sábado, 12 de abril de 2008

Relações humanas num mundo virtual

Para nós que tivemos uma infância e adolescência sem computadores, esta nova realidade traz mais vantagens que desvantagens: o acesso a toda a informação que queremos, a comunicação com pessoas do outro lado do planeta, os nossos blogs que vieram substituir as cartas de antigamente e nos põem a pensar e debater, enriquecendo-nos,...
Mas, para os mais novos, que nasceram "programados" para teclar em vez de falar, que consequências terá nas suas relações futuras?
Para um jovem tímido, isto deve ser óptimo. Consegue fazer-se ouvir e obter reconhecimento sem precisar do intimidatório "face-to-face". Mas, aprende-se a vencer a timidez com as experiências reais, aprende-se a conviver, convivendo, aprende-se a socializar, socializando. Será que a internet pode ser uma ajuda numa 1ª fase, ou será que dificulta ainda mais o avanço para a outra realidade?

Onde eu moro há mtos jovens. Há uns 7/ 8 anos , todas as pracetas e jardins estavam cheias destes miúdos, as salas de condomínio serviam para as 1ªs festas, onde, lá pelos 15/16 anos experimentavam os namoricos, os cigarritos e as bjecas...
Hoje quase não se vêem miúdos pelas ruas, a não ser no caminho para as escolas do bairro.
Estarão todos em casa a teclar com os amigos e a ouvir música nos seus portáteis?
Para os pais deve ser um sossego...mas...que fase é esta do desenvolvimento? Como sairão disto? Precisam de sair um dia ou pode-se "crescer" assim?

35 comentários:

Tão só, um Pai disse...

Eu, de facto, gozei de muita liberdade. Praticamente nasci no "mato", e esgueirava-me até aonde nem devia. Sempre em segredo, que a malta também os tem, desobedecendo, sempre, a tudo e a todos. Aprendi o valor do silêncio na escuta dos perigos. Talvez, por isso, a minha predisposição reservada. Foi um privilégio, misturei-me com os indígenas, os velhotes andavam tristes, o filho era um "selvagem", até falava a língua deles, não se dava com os outros "meninos" e "meninas", de quem se afastava. Para que é que um gajo há-de brincar aos índios e cowboys a fingir, se pode brincar ao tarzan de verdade, com um tanga de pele de cabrito e tudo?

Hoje, já estive com amigos, a minha filha está com amigas, o meu filho a dormir porque passou a noite com amigos e ... enfim. Por norma, eles combinam o que houver por o fazer, ou pelo telemóvel ou, quando o saldo começa a ganir por mais, pelo messenger. Por aqui, nem todos os dias o são de isolamento ou de falta de gente para a palhaçada. Mas, a vida, não é só palhaçada.

idadedapedra disse...

para mim, que sou tímida, divido o mundo em duas eras: pré e pos internet. Conheço tanta gente pela net. Muitos deles nem nunca os conheço pessoalmente, mas enriquecem-me a vida na mesma.
Aqui o Harumi é um exemplo desses, conhecemo-nos no ICQ há 500 anos atrás, trocamos mails e nunca precisámos de nos conhecer no mundo não virtual :)
Diria que a percentagem é para aí 50/50 (os que venho a conhecer fora da net e os que se mantêm só no virtual)
Isto para dizer que para os tímidos a net é uma arma fabulosa, porque nós temos muita coisa para dizer que por vezes não sai no frente a frente.
Quanto aos putos... o mundo fica muito mais pequeno assim. Eles conhecem gente de longe e podem passar uma noite juntos a estudar ou a ouvir música só porque têm o msn ligado e vão mandando umas bocas.
Mas eles continuam a conviver na escola por exemplo.
Eu sou uma defensora da net :)
Mas sim, sei que há miúdos problemáticos, pouco sociáveis, que ficam ainda mais bichos do mato pela net.
Mais do que a net, são os computadores em si. Eles ocupam-lhes hoje em dia grande parte do tempo livre. E isso é que para mim é interessante. Porque é que o mundo virtual é mais chamativo do que o real? Porque é que jogam tanto no computador? porque é que isso os satisfaz mais do que passear e explorar o mundo?
Para os meninos pequeninos, que começam a explorar o mundo, o computador faz parte da natureza, como uma árvore por exemplo; faz parte do mundo deles. Só que é muito mais interactivo. Um clic e salta-se para outra dimensão.
Aqui por casa a mais nova é absolutamente viciada no sims. E o que é o sims? São pessoas que eles criam e constroem-lhes uma vida. Namoram, casam-se, têm filhos, empregos... a vantagem é que se não gostam do resultado fazem delete :) A vida real não tem esta arma assim tão à mão... primeiro que a gente delete uma asneira...

