domingo, 13 de abril de 2008

História do pensamento ocidental

Já aqui falámos da evolução da economia, desde a revolução industrial até à nossa actual revolução tecnológica.
Sem querer descontextualizar as "ideias" das épocas históricas em que surgiram, e das condições económicas dessas fases, gostaria que nos pronunciássemos um pouco sobre a evolução do pensamento.
Que eu saiba, toda a nossa cultura ocidental se enraiza na cultura grega ( renascida no "renascimento"). Dos gregos nos vem a filosofia, mãe de todos os conhecimentos ( inclusive das ciências e matemáticas), a literatura ( as grandes epopeias), e outras formas de arte. Vem também a mitologia , arquétipos do nosso in(consciente) colectivo. Que um mito como o do rei Édipo tenha sido utilizado pelo Freud para, enqto metáfora, estudar uma fase do desenvolvimento infantil, acho um espanto!
A mitologia grega fascina-me! Sei muito pouco e adorava saber mais!
Apelo ao nosso Filósofo ou outros comentadores interessados neste tema que contem algumas dessas "histórias" que poderíamos interpretar, para melhor compreendermos os comportamentos humanos (naquilo que sobrevive ao tempo)

68 comentários:

JR disse...

Sobre a mitologia grega há uma obra interessante da Maria Lamas, que se chama “Mitologia Geral – o mundo dos deuses e dos heróis”, da “falecida” Estampa. Não sei se alguma outra editora lhe terá pegado. Há também uma “Mitologia” de uma americana Edith Hamilton, com algum interesse.
No entanto, o Édipo não se enquadra exactamente na mitologia. A “Inquérito” tem editado um número razoável de obras de teatro grego, entre as quais algumas tragédias como “Édipo Rei” do Sófocles.
Penso que é consensual que o pensamento ocidental tem as suas raízes no pensamento grego. É interessante ver as tragédias gregas e nelas encontrar os grandes dilemas éticos e morais que de resto são recorrentes nos grandes escritores que se debruçam sobre a condição humana, como por exemplo Dostoievsky (crime e castigo) ou Camus (a queda, o estrangeiro).
É também interessante olhar para os fundamentos teóricos (filosóficos) do cristianismo e verificar que estão em Platão e Plotino e a partir do séc. XXIII, com Tomás de Aquino, a Aristóteles.
Se pensarmos em alguns dos problemas que nos atormentam, como uma certa visão maniqueísta do mundo ou como o sentimento de culpa perante o pecado, eles estão presentes na tragédia grega, como o Édipo, ou Orestes.
A sociedade Ocidental, em consequência da sua industrialização, consegue uma supremacia técnica relativamente à generalidade do Oriente ou África e mesmo da América Latina. A par dessa supremacia técnica obtém uma espantosa melhoria material das condições de vida.
Falo em material, porque na verdade não acredito que tal tenha uma correspondência efectiva numa melhor qualidade de vida, considerando essa qualidade como um modo de sentir aquilo que somos, de sentir a felicidade.
O pensamento ocidental caminhou para uma concepção acéfala de progresso, da qual se tornou escravo e que nos coloca à beira da catástrofe. Pelo menos já nos colocou no psicanalista, o que por si só já é uma catástrofe.
Claro que se quisermos medir quantitativamente o que possuímos com aquilo que possui um africano de uma qualquer tribo, ganhamos. Mas se a felicidade de cada um fosse mensurável, não acredito.
Claro está que não estou aqui a abordar condições extremas de deslocações, de extermínios, de campos de refugiados, onde, obviamente, seja qual for o critério que utilizemos, são com toda a certeza, miseráveis.

Tão só, um Pai disse...

Fogo. . . e eu que tenho à minha frente uma paisagem tão bonita. . . vi-me "grego" para cá chegar. . .

Tão só, um Pai disse...

jr, sobre o que se debruçam, hoje, os pensadores. . . filosófícos ocidentais, quando se debruçam sobre a condição humana?

reb disse...

Podes explicar como os fundamentos teóricos do cristianismo se podem encontrar em Platão?

reb disse...

ts1pai, já esqueceste? temos aqui um post com citações de filosofos contemporâneos :)

reb disse...

Vamos aos dilemas humanos e morais das tragédias gregas?
FORÇA, JR! :)

Tão só, um Pai disse...

reb, mais alguma coisa, com "mais sumo", devem ter pensado.:) ...não lhes pago para se coçarem:)

JR disse...

Mas vocês querem obrigar-me a ir estudar????
Vão ter que esperar um bocadinho...

idadedapedra disse...

hehehe, bem feito! Eu também já tive que ir estudar para aqui escrever :)

JR disse...

Orestes
Resumidamente, Orestes era filho de Agamenon, o rei grego que comandara as tropas gregas no cerco de Tróia.
Ao regressar à Grécia, Agamenon é morto pela mulher e pelo amante desta. Orestes, pela lei de honra, é obrigado a vingar Agamenon. Mas para vingar este terá que matar a mãe. Se é crime deixar impune a morte do pai, também é crime matar a mãe.
Portanto será sempre condenado: ou por não vingar o pai, ou por matar a mãe. Os deuses se encarregarão do castigo.

