sábado, 5 de abril de 2008

Que responsabilidades temso?

Desta vez cito outro filósofo contemporâneo, Olivier Mongin, para tentar ajudar a compreender as inquietações de que aqui se tem falado:
"Fala-se do futuro incerto mas, paradoxalmente, nunca fomos tão responsabilizados pelo futuro que devemos deixar às gerações futuras."
Na mesma linha, Hans Jonas diz: "A partir de agora, devido à evolução da técnica, somos responsáveis por um determinado númeor de gestos e de decisões que podem ter consequências nefastas para as gerações vindouras."
Ainda o Mongin: "Vergamos sob o peso das nossas responsabilidades. Por outro lado, vivemos numa época em que não sosmos capazes de exprimir essas responsabilidades".
"Nunca falámos tanto de ética, por estarmos inquietos em relação às responsabilidades que temos e que não somos capazes de resolver."

13 comentários:

idadedapedra disse...

pois, é isso que me perturba nesta evolução do homem.
Agora nós sabemos o que andamos a fazer e continuamos a fazê-lo seguindo-nos pelas regras da economia antes de qualquer outra regra... isto há-de ter uma explicação científica qualquer (para mim tudo tem uma explicação científica e se não tem é porque nós ainda não sabemos) mas essa ainda não atingi.
Vou meditar sobre isso :)

reb disse...

Isso é a teoria do Marx: na base de todos os ciclos da história está uma explicação economicista ( o materialismo dialéctico).
Mas a verdade é que alguns de nós não se alienam completamente e continuam a pensar.
E eu digo: O importante é o pensamento!! :)

No livro "o mundo de sofia". há um capítulo sobre o marx que explica isso que dizes.

Tão só, um Pai disse...

Todos nós temos consciência do auto-suicídio que, individual e colectivamente, praticamos. Criticamos a ocupação e devastação de espaços selvagens, bem como a invasão e a destruição dos habitats naturais, uns pela soberba do poder económico e, outros, pelo aumento da população que lhe é próxima. No entanto, quem se sentir a mais neste mundo, que atire a primeira pedra.
Por outro lado, não dispensamos o uso de carros e das estradas que lhes são necessárias, nem a água, gás e electricidade em casa, dos cuidados médicos, das actividades culturais e eruditas. Acumulamos o saber que nos protege ou nos desafia, para entendermos e sobrevivermos com o que está à nossa volta. Sabemos que a sua ausência representa menos anos de vida e, também, outras formas de auto-suicídio, em pestes e, também, outras formas de destruição do nosso meio. A idade média mostrou-o.

Talvez possamos repensar a sobrevivência, quando a esperança de vida for de muitas centenas de anos.

nelio disse...

somos apenas o bichinho alacre e sedento que foça através de tudo num perpétuo movimento, de que fala o gedeão. como espécie, não temos a noção de futuro. individualmente, sim, somos capazes de perspectivar um futuro. infelizmente enquanto espécie composta por biliões de indivíduos, vivemos para o momento. se como indivíduos somos dos mais inteligentes do planeta, como espécie, somos totalmente burros. tão burros como uma bactéria ou um vírus que debilitam o seu hospedeiro até à morte.

reb disse...

Que saudades de ouvir a "PEDRA FILOSOFAL"!
Concordo: como espécie somos umas bestas, como indivíduos somos mto mais interessantes.
Mas vários indivíduos conscientes têm, ao longo da história, unido vozes e esforços para abalar e transformar a estupidez reinante. Por isso, somos responsáveis, enqto seres pensantes, por projectar um futuro sempre melhor para as gerações vindouras. E que cada um, ao seu jeito, não desista de intervir, enm que seja escrevendo num blog :)

Maggie86 disse...

acho q sei de onde essas citações foram tiradas, hahaha=P

JR disse...

A propósito do Hans Jonas, talvez fosse interessante ver também um texto já com alguns anos, do Hebermas e que se chama "Ciência e t+écnica com Ideologia".
Vou ver se mais logo arranjo um tempinho para responder melhor.

JR disse...

Ciência e técnica como ideologia

Tão só, um Pai disse...

Como espécie, temos a noção do futuro e sabemos que ele não se afigura muito risonho. Somos inteligentes. O que temos é a esperança de que, um dia, o milagre da tecnologia trará novas formas de energia e de renovação ou reconstituição das formas de vida.

reb disse...

Não há dúvida que vivemos em plena "revolução tecnológica", mas isso tem vantagens e desvantagens: as pessoas tornaram-se mais preguiçosas( do ponto de vista físico) e ´haverá, certamente, alterações nas formas de relacionamento social, uma vez que deixa de haver necessidade de um convívio olhos-nos-olhos.
O excesso de tecnologia irá, penso eu, levar a movimentos de rejeição deste meio por parte de algumas pessoas e talvez se comece a combinar locais de encontro, a ver o mar ou em esplanadas, para continuar os debates iniciados por esta via :)

idadedapedra disse...

hum... uma coisa é teclar, outra é conversar frente a frente. Acho que é por isso que me consigo abrir muito mais na net do que frente a frente, porque sou tímida

reb disse...

A escrita tem essa vantagem: desinibe :)
Por isso, para mim a blogoesfera tem sido uma revelação!
Nunca pensei que houvesse tantas pessoas a pensar tanto e a escrever tão bem! :)
Foi uma descoberta mto estimulante!

Tão só, um Pai disse...

Pois, com a tal revolução tecnológica tambem aplicada à biologia e, logo, uma revolução biotecnológica, as pessoas até podem ficar fisicamente preguiçosas, porque não precisam de muito para serem fisicamente atraentes e saudáveis e .... pois, mais nada.