Tão só, um Pai disse...

... cá em casa jogaram muito ao sims, ao soldier of fortune, ao miami vice ... agora, já se fartaram. Tanto quanto sei, "lá" em casa, a pequerrucha e as amigas é que dominam a playstation do gajinho, que já não lhe liga. Mas queixa-se de que lhe vasculhamo quarto todo. Logo, tem esperança :):):)

LB disse...

Pois é, a brincar a brincar, o caraças dos engenheiros, esses burgessos tecnocratas,
influenciam esta choldra e moldam os paradigmas da nossa existência.
Ele foi a revolução industrial, dos transportes das comunicações, a tv e, agora, a net....
Há quem acredite que nós somos Deus (ou parte “inteligente” desse todo) e que a nossa função aqui é, evoluindo, compreender passo a passo o universo e, assim “moldar” a sua progressão (antes do próximo big-crash)....(uma perspectiva “modesta”....:)

Voltando à actualidade e ao tema lançado, sem dúvida que os hábitos e comportamentos se vão sucessivamente alterando, agora, com a net, somos mais globais, homens terminais, não necessitamos de sair de casa, do nosso computador para conhecer e ter experiências (e ainda esta era tecnológica agora começou. Imaginem qd o interface connosco não seja só um teclado+monitor (coisa rudimentar) e passar a estar “electricamente” ligado ao nosso cérebro, transmitindo-nos todas as sensações como se as estivéssemos fisicamente a viver. (lá chegaremos de certeza, talvez + cedo do q se possa imaginar)
Agora, isto é bom?? É mau? Parece-me mt pouco poético mas inevitável.
A nossa carcaça (e a forma como interage com o mundo) está condenada.... : )), eh, eh,eh!!

Ok, podem malhar à vontade.....


PS: Sociologicamente creio q, para compreender o efeito da substituição do relacionamento físico pelo virtual, se possa olhar e fazer o paralelo entre, a maneira de ser dos povos do sul, que vivem mt + na rua, e os nórdicos q pelo contrário saíam menos de casa, sendo por isso + cerebrais e menos emotivos q nós. Irão os nossos putos e as gerações vindouras ficar tipo Suecos... bahhhhhhhhhh.....espero bem q não!!!

Tão só, um Pai disse...

:) eu até acho que a net veio adicionar o mundo virtual ao que existiria de físico, sem a net. Nas actuais sociedade urbanas, o físico tornou-se, de per si, muito ... "sueco" ... :):):) Por isso, ficámos a ganhar. Longe de mim deslocar-me 30 km ou até muito mais, para encontrar alguém disposto a falar sobre isto. Não é, xô inginheiro? Quando é que podemos usar o Matrix?

LB disse...

Sim, concordo com a adição de vantagens, mas, no nosso caso já estamos formados. A questão é para os putos que se estão a formar agora, como isto os vai influenciar a nível comportamental.....

