses animaizinhos podemos incluir o humano.
É que falar de direitos só tem sentido (e só existe) por relação ao humano. Isto é, o humano é que inventou essa coisa dos direitos. Na natureza não existe qualquer direito, a não ser, talvez, “O direito do mais forte à liberdade”.
ja

JR disse...

Não sei porquê, mas apareceu um "ja" no fim do comentário anterior. Está a mais.

reb disse...

O homem inventou os direitos pq tb inventou a destruição massiça.
Do seu lugar de predador na "cadeia alimentar" passou para o topo ao construir armas que destroem natureza ( outros homens, animais e plantas).
A invenção dos "direitos" foi uma tentativa de moralizar a destruição e o abuso...
Ainda bem que há quem defenda os direitos dos outros animais, que não possuem neurónios suficientes para contra-atacar ( eu sou uma dessas defensoras)

idadedapedra disse...

Reb: eu nunca mais vou a um restaurante chinês porque vi um vídeo em que eles andavam a apanhar cães e gatos, metiam dentro de gaiolas pequenas à dúzia que transportavam ao pontapé até aos restaurantes. Duma crueldade que não me permitiu ver tudo porque não se aguenta. Um dia destes, se for a um matadouro de vacas, deixarei de comer vaca concerteza porque devem ser tratadas da mesma forma por aqui na nossa terra, e frangos e porcos e etc etc.
Defender os animais devia incluir este tipo de coisas, mas ser vegetariano é tão desemchabido :)

Tão só, um Pai disse...

:) daqui a bocado, as plantas também se queixam ... :)

reb disse...

IP, isso de que falas passava-se na china, não?
Nos restaurantes chineses em portugal, não comemos cão e gato, pois não??!!!
Só de pensar nisso, fico arrepiada...
Uma vez vi um documentário sobre transporte de animais ( não sei se vacas ou porcos) nesses camiões tir,pela europa fora. Iam esmagados uns contra os outros, sem água... À chegada ao destino, alguns tinham morrido...
Sabes, qdo vejo essas coisas, dá-me uma raiva tão grande contra a prepotência do homem, a falta de respeito pelos outros animais do planeta, que me apetece desatar aos tiros...

Um lugar ao Sul disse...

o JR levantou uma questão importante, o que o homem faz ao desenvolver melhores cuidados de saúde, salvando pessoas que a natureza (e as suas leis) se encarregavam de eliminar está a interferir no ecossistema, porque ninguém fala nisto e defende que devíamos acabar com isso porque estamos a desequilibrar a balança da vida?

É verdade que o Homem está a interferir com a teoria que o Darwin defendeu, mas não é por isso que vamos voltar ao tempo dos macacos. Acho bem que devemos minimizar ao máximo os impactos, mas isso é difícil, e quem criticar o homem está a ser hipócrita, porque também o está a fazer! Indirectamente todos poluímos e forçamos à destruição massiva das florestas e afins.

Ip, não sabia essa dos índios e do sarampo :p são mm fraquinhos, eh eh

Essa dos dinossauros não acredito muito, porque a própria espécie tem mecanismos de autocontrolo, faz-me lembrar aqueles gráficos sinusoidais inversos dos tubarões e dos peixinhos, estás a ver do que estou a falar?

Quando à muito alimento (presas, peixinhos) a quantidade de predadores (tubarões) cresce e come muitos peixinhos, que vão diminuindo, e enquanto isso os tubarões, tendo menos alimento vão-se reproduzindo menos, alguns morrem e diminui a sua população.. e por ai fora...

reb, essa tua fúria também engloba quem esmaga à noite os mosquitos, que não nos deixam dormir?

reb disse...

Mosquitos ou parasitas, dispenso :)
Se existem é pq fazem falta ao ecossistema, mas não sinto solidariedade por eles :)

Refiro-me a animais com emoções, tal como nós, o que a IP pode explicar melhor, pelos estudos do cérebro dos ditos, que comprovam que a zona de emoções tb existe nos outros animais...