Platão:
O mundo terreno e o mundo das ideias. A vida dual corpo/alma. A alma é imortal. O corpo mortal, perecível, corrupto. A verdade faz parte do mundo das ideias. No campo moral, o Bem é o princípio máximo. Só quem desconhece o bem pode praticar o mal. A ascese (o caminho para) leva-nos para esse mundo.
Os fundamentos encontram-se em Sócrates e na sua maiêutica (a arte das parteiras) que consiste na busca da verdade a partir da interrogação/resposta e nova interrogação. A ironia socrática faz parte deste método. A célebre ignorância de Sócrates: “só sei que nada sei”.
Os diálogos platónicos com Sócrates como personagem principal ilustram essas ideias.

Os filósofos actuais
Actualmente os filósofos abandonaram a pretensão de construir um grande sistema do conhecimento. O último grande tema, que Kant nos propôs, como se processa, como se constrói o conhecimento, está a ser estudado sobretudo pelos neuro-cientistas como o António Damásio.
A filosofia tem-se dedicado nos últimos anos, ao estudo do seu próprio umbigo e à sua auto destruição. Algumas excepções. Já aqui se falou de Lipovetsky, Cioran, Savater. Também tínhamos o José Gil (Portugal Hoje O medo de existir).

É minha opinião que a filosofia e os filósofos deveriam dedicar se essencialmente àquilo que o homem é ou quer ser e das possibilidades de o conseguir. Para isto terá que ter um conhecimento generalista de como se forma (constrói) o conhecimento, assim como de alguns princípios (teorias) das diversas ciências, desde a física à linguística, passando dela psicologia, neurociências, etc.
Se no passado as ciências tiveram a sua origem na filosofia, a autonomização dessas ciências não significa que a filosofia as deva ignorar, ou meter-se naquilo que é a sua área específica. Elas surgem dada a necessidade de resposta para as questões que a filosofia colocou. Mas agora elas têm uma resposta que a filosofia deve integrar nas suas reflexões. E a filosofia é sobretudo um trabalho de reflexão. De perguntas e respostas e de novas perguntas.
E isso é uma chatice para a maioria dos “filósofos”. É mais cómodo falar do seu umbigo, ou seja, falar da história da filosofia e dos filósofos.
Talvez que nos tempos que correm, a principal área a que a filosofia se deva dedicar seja a Ética e a Moral. De resto, nos últimos anos, gente de áreas bem diferentes da filosofia “invadiu” esta área com a bioética.
Já agora eu não sou filósofo. Só tenho uma licenciatura em filosofia...

JR disse...

Esqueci-me de um filósofo (podemos assim considerá-lo) que tem uma vastissima e interessante obra: Edgar Morin.
Por vezes há alguma tendência a menorizá-lo devido à sua popularidade. Mas apesar de popular, não é tão fácil quanto isso

idadedapedra disse...

pois é, a vida para os filósofos tornou-se mais difícil à medida que a ciência vai dando resposta às suas interrogações. É que eles agora têm que estudar disciplinas difíceis, das quais não gostavam concerteza no liceu, quando decidiram ir para filosofia :)
Boa malha!
O estudo da neurofisiologia, com o avanço da tecnologia é uma coisa espantosa e vai evoluir rapidamente nos próximos anos porque a tecnologia nessa área também evolui rapidamente.
O homem, quando criou os computadores, ter-se-à baseado no modo de funcionamento do cérebro? Eu acho que não, mas construiram uma máquina com uma estrutura um modo de funcionamento tão semelhante com o de cérebro que esta ideia é arrepiante

reb disse...

No fundo, o que temos feito aqui é um pouco essa maieutica do socrates: a procura da verdade através da interrogação, resposta e nova interrogação :)
Estamos no bom caminho :)
Gostei da tua frase: "As ciencias surgem pra tentar dar resposta às questões que a filosofia colocou"
Pensas que os filósofos actuais não conseguem integrar nas suas reflexões as questões abordadas nas ciências?
Mas eu coloco-te esta questão:
Sendo as ciências por definição exactas e objectivas ( pelo menos pretendem sê-lo) como pode a filosofia integrar-se nesse campo sem perder a sua legitimidade: de reflexão e interrogação?

idadedapedra disse...

os filósofos, baseados noa dados actuais têm que repensar e pôr novas questões que a ciência terá que responder. O difícil realmente é eles saberem de física quantica, de neurciencia e tudo e tudo e tudo para depois integrarem tudo o que se sabe e porem novas questões. Mas provavelmente o que acontece, como acontecia anteriormente em que os filosofos eram os matemáticos, agora aparecerão filosofos neurocientistas e quimicos e etc etc. Será isso?

JR disse...