Matrix )) Tem piada, q qd escrevi (a cima) nem sequer me tinha lembrado desse filme, mas agora que falas, a ideia é parecida ))

Ó cientista, não achas que em breve, (qd compreenderem bem a física da coisa) o nosso cérebro vai poder receber directamente sinais eléctricos do exterior...

idadedapedra disse...

absolutly!!!!
E aí é que eu vou mesmo casar-me com um gajinho virtual porque até sensações físicas vou ter e desligo-o sempre que quero! Yessss!
Essa merda é tal e qual o admirável mundo novo, só que quando ele o escreveu ainda não havia computadores. Eles quando queriam prazer físico enfiavam-se dentro dumas maquinetas que lhes estimulavam determinadas partes do cérebro e saíam de lá muito mais aliviadinhos :)
Depois temos mesmo é que ir ao ginásio, porque vamos deixar de nos mexer para obter o que quer que seja, até para o prazer.
Mas falando a sério, isso fará com que o teletransporte que eu aguardo ansiosamente há que tempos, passe a ser menos necessário.
E podes crer que daqui a uns anos se escolhem os genes dos filhos que se quer ter.
Será que depois a educação deixa de ser feita por nós e como no matrix, se põem introduzem programas completos que os tornam imediatamente aptos? Xiiiii... não sei se é bom ou mau

reb disse...

Eh, lá, malta inginheira, cientista e sei lá mais o quê: então vocês só vêem vantagens neste admirável mundo novo :)
Olha, ainda bem que pensam assim...
Eu, mais virada pras humanidades, preocupo-me com o que acontecerá a estes putos cibernéticos qdo forem adultos.
Será que no futuro qdo casarem ou viverem com alguém, vão estar juntos numa sala, cada um a comunicar por essas ondas de que vocês falam com o "outro mundo", esquecendo quem ali está ao lado?

E sim, ts1pai, os putos continuam a sair à noite ( tenho isso em casa) mas saem menos de dia. A noite é escurinha, bebe-se um pouquito e sentem-se mais àvontade uns com os outros:)
ó IP, como concilias o teu amor pela natureza com o teu amor pela tecnologia?
Já agora, achas possível um jovem conseguir conciliar as duas coisas? Não achas os computadores viciantes para eles, a ponto de lhes ocuparem todo o tempo livre?

Tão só, um Pai disse...

Não vos percebo, tão cheios de expectativas do que deve ou não ser o social ou a socialização dos filhotes e dos putos futuros. O que tiver de ser, será e estou como o outro: não podemos com uma mão parar os ventos da história. Não lhes deram os valores? Eles não têm amigos? Não vos têm a vós? A vida, agora é com eles, com ou sem computadores, como o foi connosco. Também tive o viciante spectrum e o apple IIE, e tive de trabalhar à frente dum computador desde os dois últimos anos da faculdade. Era horrível, aquela bodega do apple era lento, só usava disquetes e o que hoje demoramos uma hora a fazer, antes era uma tarde, quando não ia pela noite fora. Eles agora comunicam mais em tudo, não é só pela internet, é por tudo o que é media. Têm mais escolhas e na internet não há ganzas nem heroína. Na noite sim, há disso tudo e muito mais perigoso para a saúde de qualquer um. Pá, mais vale uma ganza (leia-se "directa") no messenger do que com esses comprimidos da treta que para aí andam. Eu estou descansado com os meus na sua relação com a internet e o computador. Eles vão trabalhar com as máquinas.
A falta de socialização vem da sociedade urbana e dos problemas de segurança que vêm com ela. São estes últimos que me tiram do sério. Quero lá saber se eles passam a noite a comumincarem-se por computador dentro da mesma sala. Até é mais giro de que um casal a ler cada um o seu livro. Eles, ao menos, comunicam-se. Quem me dera a mim ter feito isso. Escrevia o que sentia. Não vejo qualquer problema. Falar é bom, mas nem para todos chega.