Um lugar ao Sul disse...

Num estás a ser um cadito fachista? A escolher uns animais em detrimento de outros? Isso sim é das maiores injustiças que podes fazer, como se sentirão os animaizinhos discriminados por ti? Taditos... :(

JR disse...

Então e os frangos? E as galinhas? Até o bico lhes cortam nos aviários.
Cães e gatos nos chineses de cá? Não há cães e gatos suficientes. Mas por acaso já encontraram algum gato ou cão vivo, nas proximidades?
E isso é só preconceito.

idadedapedra disse...

NAV:
sempre que aparece um novo vírus numa população, se ele for suficientemente agressivo, mata milhares antes que a população consiga imunidade. Lá na terra dos índios nunca tinha aparecido o sarampo mas navegou com os colonos. E por exemplo nos bebés pequeninos, a protecção dada pela mãe durante a gravidez dura cerca de 6 meses, mas é preciso que a mãe tenha tido a doença. Portanto aquilo por lá foi um ver se te avias.
Os dinossauros, eu disse que actualmente não é essa a teoria para o seu desaparecimento, mas provavelmente houve alturas de muita fominha, tal como os tubarões que descreves.
e sim, o homem faz uma selecção anti-natural do homem, fazendo sobreviver pessoas que morreriam antes da medicina... mas fascitóide seria não o fazer mas continuar a matar mosquitos :)
JR: pois, é o que eu digo, se me mandam muitos videos desses tenho que me tornar vegetariana e aí morro de tristeza porque eu gosto tanto dum bom entrecosto.
Mas pronto, para ser coerente, daqui a uns anitos tenho uma casita no alentejo e crio os meus bichos e dou-lhes uma vida muito feliz e só quando já não tenho carne é que peço ao vizinho do lado que venha matar uma das minhas galinhas

idadedapedra disse...

se quiserem mando-vos o link do video dos chinocas mas não aconselho a ninguém que goste muito de cães e gatos

reb disse...

Não queroooo!!!

:)

Um lugar ao Sul disse...

Eu acho que já conheço o vídeo de que falas. Os chinocas são assim, mas por aqui também não é melhor, já viram como são os aviários? Os pintos mal têm espaço para pousar as patas no chão, dão-lhes comida tipo fermento de engorda, os animais crescem a um ritmo 6 a ou 8 vezes mais do que se desenvolveriam num campo a debicar a ervinha verde! E as galinhas poedeiras? Que estão 24 horas sobre umal luz forte, que lhes altera o relógio biológico para estarem sempre a por ovos, e não esperarem pelo dia seguinte?

E os bois no matadouro que vão em filinha indiana encaminhados até ao matador, que lhes dá um choque eléctrico no cérebro que os faz tomar no momento? Mas há alguns, que por se falhar na mira, tombam para o lado e continuam a espernear até que alguem vai lá e...

...truz!

reb disse...

É horrível,não é, nuno?

Não te dá vontade de chorar?...

Ás vezes imagino que existia um animal mais inteligente do que o homem e igualmente perverso e insensivel e que nos aplicava torturas dessas...

idadedapedra disse...

"planeta dos macacos"

reb disse...

Pois :)

Um lugar ao Sul disse...

No chores reb, ja passou, prontos, prontos... o bicho papão já foi embora...

pois, mas das formigas que são calcadas todos os dias, mas moscas esborrachadas contra o tecto ninguém fala... já pensaram que também têm mamãs e papás?

reb disse...

nuno, tu és um insensivel :))


Aprecio as formigas pela organização social que têm....as moscas, acho-a umas patetas e que, ainda por cima, só gostam de porcaria :)

Um lugar ao Sul disse...

As formigas são como os chineses, eles são tantos que de vez em quando é necessário equilibrar a balança. É isso que faz as catástrofes e o próprio governo quando se lembra de fazer mais uma mortandade!

Num me chames insensível, eu sou um romântico sentimentalista hi hi :p

reb disse...