Acho que o conhecimento é o conhecimento e não há compartimentos estanques. A filosofia não tem que se integrar. A filosofia é o que abrange tudo. É o amor pela sabedoria.
Por exemplo: tens um país para gerir. Não precisas de conhecer todas as áreas. Mas tens que ter uma visão do que são os teus objectivos. Tens que saber reunir-te de economistas, juristas, médicos, sociólogos, psicólogos, etc. Tens que saber ouvi-los, saber que questões lhes colocar e de integrar as suas respostas em função dos teus objectivos. Tens que saber, com eles, testar as tuas conclusões e reflexões e só depois aplicá-las.
Se eu quero saber o que é a felicidade, ou como é ser feliz, não me posso limitar a respostas de psicólogos ou sociólogos, ou antropólogos. Toda a ciência representa um corte da realidade, uma parcela dessa realidade. A filosofia terá que refazer a totalidade e testar-se.
Isto é obviamente a minha opinião. Mas de outro modo a filosofia será uma inutilidade.

idadedapedra disse...

eh pá, a minha adolescente aqui de casa começou a dar química a sério (10º ano) Percebeu aquilo tudo, para ela tudo fazia uma lógica imensa. Depois, a disciplina chama-se físico-química, portanto passaram agora à física. E a professora lá lhe vai ensinando as leis da física. Mas a gaja, que adorou o infinitamente pequeno não se satisfaz com a explicação, Quer que a professora lhe explique qual é a representação atómica de todas as leis da física. O que é que acontece ao electrão quando lhe transmites energia cinética? e como é que o electrão distingue a energia cinética doutro tipo de energias...
Não imaginas como é o percurso até casa quando a vou buscar: é um exercício mental permanente, até conseguirmos chegar a uma conclusão atómica dum acontecimento físico. Se ela não entender não consegue passar dali para a frente.
E depois há outra disciplina, a biologia. Atão na física falavam de proteínas, agora falam de nutrientes. Qual é a diferença? Eh pá não é nenhuma, é a visão de cada cientista sobre a sua área. Mas pronto, também na biologia temos que encontrar razões moleculares para todos os acontecimentos. É uma canseira.
Mas isto tudo para dizer que estudando o infinitamente pequeno conseguiremos compreender tudo o resto, porque as alterações dão-se sempre com base no infinitamente pequeno.
Já não sei o que é que isto tinha a ver com a filosofia actual... ah, sim... os filósofos interrogando os vários cientistas vão ter versões diferentes de tudo; há que integrá-las todas e ver que estão todos a falar da mesma coisa. Há que descodificar os cientistas

reb disse...

Mas sendo a filosofia um conhecimento geral que abrange todos os outros saberes, então parece-me que tem que ter conhecimentos parcelares para os poder abranger, não é isto?
Para os gregos devia ser mais fácil: os filósofos eram os detentores do conhecimento...mas hoje em dia, com tantas outras ciencias, como é isso possível?

JR disse...

IP, não necessariamente assim. Mas se eu quero discutir sobre o modo como se forma ou constrói o conhecimento, não posso ignorar aquilo que são as conclusões das neurociências. Não preciso de ser um neurocientista e talvez ler o Damásio e mais uns três ou quatro livritos não sejam suficientes. Mas posso discutir com o Damásio se temos ou não alma, a partir dos seus estudos.
Não preciso de saber nada de física quântica, mas é importante que saiba o que a física das partículas nos diz sobre a causalidade. A causalidade como tradicionalmente a consideramos não existe. O que existe é um princípio probabilístico que nos diz que provavelmente o resultado de um determinado acontecimento será o efeito A. Mas pode algumas vezes, não ser.
Ora isto põe em causa o nosso modo de conhecer.
Outro exemplo: o célebre argumento ontológico de Santo Anselmo, que “provava” a existência de Deus. De algum modo este argumento supõe que a estrutura do nosso pensamento reflecte a estrutura do real. Tu pensas em algo maior que o qual nada pode ser pensado. Esse algo é Deus. Não podes pensar nada maior que Deus. Se pensares que Deus não existe, então há algo maior que existe. Esse algo é necessariamente existente e é Deus.

Outra ideia: Numa cadeia de causas como tradicionalmente pensamos, podemos ir recuando de causa em causa até à causa primeira. E o que vem antes da causa primeira? O que deu origem à primeira causa? Só pode ser Deus, a causa incausada...

Tão só, um Pai disse...

:) estou gostando ... uma das questões que tinha cá comigo era o a multidisciplinaridade científica, que já não está ao alcance dos filósofos. Então, fora da multidisciplinaridade, que espaço lhes é concedido? Certo, o da reflexão do homem, na sua condição, nos seus valores e tendências sociais da humanidade, para cenários. tecnológicos e políticos, alternativos. Começam a ser demasiadas variáveis, os filósofos generalistas poderão dar lugar a equipas multidisciplinares de "filosofistas", em que cada um seria especialista em deter e entender a informação sobre uma determinada área. Só não percebo porque isto ainda não aconteceu, porque raio há um forum económico em Davos e não existe o seu equivalente "filosófico" das ciências da humanidade?

idadedapedra disse...

bolas, cada vez que acabo de escrever um comentário já lá há mais uma data deles para ler.
Ora eu TENHO QUE IR FAZER O JANTAR!!!

idadedapedra disse...

pronto, já está, ainda tinha favas de ontem, hehehehe
experimentem escrever no google os nossos nicks :)

Tão só, um Pai disse...

