sábado, 12 de abril de 2008

Ciúme

Quem nunca sentiu ciúmes, que atire a 1ª pedra! :)

Quando somos bebés, sentimos ciúmes de tudo e todos que afastem a nossa mãe de nós, pela infância fora, temos ciúmes dos irmãos, na escola temos ciúmes a sério quando alguém nos rouba a melhor amiga, depois vêm os ciúmes das amigas dos namorados, mais tarde das amantes ( reais ou imaginárias) do marido...

Quando nos encontramos em períodos de celibato afectivo, há um certo alívio por deixar de sentir essa pontinha de insegurança, mas.....faz falta sentirmos que alguém tem ciúmes de nós. Parece que não somos verdadeiramente importantes para ninguém! :)

Nota: nestes meus "desafios", falo em doses moderadas do sentimento. Evidentemente, em casos extremos ou patológicos, o ciúme pode levar ao crime! :)

40 comentários:

Tão só, um Pai disse...

... até me faltam muitas pedras ... mas sempre me senti lisonjeado quando sentiam ciúme de mim ... :) a malta sentte-se importante para algúem ...

ZIB disse...

Que alguém sinta ciúmes de nós é sentir-se importante para alguém? Não consigo entender os ciúmes dessa maneira. Ciúmes são falta de confiança em nós próprios. São sentir desejo de “propriedade” por alguém. Mas não nos enganemos, ninguém é propriedade de ninguém, por muito que o desejemos. É verdade que todos sentimos ciúmes de alguém alguma vez, mas vejamos: como diz a Reb, em miúdos sentimos ciúmes pela mãe, quando dava mais atenção aos irmãos, ao pai… porquê? Porque a queríamos só para nós. Sentimos ciúmes dos amigos que têm mais brinquedos que nós. Porquê? Porque também queremos mais brinquedos. Sentimos ciúmes das amigas porque têm um namorado de quem gostamos, porque queríamos nós estar no lugar dela. Depois sentimos ciúmes do namorado/a, do companheiro/a, do marido/mulher. Porquê? Porque sentimos medo de ser abandonados. Mas porque sentimos medo? Porque estamos inseguros. E porque estamos inseguros? Porque não temos confiança em nós próprios. E isso é lisonjeiro? Custa-me a crer. Porque sem auto-confiança acabaremos por perder o que queremos. Nunca poderemos reter ao nosso lado alguém que não queira, pois não? E se num princípio pode parecer que sim, que demonstrando ciúmes conseguimos lisonjear a pessoa objecto do ciúme e ela volta para nós, quanto tempo durará? Se os ciúmes não forem fictícios e o motivo/causa detonante for real, será essa a melhor maneira de fazer sentir ao “outro” o importante que é para nós? Para mim lisonja é a confiança mútua, sem instinto de propriedade. E quando essa confiança desaparece, os ciúmes só servirão, a curto ou longo prazo, para nos auto-destruir e deteriorar qualquer relação.

harumi disse...

Falar de ciúme é lembrar Carlos Ramos:

Não venhas tarde!
Dizes-me tu com carinho
sem nunca fazer alarde
do que me pedes, baixinho...

Não venhas tarde!
E eu peço a Deus que no fim,
teu coração ainda guarde
um pouco de amor por mim.

Tu sabes bem
que eu vou pra outra mulher,
que ela me prende também,
que eu só faço o que ela quer;
tu estás sentindo
que te minto e sou cobarde,
mas sabes dizer sorrindo:
meu amor, não venhas tarde

Não venhas tarde!
Dizes-me sem azedume,
Quando o teu coração arde
na fogueira do ciúme...

Não venhas tarde!
Dizes-me tu da janela
e eu venho sempre mais tarde
porque não sei fugir dela.

Tu sabes bem
que eu vou pra outra mulher,
que ela me prende também,
que eu só faço o que ela quer;
sem alegria, eu confesso,
tenho medo,
Que tu me digas um dia:
meu amor, não venhas cedo'

Por ironia,
pois nunca sei onde vais,
Que eu chegue cedo algum dia
e seja tarde demais!

idadedapedra disse...

Ah fadista!!! :))
Plenamente de acordo com
a dona Reb que uma das vantagens de não ter namorado é não ter ciúmes!
Eu sou ciumenta... qb... quer dizer acho que sempre que eu desconfiei era verdade... e desconfiei muitas vezes... imagino quantas não cheguei a desconfiar...
Se gosto que tenham ciúmes de mim? Se acho que isso é um sinal de amor? Isso não, é que não tem mêmo nada a ver

Tão só, um Pai disse...