Uma questão que sempre me intrigou é a seguinte: pq razão as grandes catástrofes ou as grandes epidemias geralmente acontecem em países pobres, super-povoados?
Já sei que se situam em zonas críticas do ponto de vista das placas terrestres etc...mas pq razão vivem lá tantos? :)

idadedapedra disse...

as epidemias eu sei-te dizer: é porque as condições de salubridade são más e a população vive muito juntinha o que facilita a propagação.
As catástrofes serão piores se por exemplo os edifícios não forem à prova de sismos e furacões e etc.
Depois, o que acontece é que se resolvem mais rapidamente as sequelas das catástrofes nos países ricos. Mas olha que lá pelos states tb há muitos furacões e afins...

Um lugar ao Sul disse...

a IP já respondeu À pergunta. Há uma zona no mundo crítica a nível de mundial a nível de localização de vulcões e possibilidade de sismos, chama-se Anel de fogo do Pacífico. Grande parte das catástrofes sismológicas dão-se nessa zona. Já a nível de tufões e furacões não sei se existem alguma zona em que as condições sejam mais propícias, se alguém souber que informe aqui a gente.

Quando ao aparato das catástrofes se darem em zonas pobres, vamos acreditar que lá em cima o Senhor não e sádico e gosta de bater sempre nos pobrezinhos. O que se passa, como a IP disse, um sismo d grandes dimensões têm um impacto destrutivo bastante superior em zonas pobres pois as suas infraestruturas não têm a mesma solidez que nas zonas ricas e novas. Nas zonas pobres e antigas não há qualquer organização a nível de planos de segurança, evacuação, prevenção de catástrofes, os edifícios não foram construídos a pensar no assunto. Nas zonas ricas, os edifícios são mais recentes, e a sua construção teve em conta a possibilidade de sismos, as próprias cidades estão preparadas para catástrofes, por isso, um sismo de igual intensidade faz muitos mais estragos numa zona antiga que numa zona nova.

Ser rico não salva a vida, mas ajuda...

idadedapedra disse...

há zonas de furacões sim, que eu saiba para ali para os lados das caraíbas, florida e mais não sei onde

Um lugar ao Sul disse...

Mas qual é a razão?

reb disse...

Sim, há zonas de furacões nas américas e as casas deles são muitas vezes pre-fabricadas e de madeira. Mas têm abrigos subterraneos. Sempre me intrigou esta coisa de casas pre-fabricadas nos states, em zonas de furacões. A explicação que me deram foi que era mais fácil erguerem-se outras...

qto aos sismos e outras desgraças dessas, claro que há as condições de vida das pessoas....mas isso só dificulta a recuperação dos danos. Para além disso, o tsunami de há 2 anos, o ciclone da birmania agora e o sismo da china foram muito potentes ( tanto qto o nosso de 1755) e na china depois do grande houve cento e tal mais pequenos. Trata-se de uma zona sísmica. Assim sendo, como vivem lá tantas pessoas? com que frequencia há desses sismos por essas zonas?
Outra coisa que me intriga é como há pessoas a viverem perto de vulcões( vi isso nos açores) que, embora estejam extintos, já em tempos provocaram grandes danos..


E, só para terminar, acho inacreditável que o governo da birmania não deixe entrar a ajuda internacional, pq atras viriam os jornalistas que falarima mal deles!!!

reb disse...

a razão é semlehante a nós (portugal) estarmos numa zona de " depressões" meteorológicas vindas dos açores :)
nunca ouviste oe smeteorologistas dizerem " mau tempo devido à superficie frontal dos açores"? :)

Um lugar ao Sul disse...

Oh linda, os chineses são 1300 milhões, eles têm de viver em todo o lado, são 20 a 25% da população mundial, acontecer um sismo onde estão chineses é quase um acontecimento certo!

Quanto à Birmânia, são ditaduras, e as ditaduras têm dificuldade em lidar com a opinião pública externa (já que a nível interno a população não tem opinião).