Numa casa de "gajo", esse problema filosófico não se punha :):):) "Pessoal, há pão, manteiga, queijo e fiambre. Também há arroz por aquecer e bifes por grelhar. Quem quer grelhar os bifes?" ... e, assim, damos às "massas" o poder da escolha. Que normalmente seria pizza ou McDonald's, mas dissa não há. :)

:( agora, se me vierem com aquela do "paizinho, és tão queridinho, grelhas~me um bifinho?", fica tudo estragado. :( ... mas a gente tenta, a bem da auto-suficiência dos aprendizes.

idadedapedra disse...

por aqui muitas vezes também é assim, é safe-se quem puder.
Aliás a miúda achava que não gostava de favas, mas como eu disse que não ía fazer mais nada, comeu e gostou :)

LB disse...

Parece-me uma ideia mt interessante, essa da realização de um fórum (mm q virtual, na net) de interdisciplinaridade cientifica, integrando as várias áreas do conhecimento e tendo os Filósofos como integradores/aglutinadores...
(By the way, TS1P, a economia tb é uma ciência e deveria por isso estar presente)
De certa forma a net já tem actualmente essa função (de integração do conhecimento), embora duma forma anárquica, mas com resultados brilhantes em termos de evolução do conhecimento humano.

Parece-me uma ideia demasiado obvia, será q entre os seres pensantes, senhores do conhecimento na actualidade, ninguém se lembrou disso???
A quem se deve propor tal ideia?

JR disse...

Mas estará a multidisciplinaridade científica ao alcance de alguém, filósofo ou não? E será isso que nos vai impedir de reflectir?
A filosofia não precisa que lhe seja concedido espaço.
A grande dificuldade para o senso comum, é que a filosofia é vista como algo limitado às escolas (universidades incluídas), o que a reduz à sua própria história. E isso não é filosofia. De resto, a escola (pelo menos no nosso país) anda de um modo geral afastada de tudo o que é a vida no concreto.
Se a filosofia é essa ambição de conhecer, então, não há limites. Portanto não está incluída ou excluída. Mas concordo que pegar num professor de filosofia (salvo raríssimas excepções) e querer contar com ele para qualquer coisa de útil, é capaz de ser um desastre. Mas isso é um professor de filosofia, não é a filosofia.
De qualquer modo, o que se verifica é uma certa dificuldade em entender a necessidade da Filosofia ou de Filósofos. Mas como nos Estados Unidos já tiveram essa experiência e recuaram, é porque talvez haja essa necessidade.
Se houvesse de facto filosofia nas nossas escolas (e não história de filósofos), talvez, não só o ensino, mas também a sociedade, não fossem a mediocridade que são.
Há um provérbio chinês que nos últimos anos tem sido muito citado: se um homem tiver fome, não lhe dês um peixe, ensina-o a pescar.
Se em vez de encherem os miúdos com inutilidades, os ensinassem a pensar, a reflectir, talvez houvesse menos falta de bom senso.
Mas a Filosofia (a verdadeira Filosofia) não se vê, não dá dinheiro.

idadedapedra disse...

se calhar já existe e a gente não sabe.
Eu sei que os cientistas se divertem agora com a importância de acreditar ou não em deus. Li umas coisas sobre isso e olha, acho que são muito estúpidos. Cada um olha para o seu umbigo e defende a sua teoria com unhas e dentes, atacando vivamente os da teoria contrária. Atão não deviam era juntar-se uns e outros e explicar as noções científicas que tem sobre cada coisa e tentar com isso evoluir no tema?
deve ser para isso que servem os filósofos porque os cientistas são muito ciosos das suas descobertas e ciumentos das descobertas alheias

(sim, sim, a economia é uma ciência e se calhar até se explica pela química; eu é que não percebo nada de economia)

idadedapedra disse...

a resposta anterior que dei era para o LB, só que o JR meteu outra pelo maio
Portanto, para ti, JR, aleluia!!!! A minha miúda também é uma filósofa... E eu estava toda contente que ele esta ano ía ter filosofia. Mas é claro que ela não gosta. Pois se aquilo que tem que saber é que existem vários tipos de ética e decorar as definições de cada uma, porque as distinções entre elas não são para o comum dos mortais.
Ora bolas, que lhe interessa a ela as definições? A ideia era aprender a pensar, pensava eu. Mas não. Passou a não gostar de filosofia

harumi disse...