... mau, deixam-me sózinho no esquema da ciumeira?

Ah, pois, mas eu não acho que o ciúme seja um sentimento de propriedade. Nem de inveja infantil face aos bens materiais de outras crianças. Também não o identifico com um baixo nível de autoconfiança ou autoestima.

Encaro-o mais como um sentimento que exprime a percepção de, nos afectos, nada nos ser garantido, de tudo poder ser perdido a qualquer momento. Os afectos não são limpinhos e asseados, monótonos e certinhos. Também não são sempre transparentes. Os afectos, quer o queiramos, quer não, não são indiferentes. Os afectos ideais não existem. Não são perfeitinhos. O ciúme faz parte do equilíbrio que procuramos e testa os relacionamentos em tudo. Podemos vê-lo de muitas maneiras, sob muitas perspectivas. Podemos vê-lo como algo de obcessivamente destructivo. Mas, mesmo aí, diz-nos muito da pessoa que o tem e obriga, quem não o tem, a olhar, também, para si. Dar espaço ao "outro" não significa desistir dele.

Os afectos também podem significar "arriscar". Quem arrisca, fá-lo sabendo que pode ganhar ou perder. O ciúme será, sempre, algo com que nos poderemos deparar e com o qual temremos de aprender a lidar. Não somos deuses, é bom que o aceitemos e nos preparemos.

reb disse...

Sobre este assunto, penso exactamente como o ts1pai. Para mim, o ciúme é uma das componentes do misterioso sentimento a que chamamos amor ( tão impossível de definir). E, IP, se ninguém tem ciúmes de nós, isso significa que ninguém nos ama ( falo só do amor homem/mulher, no nosso caso que somos todos hetero, julgo eu :)).
Os sentimentos não são racionalizáveis a esse ponto, zib. Perdoa-me mas, desta vez, não concordo ctg....e ainda bem que temos opiniões diferentes, senão isto era uma seca :)
harumi, o poema é o máximo:)

idadedapedra disse...

se ninguém tem ciúmes de nós significa que ninguém nos ama?
Bem, na realidade eu acho que sempre que se "ama" se sente ciúmes, se tem medo de perder o amado, se tem medo que alguém seja mais importante para o amado que nós. Isso sim, são os tais afectos que não são limpinhos; obviamente que não são, mesmo nada.
Mas por outro lado, ter ciúmes não é sinal de amor; isso eu tenho a certeza. A gente às vezes sente uma pitada de ciúmes por ver alguém que não se ama já.
O ciúme vem de certeza dos genes mais primitivos de todos. Nâo conheço ninguém tão ciumento como o meu cão :)

idadedapedra disse...

Diz a Zib: "E se num princípio pode parecer que sim, que demonstrando ciúmes conseguimos lisonjear a pessoa objecto do ciúme e ela volta para nós, quanto tempo durará?"
Diz o TS1P: "mas sempre me senti lisonjeado quando sentiam ciúme de mim ... :) a malta sentte-se importante para algúem ..."
Portanto, para vocês, caros conbloguistas, saber que têm ciúme de nós é lisonjeiro...
Talvez, numa fase inicial, quando se anda a ver se se gosta, será que ele se está a apaixonar por mim?, talvez aí, sentir que o outro tem ciúmes, seja uma pequena confirmação de que gostam de nós.
Mas olhem, eu conheço gajos algo polígamos, que são ciumentos de todas as mulheres com quem andam ao mesmo tempo. Isso significa que as amam profundamente a todas? Isso é amor? isso é vontade de poder, acho eu, e se alguém foge ao domínio isso é sentido uma derrota e demonstra-se como ciúme.

harumi disse...

Concordo com a reb,ou seja, também acho que o ciúme é um dos componentes da complexa emoção que desiganmos por amor.
Penso mesmo que deve ser muito difícil alguém não sentir uma vez ou outra sentimentos de ciúme quando se relaciona com os outros. Mesmo nas relações de amizade, ou até entre irmãos, esse sentimento faz de vez em quanto a sua aparição (o amor tem muitas matizes).
As emoções podem ser alvo de educação, e tendo em conta que sentimentos de ciúme, manifestados de forma exagerada, não são aconselháveis, nada como adicionar-lhes uma pitadinha de bom senso.

idadedapedra disse...

ah, harumi, então para ti o amor é uma complexa emoção :)
Emoções são estados cerebrais primitivos, portanto aquilo que te referes tem se calhar mais a ver com paixão do que com amor... mas isto eu estou farta de dizer por aqui, tu é que chegáste há pouco tempo :)

Tão só, um Pai disse...