E quanto ao mau tempo dos Açores, já lá diz o ditado: "Dos Açores nem bom vento nem bom casamento"! :D

reb disse...

lol, esse ditado aplica-se a espanha :)
nunca o tinha ouvido sobre os açores :))

Um lugar ao Sul disse...

Nem eu, mas aproveitei o teu mote...

reb disse...

Eu acho que, para isto ter o ritmo certo, devia ser:
do convento, nem bom vento nem bom casamento :)

Um lugar ao Sul disse...

Num percebi...

reb disse...

sempre achei que espanha não rimava com vento e açores tb não...
a 1º palavra que me ocorreu a rimar com vento foi convento...
capicci?

Um lugar ao Sul disse...

loooooool, que seca...

idadedapedra disse...

eu sou pediatra, não sou meteorologista... sei lá eu porque é que há mais furacões uns sítios que noutros... mas que los hay, los hay

Um lugar ao Sul disse...

Já ouviste falar do efeito borboleta?

reb disse...

HÁ, neste blog, um post que fala do tal efeito borboleta. É o da "imprevisibilidade" :)

idadedapedra disse...

há tantas borboletas no mundo... porque é que elas dirigem os furacões todos para o mesmo sítio?

reb disse...

:))))))

nem todas provocam furacões...são só umas azuis e roxas que levantam voo no inicio da primavera no norte da china :))

Um lugar ao Sul disse...

Eu acho essa teoria altamente discriminatória. Só se fala do efeito borboleta porque elas têm cores bonitas, são um animal esguio, esbelto mas... e todos os outros insectos voadores? As moscas e os mosquitos que a reb tanto adora!

idadedapedra disse...

e eu quando me espreguiço? Não provoco nada? ou muito maior do que a borboleta (nuno, a mim podes-me perguntar a idade mas não me podes perguntar o peso, ok?)

reb disse...

qdo te espreguiças não provocas uma corrente de ar :)

reb disse...

nuno, as asas dos mosquitos não chegam para provocar "ondas de ar" que dão a volta ao planeta :)

Um lugar ao Sul disse...

reb, eles têm umas asas pequeninas, mas batem-nas muitas vezes...

JR disse...

Não sei grande coisa sobre o assunto, mas a formação de tufões e furacões (do vento)tem a ver com o encontro de massas de ar quente com as massas de ar frio. Quanto maior for a diferença, maior a velocidade do vento. As zonas tropicais ão as mais susceptíveis destes acontecimentos porque o ar quente da superfície sobe e entra em contacto com as massas frias da estratosfera (?). As correntes marítimas quentes que existem nessa zona facilitam e promovem o acontecimento. No interior dos continentes o processo é o mesmo. Já devem ter reparado que estes furacões e tufões só acontecem com o calor (à superfície).
Uma experiência interessante é sirem de um edifício com ar condicionado quente. No momento em que abrem a porta e entram em contacto com o frio exterior gera-se um mini tornado.

Um lugar ao Sul disse...

Sim, isso tudo acontece porque há uma diferença de densidades entre o ar quente e o ar frio. O ar quente expande (por isso é que uma bola de futebol vazia ao sol enche) e torna-se menos denso (mais leve). É isso que faz os balões de ar quente subir, ou uma panela de água a ferver (aqui não é com ar, mas com água, mas principio é o mesmo)

idadedapedra disse...

atão se sabias porque é que perguntaste, hein? :)

Um lugar ao Sul disse...

O principio é válido tanto em qualquer ponto do mundo, o que eu não sei é porque acontece mais nuns sítios que outros.

Começo a sentir alguma hostilização para com a minha pessoa :p

idadedapedra disse...

ohhh, tadinho, não é nada hostilização, pronto, pronto, já passou...

atão a explicação disso deve ser aquela que o jr deu, que ali há umas correntes quentes e etc e tal

reb disse...

nuno, não leves a mal. Nós, por aqui, às vezes "pegamo-nos" pq queremos defender as nossas ideias e nem smepre concordamos uns com os outros. Mas é desta diversidade que vem a "riqueza" deste blog.
Acredita que tu és uma boa aquisição para este espaço...eu até ando a ficar com a mão esquerda mais desenferrujada :)

Um lugar ao Sul disse...