Sinto-me muito pouco à vontade neste tema.
De qualquer forma tenho na fila das próximas leituras um livro, que tenta entender as consequências da queda do império romano na nossa civilização (penso que não dedicará uma atençao especial aos gregos nem a aspectos filosóficos).
Na contra-capa pode-se ler assim:
(...) com certeza irritado com o eurofilismo pago por Bruxelas, o arqueólogo Bryan Ward-Perkins demonstrou em 139 páginas de evidência "dura" e de um argumento arrasador que a queda de Roma não foi um pic-nic franco-germânico à moda antiga: foi, de facto, "o fim da civilização". (...) O fim da autoridade universal de Roma e a insegurança e o caos que a seguir vieram acabar com este mundo. Nove décimos da "Europa" regrediram mil anos para o princípio da Idade do Ferro e levaram mil anos a recuperar. O inimaginável acontece.

O livro tem o título: "A Queda de Roma e o fim da Civilização"
Bryan Ward-Perkins
Aletheia Editores

Se sentirem que este post é de alguma forma um contributo para o tema em debate, fico feliz.

JR disse...

Os programas de filosofia são uma idiotice chapada, que só serve para afastar os miúdos da filosofia e da vontade de pensar.
José Maria Arangurén, um dos mais claros e lúcidos autores que li sobre questões de ética, diz que para aprender algo sobre ética, não se devem ler livros sobre ética. É nos grandes romances que mais facilmente encontramos os grandes problemas de ética. Podes comprar para a tua filha “A queda” de Albert Camus”. Não é difícil e ela entenderá. Podes procurar o “Mundo de Sofia” e ela vai com toda a certeza gostar daquela filosofia. Também lhe podes procurar “Ética para um jovem” do Fernando Savater. Tenho a certeza que ela gostará de qualquer um deles. Pode começar pelo mundo de Sofia.
E agora vou aquecer o meu jantar...

idadedapedra disse...

eh pá, o Harumi e achas que eu sei muito deste tema?
Lá vou pensando e mandando umas bujardas que acho que têm a ver... e vou aprendendo com eles...
e estou sempre a ver se consigo meter os meus conhecimentos científicos pelo meio :)
Tu és o quê? historiador? sociólogo?

idadedapedra disse...

JR: a Reb ofereceu-lhe o mundo de sofia e ela não o conseguiu ler :(, diz que não é para já...
A queda foste tu que me emprestaste (já to devolvi?) e eu gostei muito, mas a catraia vai agora fazer 16 anos, não me parece que seja para já também

JR disse...

Então tenta o Savater. Foi um livro que ele escreveu para o filho, que na altura tinha essa mesma idade. É muito fácil de ler.
A queda? Tenho que procurar. Depois digo-te.

LB disse...

JR: Estou plenamente de acordo, mas então n compreendo pq carga de água se enche os espaço da cadeira de Filosofia nas escolas com o decorar da História da Filosofia, em vez de se ensinar os putos a pensar (a pescar).
O que está a falhar??? A malta de Filosofia não se questiona sobre isso, qd se prepara para a via do ensino???

É UM MONIMENTAL DESPERDICIO!!! E um trio nos pés dos filosofos (e de nós todos por arrasto)

Com o meu puto (no 10º) aconteceu exactamente o mm que a IP47 descreveu sobre a sua filhota, porra!!

LB disse...

vim agora do jantar, o meu comentário devia ter entrado antes dos romanos...

harumi disse...

Idadedapedra, sou um cidadão comum, sem formação universitária.
Sou do tempo das escolas técnicas. Tirei o Curso Industrial e os dois anos da secção preparatória ao Instituto Industrial, mas não cheguei a tirar engenharia.
O meu pai lembrou-se de morrer quando eu tinha 16 anos e nem a minha mãe nem as minhas irmâs nem eu trabalhávamos.
Tive de fazer o que se fazia nesse tempo em que os pais não tinham as asas tão grandes como nós temos agora. Armei-me em malandro e fui trabalhar!

JR disse...

Só dei aulas (no ensino recorrente) durante dois anos.
Ao alunos colocava um problema e de questão em questão íamos construindo a resposta e chegando àquilo que o programa dizia.
Não lhes dava apontamentos, não os mandava estudar. Só discutíamos. Mas no fim do ano tínhamos o programa dado e apesar de ser ensino recorrente nunca tive qualquer problema de disciplina.
Mas isso supõe uma certa auto-confiança e a capacidade de argumentar.
Isto parece um auto-elogio, mas é a forma como eu penso que se deve falar de filosofia nas escolas. E a disciplina de moral deveria ser ministrada por professores de filosofia, mas obrigatoriamente com aulas de discussão. Logo no 5º ano.

reb disse...