Idp, sim, é lisongeiro, quando saímos de casa e nos dizem, num sorriso maroto, "se te vejo olhar para aquelas loiras lá do trabalho, corto-tos". A malta também sorri, no trabalho não haviam loiras, e, num sorriso, também respondia, "prometo que não olho". Não era difícil. No meio disto, alguém me disse, sem o dizer, "amo-te, ficaria desvairada se te visse com uma loira qualquer, que não eu, a especial". No combóio, um gajo está sempre com um sorriso, ignora os olhares e diz, "hoje tenho tudo, quando chegar a casa quero continuar inteiro, com tudo".

Tão só, um Pai disse...

... ou seja, o ciúme também é feito de cumplicidades, e estas, dele.

harumi disse...

Idadedapedra, concerteza que tens razão ao dizer que as emoções são estados cerebrais primitivos! Mas esse primitivismo emocional está mais relacionado com emoções básicas que suportam o instinto de sobrevivência, sendo o stress provocado pelo medo talvez o mais importante.
Com o desenvolvimento do conhecimento, não sei até que ponto as próprias emoções, tal como o cérebro faz com as sinapses, não tenham sido alvo de criação de conjuntos de emoções básicas capazes de desenvolver outras mais elaboradas.
Imaginemos as relações sociais entre hoemns e mulheres na pré-história, e comparemo-las com as de hoje. Não será que a complexidade do mundo actual tornou mais difícil a descodificação de emoções como o amor?
Não sei, se calhar isto não faz nenhum sentido. Que achas?

reb disse...

Eu estou na linha do ts1pai e do harumi. ´Pelo menos uma coisa sei: não há amor sem ciúme! É um dos condimentos...mas, claro, todos disfarçamos pq dá ar que somos inseguros. Preferimos mil vezes que sejam eles a ter ciúmes de nós :)

IP, essa tua eterna questão sobre amor e paixão, não será o mesmo que diferenciar emoções de sentimentos?
Sentimentos são menos primários, mas na origem de um sentimento não está uma emoção?

idadedapedra disse...

Harumi, o que disseste está certíssimo (ó caraças, este até fala de sinapses e tudo:))
Reb, o que dizes sobre os sentimentos também é verdade.
Os sentimentos formam-se "por cima" das emoções. Inicialmente só sentimos emoções; depois, essa sensação física da emoção fica rapidamente ligada (pelas tais sinapses) ao contexto que a despoletou. Quando passamos a ser animais pensantes já aquilo está cheio de novas conexões entre a emoção que se gera e a nossa resposta a ela. Nós temos sentimentos e temos sentimentos dos sentimentos que sentimos, hehehe. Ou seja apercebemo-nos de nos estamos a emocionar e a reagir de determinada maneira. O damásio chama a isso o conhecimento de si, talvez seja aquilo que nos outros animais seja mais fraco do que em nós.
Mas eu continuo à espera que me expliquem o que é o amor. Não é a fisiologia do amor, é como é que ele aparece e o que é que se sente (escusado será dizer que é do amor não maternal ou outros que tais)

Tão só, um Pai disse...

:) o pessoal dos fármacos não vai ganhar dinheiro cem isso :). . . fica-se pela "fisiologia". . . o que já não é mau :(

reb disse...

Tu queres uma explicação científica para o amor. Se houvesse, já haveria um fármaco que a provocasse, como diz o ts1pai :))

Se a ciência explicasse tudo, se fossemos só química, não havia filosofias nem psicologias. Mexiam-se nos genes , nas hormonas e outros processos químicos e descobriamos o "elixir " da felicidade.
Mas nem tudo se pode encontrar na geografia do cérebro, como dizia o hurami.
Ainda ninguém conseguiu provar a existência da alma ( pesa 21 gramas? :)
Os orientais falam de energias e até descobrem centros desses no nosso corpo...mas ainda assim, não explicam o Amor!
Os ocidentias bem tentam descobrir um lugar no cérebro para tudo. Olha, li no jornal que descobriram o genes altruista, analisando cérebros de ditadores e de pessoas normais....mas....ficará sempre por explicar pq é que o por-do-sol nos pôe melancólicos, ou pq é que uns de nós se arrepiam com músicas, ou o que faz com que algumas pessoas nos atraiam mais que outras, qdo nem sequer as escolheríamos para amigas.
A psicolgia tenta encontrar respostas na nossa história pessoal, as representações mentais dos 1ºs afectos, a astrologia encontra afinidades entre mapas astrais.
A ciência é demasiado objectiva para abarcar toda a nossa subjectividade :)

idadedapedra disse...

