Quase todos fomos católicos na infância e quase todos nos tornámos ateus na adolescência. O que ficou dessa crença que nos foi transmitida? Como resistimos à ideologia cristã/ católica da sociedade portuguesa? Seremos mesmo completamente ateus ( ou agnósticos) ?
O conceito de Deus da nossa infância era materializado num senhor de vestes brancas e barba, em ascensão ao céu ou pregado numa cruz. Temíamos essa figura que conhecia todos os nossos segredos, e nos descobria todas as mentiras...
O tempo foi passando....e, dentro de nós, será que algo substituiu essa crença? Ou ficou um espaço vazio?
Quando nos acontece alguma coisa má, não nos socorremos de qualquer coisa espiritual que nos devolva a esperança?
A pergunta é: pode o homem viver sem religião? ou antes: pode o homem abdicar do seu lado espiritual?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
Eu gostava de poder dizer que a única coisa que me ficou da educação católica da infância foram os ensinamentos do cristo, porque esses eu gosto muito.
Mas acho que também ficou o permanente sentimento de culpa, que é uma coisa altamente cansativa :)
Se acredito num deus? Acredito no deus universo, natureza. Aliás eu acho mesmo que o universo é todo energia que se concentra de vez em quando em alguns locais e de tão concentrada faz-nos ver aquilo a que chamamos matéria. Por isso é que em estados alterados de consciência, como por exemplo a meditação, se vêem as coisas duma maneira diferente, como se os limites fossem esbatidos, como se tudo estivesse ligado.
É nessa energia que acredito, é esse o meu Deus do qual eu faço parte.
E se, na manutenção e reciclagem desta energia se tiverem formado os "seres vivos". E se para a manutenção dos seres vivos se criaram os instintos? E se o homem, que resolveu transformar isto tudo, inclusivé os instintos, criou o egoísmo, ao confundir o instinto de sobrevivência e proagação dos seus genes. Assim, a maldade, seria também uma criação do homem... tal como o amor :)
isto sou eu a divagar :)
Gostei mto deste texto!
Comentários que tenho a fazer:
1º- sim, a religião católica encheu-nos de culpabilidades estúpidas...mas recentemente aprendi uma coisa: a ausência de culpabilidade( remorso) só existe nos psicóticos e nos psicopatas
2º- sim, tudo é energia e nós mesmo somos energia tb. Por isso, compreendo a medicina chinesa que encontra centros de energia no nosso corpo e atribui as doenças a desequilibrios nesses focos energeticos.
E isto acaba de me dar uma ideia para um novo post :)
1. Pode o homem viver sem esperança?
2. Deus pôs-nos cá e disse-nos: deite-te a vida, ela será o que dela tu e os outros fizerem.
3. Não conheço nenhum piloto ateu.
4. Recusar a opulência e os desmandos da igreja, ou as suas mensagens sublimes de caos apocalítico, castigo eterno e subjugação, não é ser ateu.
5. Há alturas em que mais nada nos sobra, senão Deus. Acho que fui ouvido, sem Lho pedir.
6. Quando Lho pedi, ou não fui ouvido, ou achou que não merecia o milagre do impossível. :)
5. Ouviste-te...
Os ateus não têm esperança? eu chamaria mais fé a esse sentimento dos católicos.
É engraçado que me diga que todos os pilotos são crentes. Tb tenho reparado que os jogadores de futebol se benzem qdo entram em campo.
A questão parece-me ser esta: independentemente das religiões e suas culturas, há alturas da vida em que todos recorremos a algum "poder superior", algo de transcendente ao mundo material. É o nosso lado espiritual que, por muito materialistas que sejamos, não desaparece completamente...
espiritual e material (no sentido de matéria) não são opostos...
o poder superior, sim invocamo-lo, mas é para ser respondido por nós, que como somos deus, está certo
É verdade: espírito e matéria não são opostos. O problema é que, com a exaltação do científico, não há explicação para o espírito e, por isso, algumas pessoas negam-se a admitir a sua existência ( baseando-se na máxima: ver para crer). Será que o nosso corpo termina na nossa pele? Pelo menos sabemos que temos uma temperatura e exalamos ondas de calor, não é?
Temos "poderes superiores" dentro de nós? Acho que sim...ou não sobreviveriamos a catástrofes ( tantos casos de pessoas que, após acidentes em que ficaram mto debilitadas, encontram novas alegrias e sentidos para a vida...)
Um pormenor engraçado: no filme "21 gramas", fiquei a saber que um corpo, ao morrer, perde 21 gramas ( será esse o peso da alma?) :)
Enviar um comentário