uma pessoa ausenta-se umas 2 horitas pra ver notícias e jantar...chega aqui e nem consegue assimilar tanta informação :)
Deve ser por isso que o nosso blog já consta do google( informação dada pela idadedapedra) e qq dia vai serivr para pesquisa de estudantes de filosofia :)
Ora pegando na ideia do lb, parece-me óptima, já que, sendo a filosofia uma "meta-ciencia", podendo questionar todas as ciências, isso só poderia ser mto positivo.
A filosofia é o pensamento e a interrogação permannete. Não é isso que fazem todos os outros ramos do saber? O que me parece que se passa nas outras disciplinas é que se centram numa parcela do saber, condição indispensável para a aprofundarem. E nesta hiper-especialização, esquecem tudo o resto. A filosofia integra, abrange.
Qro ao ensino da filosofia, o problema parece-me ser que os programas partem do princípio que é necessa´rio ter uma visão da história fa filosofia e como, infelizmente, foi reduzido no ensino secundário, mal se chega a essa fase de ajudar os alunos a pensarem. Mas a minha filha que está no 2º ano de psicologia e tem estudado filosofia( desde o 10º) tem aprendido muito e tornou-se mais "inteligente" ao começar a compreender os filósofos. Tenho até aprendido mto com ela.
Não sei se sabes, jr, que existe um programa de "filosofia pra crianças" ( infelizmente não integrado no curriculum oficial) que está a ser desenvolvido em algumas escolas, através de projectos de profs de filosofia. Destina-se a crianças até aos 12 anos ( penso) e não parte de conceitos filosóficos: antes parte de questões ou textos que pôem os miúdos a pensar e questionar-se. Conheço uma das pessoas responsáveis por esse projecto em Portugal e acho que a vou convidar para vir aqui ao blog.
Ela tb trabalha numa outra área chamada "Aconselhamento filosófico", destinada a adultos e que se baseia em premissas como: os seres humanos precisam de filosfia pra viver, a maior parte das vezes não necessitariam de psicólogos, caso fossem capazes de atingir um pensamento mais filosófico.
Se estiverem interessados, convido-a a participar.

idadedapedra disse...

Harumi: escolas técnicas... a Reb passa a vida a falar nelas, na falta que fazem.
Um curso superior por vezes direcciona-nos tanto para uma área que esquecemos as outras.
Provavelmente a cultura geral de quem não tem um curso superior é muito maior do que por exemplo a dos médicos, que durante uns anos têm pouco tempo para ler outra coisa que não medicina. É por isso que eu tenho tão poucos amigos médicos, são uns chatos do caraças, hehehehe

idadedapedra disse...

venha ela, a filosofa :)

JR disse...

"Aconselhamento filosófico"... Óptimo. Não sabia que já se fazia disso em Portugal. Já agora, se alguém estiver interessado podem ler um livrito que se chama "Mais Platão e menos Prozac", da Piaget.
Felizmente há excepções, como esses professores de que falas.
Nem tudo está perdido...

LB disse...

Pois, mt bem, então o problema não está no programa mas no método utilizado para o ministrar...?!? Ou o programa era no teu caso um “mal necessário” que utilizaste como pretexto para os por a pensar???
Duma forma ou de outra, continuo sem compreender como o verdadeiro objectivo da filosofia não é levado em conta por quem (v)os prepara para dar aulas de Filosofia.
Nas outras disciplinas tb grave o método de impinar, impinar, em vez de pensar e compreender, mas no caso da Filosofia é a negação da sua existência como disciplina....

harumi disse...

Sinto-me bem com o teu comentário. De qualquer forma, se te concentrares mais um niquinho, repararás que os meus comentários são fruto de um conhecimento menos sistematizado que o vosso.
Mas olha, quem dá o que tem.....

LB disse...

porra,isto hoje está mt dinâmico,´tou sempre atrasado nos comentários (entraram 4 pelo meio)

JR disse...

De algum modo o problema está no programa e nas metodologias impostas pelo "especialistas" do ministério. Se alguém no final do primeiro período fosse ver o trabalho que eu tinha feito, seria um desastre completo (de acordo com os critérios do ministério). Mas a médio ou longo prazo, é compensador.

reb disse...

Acabei de lhe ligar. Estava em casa, numa reunião de "filósofos" de vários países :)
Disse-me que o que ela ensina insere-se numa área da filosofia chamada "Filosofias práticas" e o presidente dessa associação estava agora lá em casa dela( um francês:))
Gostou da ideia de participar no nosso blog e prometeu escrever aqui, assim que tenha tempo...

reb disse...

Eu li o "mais platão, menos prozac" e ofereci-o tb a alguém da minha familia pelos anos, mas já não sei a quem foi :)


harumi, tu escreves muitissimo bem e eu sempre pensei que fosses sociologo. Que interessam as habilitações? Somos todos seres pensantes e curiosos em relação ao mundo :)

LB disse...

Mas, se os futuros aspirantes a prof. de Filosofia (tal como tu foste) fossem realmente “filosofos” e questionassem o q ali estavam a fazer, não seria certamente o ministério q os impediria de pôr os putos a pensar. Certo??
Por isso eu acho que o mal vem de trás. Do ensino na faculdade de Filosofia!!!

idadedapedra disse...

uiiii, LB, vais levar porrada da Reb. Achas que o ministério se interessa que os putos pensem ou não? :)))

reb disse...