Eu sei reb, também estava a brincar!

Mas não gosto quando associas o lado esquerdo ao lado desajeitado!

Já pensaste nas dificuldades que os canhotos sofrem neste mundo? As facas que têm todas a serrilha do mesmo lado (uma faca não é simétrica como o garfo, mas os destros nem sequer sabem isso), os abre-latas que nos obrigam a torcer todos para saborearmos um ananás, todos os utensílios de segurança que não podemos utilizar (como nas máquinas de furar), os ratos de computador que já vêem com o formato da mão direita, já tinhas em alguma coisa disto?

idadedapedra disse...

eu descasco o ananás com uma faca, mas vou experimentar essa do abre-latas porque com a faca não é muito fácil :))))) (dahhhh... seca!)

reb disse...

nuno, eu tenho uma filha canhota...mas nunca me apercebi que ela tivesse qualquer dificuldade em funcionar num mundo feito para dextros.
Aliás, como eu já escrevi aqui, acho que os canhotos são todos ambi-dextros, pq desde pequenos que são forçados a treinar as 2 mãos, que era o que todos deveriamos fazer...
Da necessidade vem o engenho :)

Um lugar ao Sul disse...

reb, os canhotos não são ambidextros, há muitas coisas que fazemos com a direita porque somos forçados a fazê-lo. Cortar com a tesoura é uma delas, porque com a outra mão dão dá. Eu trabalho com o rato do pc com a direita por força do hábito, a tesoura porque quando era miúdo não havia tesouras para canhotos em abundância. Escrevia com as duas mão em miúdo, mas instintivamente levo tudo para a esquerda.

Quando era bébé, era o primeiro filho dos meus pais (logo tudo que eu fazia era objecto de análise minuciosa, tinha de ser perfeitinho em tudo) e então eles passavam-me os brinquedos para a mão direita e eu instintivamente os passava logo para a esquerda, isto tornou-se sistemático e eles levaram-me (na sua inocência) ao médico, que automaticamente me diagnosticou: canhotice :p

É claro que faço muitas coisas com a mão direita, porque sou forçado a isso, mas faço-o muito melhor com a esquerda, e a escolher prefiro fazer com a esquerda.

Tu também fazes as coisas com a esquerda se fores forçada a isso.

reb disse...

Todos temos a nossa lateralidade, que não se define em bebé, como dizes, mas uns anos mais tarde.
O que se passa, neste mundo feito por dextros e para dextros, é que os canhotos são "obrigados" a treinar tb a sua mão menos hábil, e os dextros não sentem essa necessidade. Por isso, a tua mão direita é muito mais eficaz do que a minha esquerda, entendes?

Um lugar ao Sul disse...

Claro, eu sei disso... Por isso não te admito que digas que o lado esquerdo é o lado dos desajeitados!

Porque senão tens-me a mim a puxar-te uma orelha e à tua filha a puxar a outra!

(Mas ser ambidextro é outra coisa, uma coisa é adaptares-te a viver num mundo de dextros, outra é estares à-vontade com qualquer lado sem grande inclinação para um lado específico)

reb disse...

Não existem ambidextros. Todos nós temos uma lateralidade predominante. O que se passa com os canhotos é que, como treinam a mão direita atingem alguma ambidextria, coisa que os dextros nunca chegam a atingir.
Falo da "minha mão esquerda", pq essa é a minha mão "def" :)
Para ti, será a direita...
Como a maioria das pessoas é dextra, existe a expressão " a mão esquerda" para associar às coisas em que somos nabos :)

Um lugar ao Sul disse...

reb, não canhoto e ambidextros são coisas diferentes, um ambidextro não tem uma lateralidade acentuada. Um canhoto tem. Eu sou canhoto.

Mas como toda a gente, o nosso cérebro é plástico e moldável, e adapto-me. São coisas diferentes.

Um lugar ao Sul disse...

aquele não no início está a mais