hum... olha do que tu te foste lembrar!!!
Se se descobre os mecanismos neurofisiologicos do amor, a industria farmaceutica vai investir em massa na pesquisa do comprimido que faz amar!!!! Xiii.
Quer lá saber que ainda haja malária e fome não sei onde... esses comprimidos seriam o maior investimento deles de certeza porque venderia muito no mundo ocidental!!

idadedapedra disse...

és uma descrente na ciência Reb. Eu sei que actualmente não se sabe porque é que determinado facto na infância nos traumatizou e que os psicologos percebem muito mais disso do que os outros cientistas.
Mas tens alguma dúvida de que isso ficou lá marcado a nível molecular?
Esse acontecimento criou ligações entre determinados neurónios que se ligam a outros e etc etc. Todos esses traumas, ficam registados molecularmente. E as defesas criadas pós trauma também; para evitar o sofrimento criamos outras ligações e interrompemos algumas das anteriores.
Uma coisa engraçada é a memória. A memória não fica armazenada numa gavetinha com todo o acontecimento lá dentro. O que fica memorizado no nosso computador mental é uma série de ligações, um circuito eléctrico entre várias partes do cérebro que se despoleta quando evocamos o acontecimento. Por isso é que a memória se vai alterando, porque ao pensarmos nela, ao activar esses circuitos, emocionamo-nos e criamos nessa altura uma nova memória, juntamos ao circuito anterior mais meia duzia de circuitos que tiveram a ver com a emoção de reviver a cena

harumi disse...

Idadedapedra, não achas que o amor poderá ser um conjunto de penas, qual pavão, que os mecanismos de reprodução da espécie humana arranjam para a gente se enamorar e consequentemente ir para a caminha?
A vida neste planeta, tem mecanismos diabólicos para se fazer reproduzir. Como somos animais pensantes e dotados de razão elaboramos relações sociais complexas, que não permitem que acasalemos como fazem os animais, tipo: ó pra mim com umas penas tão giras....pimba!
Então o enamoramento tece laços de afecto que se ajustam aos compromissos necessários à reprodução humana. Qual é o animal que tem de cuidar dos filhos durante duas décadas como nós fazemos?

idadedapedra disse...

ó harumi, mas isso é o que eu defendo desde o início neste blog, só que não chamo a isso amor. Tu não leste o início do blog, mas o que eu defendo é que a paixão é uma forma bonita de camuflar o instinto de reprodução.
Agora o amor entre um homem e uma mulher, que eu defendo que é uma invenção humana, em que é que consiste? Não tem nada a ver com paixão. E em termos de reprodução e evolução da espécie, esse amor monogâmico não me parece nada útil.
Talvez tenhas introduzido aí um elemento importante: nós não vivemos na idade da pedra e a nossa sociedade formou famílias que são a melhor maneira de proteger os nossos (genes) da lei da selva civilizada. Isso explica realmente a utilidade da monogamia. Mas a questão do amor nem é essa. É que eu não sei em que consiste porque acho que nunca consegui passar da paixão para o amor; quando ela acaba não fica mais nada. Mas já confessei que é uma deficiência minha :), ou pelo menos eu sou incapaz de manter uma relação que já não me diz nada só porque é assim que deve ser. A que aguentei mais tempo, por a consciência me dizer que não podia voltar a fazer as filhas passar por mais uma separação, essa foi desastrosa para mim e para elas e deixou marcas profundas

harumi disse...

Pois, paixão todos sentimos quando nos enamoramos, mas amor nem sempre. Concordo contigo!
A paixão é tão só uma manifestação glandular.
Acho que depois de passar a fase da paixão (efémera sempre), só é possivel construir uma relação que com o tempo nos vai transmitindo um sentimento de amor, se for construído todo um edifício de cumplicidades. A pessoa que amamos tem que estar nas nossas memórias positivas. Tem de facto de criar connosco laços íntimos, que se situam para além dos afectos. Tem de ser parte daquilo que sentimos que somos.
Acho de facto que a "cumplicidade" é a chave da construção do amor.

reb disse...