LB, interroga-te sobre uma coisa: quem faz os programas que nós aplicamos nas escolas?
já pensaste nisso?
Têm que ser profes, certo?
Mas são profs que não dão aulas há seculos, ou só deram aulas uns dois ou tres anos. São pessoas ligadas aos partidos que estão no governo. Eu vou às vezes ao ministério e o que deparo: qdo o governo era psd eram os boys do psd, qdo passou a ser ps passaram a ser os boys do ps.
Essa malta não tem mta prática lectiva, é pessoal de gabinete. Interessa-lhes lá saber se os putos gostam daquilo ou não...
Depois há o esquema das editoras que é outro filme...

reb disse...

Ip, vês como sabes? :)

eu só queria que se pensasse nas coisas: afinal estamos numa onda filosófica: interrogamo-nos sobre as coisas :)


voces estão mto dinamicos mas eu amanhã levanto-me às 6.30!

Já vi que o tema que mais nos atrai a todos é a filosofia :)
Fico mto contente!!
beijos e boa noite a todos***

LB disse...

OK. Reb, os gajos do ministério são umas bestas, impõem-vos programas e métodos cretinos mas, no caso q estávamos a falar, do ensino da filosofia, ver experiência do JR enquanto prof., o objectivo primordial de pôr os putos a pensar deve poder ser atingido, seja qual for o programa, desde q o dito prof. se questione, como filosofo e, saiba o q ali está a fazer. É a minha opinião, pronto!!!

reb disse...

Ah, isso concordo absolutamente!!!
Eu faço o que quero do programa de português, dou-o como bem entendo.
Mas, qdo chega esta altura do ano, aperto com as coisas de que menos gostamos ( eu e eles) pq os putos têm que fazer exame nacional.
Em filosofia passa-se o mesmo, pode-se dar o que se quiser e como se quiser, desde que eles consigam passar no exame. E admito que miúdos habituados s pensar, até se desenrasquem melhor a interpretar as questões colocadas nos exames sobre os filósofos do programa.

LB disse...

That's it!!!
Durmam bem e sonhos filosóficos...

reb disse...

Dei comigo a pensar nisto: há uma forma de os pais ajudarem os filhos a pensar. Se, de cada vez que eles vierem com as suas "certezas", apenas perguntarmos: porquê? em vez de lhes contrapormos a nossa visão madura da coisa, eles terão que encontrar argumentos pra defenderem as suas "teses" :)
No fundo, é voltar à idade dos porquês ( mas desta vez de pais pra filhos) ;)

Tão só, um Pai disse...

... :) ... as respostas deles aos meus porquês, por vezes, são de arrepiar e deixar os cabelos em pé :) ... :) agora, antes de perguntar porquê, encho primeiro o peito de ar, nunca sei quando é que vou conseguir respirar :)

reb disse...

Dá lá um exemplo para eu te perceber :)

Tão só, um Pai disse...

... pá, por temas lembro-me. Fala-se de que, para se vencer e se ser feliz neste mundo, não é preciso estudar, porque desde que tenhamos os amigos certos nos lugares certos, temos o presente e o futuro assegurado. A Marijuana é inofensiva por ... várias razões ... todas as que se possam imaginar, nomeadamente a de estudos credíveis sobre o assunto, um café por dia não faz mal a uma adolescente de 13 anos, que acha que pode tomar dois por dia, ... só está desempregado quem quer ... já estou a inspirar outra vez, só de pensar nas restantes ..

Tão só, um Pai disse...

O curioso foi o de, neste debate, não se ter, também, abordado de forma mais explícita o facto de, subjacente a este pensamento ocidental, e não só, estarem, também, as ideologias, os sistemas políticos, e a reprodução de mecanismos neste contínuo passado-presente, em que o futuro não o é, nunca o é, por sempre pensado atempadamente, num tempo que temos por agora, mas já passou, e, por isso, revertido, também e sempre, neste tempo de passado-presesente. No que vivemos sempre, porque é essa a dimensão do tempo. E o sonho? Pois, até esse. Talvez e, por isso, nos seja difícil mudar a nossa condição, seremos sempre moldados por um grupo, o do poder, que sempre controlou e controla o nosso destino. Política é o domínio do poder, numa e sempre injusta dialética entre os poderosos e os apoderados. Em que até os apoderados reproduzem os mecanismos do poder, e esses estão muito para além das constituições e das leis, das cartas de direitos. Há muito que os reis combateram na frente dos exércitos, hoje são uma classe invisível, a ética é-o para as massas, a ética do poder é-o, também, pelo controlo da ética, duma ética de respeitos que os proteja, ao poder, no poder. A opinião é livre, porque pré-condicionada à ética ditada pelo poder. O sonho é subvertido, dizem que temos o que queremos, ignorando o como o queremos. Presente-passado ou passado-presente? Não importa, o futuro não existe e, nisto, do poder, até ver, será sempre o poder. Talvez esta história ainda esteja por contar. Ou talvez não, mas isso não interessa ao poder.

Tão só, um Pai disse...
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idadedapedra disse...

Platão: "a penalização por não participares na política, é acabares a ser governado pelos teus inferiores"...

(vendo-a como a comprei:)

Tão só, um Pai disse...

:) curiosa, a dicotomia "superiores - inferiores", para justificar o envolvimento no poder ...

reb disse...

A frase do platão daria um belo tópico para debate :)

reb disse...

lol. ts1pai, os teus putos são espertalhões, tou a ver :)
E,se qdo eles te disserem que não é preciso estudar mas sim ter os amigos certos, lhes responderes: "então quem não tem os amigos certos tem mesmo que estudar, não achas?" :)
Sobre a marijuana podes contar a história de um amigo que um dia alucinou tanto que ficou do lado de lá, e anda por estes dias a falar sozinho pelas ruas do chiado ;))

Tão só, um Pai disse...

Reb, o gajinho é esperto, disse-me logo que uma tia, já com 50 anos, dum colega, manda um charro todas as noites depois do jantar, à frente deles, que o faz há muito tempo e é uma pessoa muito inteligente e normal. Pois, calculo, quando está com a moca, deve ficar inspirada e manda umas larachas filosóicas, todas zen, mas da muit baratuchas. Vai daí, como é novidade para os putos, ainda por cima é uma "senhora" que diz aquelas palermices sobre a erva, eles ficam maravilhados, como bois a olhar para um palácio. Estas coisas devem ser desmontadas com cuidado. A internet está cheia de argumentos a favor, os passados não andaram a perder tempo. Pelo contrário, não encontras nada credível contra. Pelo menos, na altura, não encontrei. Usei outro argumento ainda mais poderoso. Claro, lá tive que me expôr. Não fomos propriamente santinhos. Mas é sempre um risco.

reb disse...

Pois olha, eu no verão li notícia sobre uso prolongado de haxixe e marijuana: segundo um estudo qq , propencia o desenvolvimeto de doenças psicóticas, e referiam vários casos. Claro que seriam casos de eexcesso...mas ele tem que perceber que pode haver riscos, né?

idadedapedra disse...

pronto, mesmo com SPM tenho que me pronunciar sobre esta porque sei alguns dados científicos sobre a coisa.
Há algumas doenças psiquiátricas que têm um componente orgânico, ou seja, já se nasce com um neurónio "torto". Depois o ele despoletar uma psicose ou não depende da vida. Os canabinóides podem nalgumas dessas pessoas despelotar uma primeira crise psicótica e daí para a frente está tudo estragado. Pode ser que viessem na mesma a ter a doença... ou não. Isto é uma raridade, mas que las hay, las hay. Nós que somos da geração dessas coisas, estamos aqui sãos e salvos (ou fingimos bem :) e portanto não fomos desses. Mas e se um dos nossos putos calha ser o tal da percentagem pequena?
Aqui por casa contei-lhes, à mais nova muito recentemente... ela diz que nunca há-de provar, que h+a-se ser sempre mais forte do que essas coisas...
Os canabinóides actuais são feitos já por engenharia genética e muito mais potentes do que os da nossa adolescência.
Alteram também um bocadinho a memória.
Entre os canabinóides e o alcool, não sei dizer qual o mais pernicioso.

Pronto, falou a cientista com SPM

reb disse...

Pois, corre-se sempre um risco, não é?
Mas em relação ao álccol tb pode ocorrer episodio psicótico? Parece-me que o álcool se controla melhor, não é? Pode-se parar de beber qdo se fica mal-disposto e até vomitar....agora os charros, depois de fumados, não há nada a fazer...
Falo mais com a minha mais nova sobre os efeitos do álccol, pq os shots são uma verdadeira bomba! Imagino que para o fígado seja uma agressão enorme. Tento que beba cerveja e até vinho ( às vezes bebemos um copo juntas) e penso que já passou a fase dos shots de sábado à noite...
Mas fico sempre um pouco preocupada com isso, pq os shots são baratíssimos nos bares do bairro alto, e para o efeito pretendido ( desinibição) são mais baratos, mais rápidos e mais eficazes...
O que eu tento é que ela veja a percentagem de alcool existente numa cerveja, numa garrafa de vinho e numa bebida branca...
Tal como aconteceu connosco, todos passam por isso, experimentar coisas, mas temos que estar atentos e tentar falar com eles...

Tão só, um Pai disse...

hum ... ele já ultrapassou a fase dos shots. Agora, quando se juntam, bebem um wisky ou vodka negra. Também já aprendeu que há wiskys que são uma grande zurrapa, e que nenhum se bebe para matar a sede. Nunca foi de cervejolas, ainda não lhes tomou o gosto, nem gustativo nem social. Está outra vez nas coca-colas. Umas vezes "adornadas", outras não.
Quanto à canabis, experimentou e detestou. Confirmou-me que também podia acabar a moca deprimido e estupidamente triste. Deixou de dar tanto crédito à outra "passada" de 50 anos.