Eu não sou descrente da ciência, pelo contrário. O que acho é que a ciência não encontra explicação para tudo!

Tão só, um Pai disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tão só, um Pai disse...

... hum ... já consegui reverter, em espécie de coisa alguma que alguns até designam por, enfim, poesia, às vezes, como poema, algo a que chamei, que senti, que clamei, como "adôr". Um estado de "amôr", para além do "amôr", de elevação, às vezes de adoração, elevando-se, sempre, muito, para além da dôr. Adoração e "amôr", com ou sem, muita ou pouca, sensação de "dôr", juntaram-se, comigo, somando-se, cortando-se, num abstracto, de duas sílabas, o "adôr".
Gosto de escrever "amôr", não me interessa o que se impõe em ortográficos "deves" de "haveres". Somos todos diferentes, excepto no sentir da cor, cada um terá uma "côr", por isso, a minha "côr", é diferente, no "amôr". Às vezes, arde com "ardôr". Lá está, chega-se, e eleva-se, em "adôr".
Quando amo, apaixono-me, no amôr, com adôr. Fico apaixonado. É uma paixão de amôr. Paixão ou amôr? Não sei, se calhar é adôr.

O que é racionalmente melhor, o correcto, o aconselhado? Alguém tem outra verdade que não e apenas a sua? Será que, ao menos, até isso tem? O que é isso do "bom"? A paixão, ou o amôr? A paixão também não se constrói no amôr? O amôr não se dá na paixão? Porque não pode a paixão ser o corolário, ou os corolários do amôr? Ou dos amôres? O amôr também pode ser uma cordilheira, não apenas uma montanha. Uma cordilheira tem muitos picos, cada um de paixão, no tal adôr. O amôr pode ser o mar. Umas vezes calmo, outras, elevado, em ondas espumado, refrescante, refrescado, sempre com côr. É Tudo parte dum mesmo todo. Ora sobe, ora desce, mas é sempre o mar. O importante é o mar, que é como quem diz, amar. Tomemos banho. Deixemo-nos amar. Eu sei, as ondas podem atirar-nos para a areia, ficamos muito magoados. Depois, crescemos e, se o quisermos, aprendemos a entrar nas ondas. Deixámos de temer o mar ondulado. Já não esperamos pela onda mais pequenina que nos vai deixar entrar. Até mergulhamos, furamos uma, e outra, as que forem preciso, e vimos à tona, onde já não rebentam connosco enrolados. Não tenho que deixar de gostar das ondas, só porque me deixaram magoado. O mar é sempre o mar, às vezes calmo mas, sempre, salgado. É um sabor diferente daquele a que estávamos habituados. :)
Cada um tem a sua maneira de entrar e estar no mar. Mas aprendemos a não esperar, que fique calmo. Porque, com o mar, também se aprende a ficar.

reb disse...

Temos aqui um poeta e tanto :)

idadedapedra disse...

consegui imaginar a tal cordilheira... em cada pico a companhia é sempre diferente... :)

Tão só, um Pai disse...

:) com outra ou a mesma companhia, poderás sempre trepar ... :) ... salvo seja. Agora, na minha ideia, cada cordilheira seria um entendimento a dois, o resto serão intrusos, ou intrusas, também os/as há, para baralhar, ou, quiçá, clarificar e testar.:)

reb disse...

Os vossos "caras-metade" não têm ciúme do tempo que passam ao computador? :)

Tão só, um Pai disse...

... :) ... REB, e o que dizem os astros sobre isso? ... :) :):):)

reb disse...

os astros não se pronunciam sobre dependências cibernéticas ;)

Tão só, um Pai disse...

Hum ... então, tenho de ir ao Professor Makumba ... :):):)

reb disse...

ts1pai, só esta achega: segundo os astros, há pessoas mto mais ciumentas do que outras :)

Tão só, um Pai disse...

:):):) então, o que os astros "dizem", não será algo que já não saibamos.

No entanto, julgava eu, que influenciariam as alturas em que seremos mais ou menos ciumentos, ou não o seremos de todo. Pois, tudo de pende daquilo em que se acredita. Nem mais, as crenças.

Se acreditarmos em horóscopos, qualquer mente crente ficará desconfortável, por saber que, para o seu ou a sua parceira, os astros estão-lhes de feição para iniciarem novas relações amorosas. :):):) ... é por isso que, depois, vão ao professor Makumba, para um feitiço que não deixe ninguém roubar a pessoa amada. Com outra vantagem. O professor Makumba também tem feitiços para curar computadores dos vírus informáticos. :):)

reb disse...

ó pai, os astros não podem "prever" essas coisas:)
Isso são as tretas que lemos no nosso horóscopo no jornal.
Há uma coisa chamada "trânsitos" que pode indicar que a passagem de determinado planeta por uma "casa" do teu mapa astral te predispõe a determinados estados de espírito...mais nada...
A astrologia é gira enqto método de análise da personalidade...mais nada ( julgo eu, que frequentei um curso durante 2 anos e não fiz o 3º pq tinha que estudar muito :))

Já vi que és um curioso acerca dos astros :))

Tão só, um Pai disse...

:) Sou sempre curioso, sei que nada é univocamente determinado, reconheço que o mundo é caótico, no sentido de o ser imprevisivelmente complexo e indeterminado. Também gosto de me pôr fora dele, na lua, olhar os outros e perguntar-me como o fazem, para lhe darem um sentido, mínimo, de ordem, pré-determinado. Olho o sol e sei que me pode deixar viver, ou me pode matar. O sol, eu vejo-o todos os dias, está lá, é energia, é a energia por excelência, é o calor. Longe de mim ignorar a lua. Se move oceanos num constante sobe e desce, imagino o que me fará. Claro, depois há (porque já não se usa "hão"?) os astros que, na sua força gravitacional, também não nos deixarão incólumes. Só que estamos todos, sem excepção, sujeitos a essas forças. Mas, porque raio é que fico marcado para todo o sempre, pela disposição dos astros no dia, local e hora em que nasci? Porque não o sítio em que cresci? Porque não a cultura, ou as culturas em que cresci? E porque carga de água se vai buscar o ascendente astral? Porque não o parental e genético? Ou, por uma questão de mínima coerência, dentro do mesmo raciocínio holístico, porque não se considera, com igual importância, o mapa astral do nascimento dos progenitores?

Ora bem, deixa-me lá ir ler o horóscopo. Já não tenho que me preocupar com o facto de a pessoa amada estar, ou não, "propícia" a novas relações amorosas ... :):):)

reb disse...

O mapa astral é só mais uma das muitas hipóteses para justificar a tua identidade à partida. É como se fosse o teu ADN astral. Depois, o meio em que cresces, as tuas interaccções com os outros desde o principio, vão com certeza formar a tua personalidade. Num horóscopo é possivel "ler" a tua relação com os teus progenitores. É incrível, eu sei. Fartei-me de fazer perguntas ao prof nas aulas, mas o teu mapa está dividido em "casas" e uma representa a família. Depois é ver que astros estão nessas casas e conhecer as energias deles.
Qto ao ascendente, não é mais do que o signo que está a "subir" na linha do horizonte, no local em que te encontras. Muda de 2 em 2 ou de 3 em 3 horas. Por isso se tem que saber a hora exacta do nascimento.

Somos racionais ( eu sou mto) e não costumo comer tudo o que me põem no prato. Preciso de compreender as coisas para as integrar.
Houve uma pergunta que o meu prof nunca me soube responder: Se só se considera a hora do nascimento, nega-se a importância da vida intra-uterina e parte-se do princípio que nascemos "tábua rasa", coisa que já foi contradita em vários estudos...
O surpreendente da coisa é que, ao "leres" um mapa astrológico de uma pessoa ficas com alguns conhecimentos sobre a sua personalidade...

reb disse...

Pq é que do ciúme se passou à astrologia? ;)

Eu até tinha colocado um post sobre isso...mas não pegou :)

Começa-se a falar de ciúmees e a malta pensa logo se os astros influenciam ;))

Tão só, um Pai disse...

:):) ... passou-se à astrologia porque ambos tivemos muito gosto em questionar, por esta forma escrita, quer o ciúme, quer como os astros podem influenciar o ciúme, o dos que encaram o amor como algo de garantido, que lhes é devido. Não foi? :) :) ... se não foi, andou lá muito perto ... :):):)

reb disse...

Acho que sim, que foi isso :)