Eles estão a formar-se? É bom que se formem e que passem agora o desafio viciante da jogatina e da net. Também passei por isso. Como também passei pelas noites ao relento. A vida calha a todos e não nos resta mais do que libertá-los, o tal deixar voar, em tudo. Porque. mesmo que não o queiramos, eles voam à mesma e à sua maneira. :):):)

Tão só, um Pai disse...

... e ainda falamos do impacto das relações cibernéticas dos putos ... o mulherio anda ai todo numa algazarra por causa duma maquineta da marca bimbie ... fogo, é uma coiseca que até parece saída dum programa qualquer de televendas ... e é claro, começam a haver uns problemazecos, os maridos, primeiro, fazem-se desentendidos, perguntam, "o quê, a bimba?". Vão à cozinha e ... sim senhora, até acham que a máquina tem potencial. Pois é, ainda no outro dia ouvi uma a queixar-se, primeiro chamou-o, "ó zé, vem prá cama que estou com frio", claro, o zé na sua azáfama dos preparativos diz-lhe, "vou já, tenho que ir à cozinha, a ver se alivio esta fartura que me causou a feijoada". Um minuto depois, ouve-se uns suspiro aliviado, e diz o zé um pouco pouco balbuciante, "ó ... ó querida, mas olha, parece-me que hoje só vai haver leitinho magro". Vícios temos todos, não é?

reb disse...

Tu não existes :)))

Contigo, nunca podemos debater um assunto a sério :))
eh pá, ó pai, estamos só a ver os prós e contras desta geração cibernética...mas o que tu queres é tê-los perto de ti no ninho :)
Entendo-te...o resto que se lixe :)

Qto à bimbie, não tenho, mas já comi um bolo feito nela por uma amiga e afianço-te: aquilo sabe a plástico, falta-lhe o gostinho das batidas eo sabor do forno :)

harumi disse...

Esta coisa dos computadores e dos telemóveis,na minha opinião, nem é boa nem é má, é a realidade presente, e é simplesmente impensável vivermos sem essas ferramentos depois de as termos inventado e produzido para utilização em massa.
O que caracterizou os enormes avanços adquiridos durante o século passado, teve por base, um aumento incrível na velocidade e facilidade com que podemos comunicar uns com os outros e ter democratizado o acesso à informação/conhecimento disponível.
O paradigma alterou-se. Se calhar não vale a pena perdermos tempo com comparações com o passado, tentando encontrar justificações para os males que hoje em dia assolam o mundo.
Os desafios são hoje forçosamente diferentes do que eram no passado. Somos presentemente cerca de 6 mil milhões de seres humanos, e só uma pequena parte deste total usufrui das conquistas alcançadas.
Como fazer passar os países pobres para países em vias de desenvolvimento? E depois como passá-los para países desenvolvidos?
É um desafio enorme, e não faço ideia de como o vamos conseguir fazer, se é que o vamos conseguir, mas estou convencido que os nossos filhos e netos com a ajuda dos computadores e restante equipamento tecnológico, terão muito mais possibilidades de o conseguir do que a humanidade alguma vez teve.
Para além do que acima escrevi, também confesso que acho que é muito bom nós, podermos comunicar assim uns com os outros, seja em chats, seja como o fazemos aqui, deixando a nossa opinião sobre assuntos que a reb nos vai deixando em forma de sementes.
Pois....às vezes nem sequer nos conhecemos fisicamente, mas não é por isso que deixamos de comunicar e de sentir um grande prazer em fazê-lo.
(pelos vistos temos aqui mais um optimista....hehehe)

idadedapedra disse...

"ó IP, como concilias o teu amor pela natureza com o teu amor pela tecnologia?"
tenho que confessar que a tecnologia tem ganho terreno à natureza... é outra natureza, hihihi

idadedapedra disse...

e pois é, isto vai andando sempre para a frente e não podemos comparar gerações. O mundo é completamente diferente para os putos do que foi para nós nessa idade... tudo é possível

Tão só, um Pai disse...

A relação com a natureza é ... demasiado importante ... que querem, viciou-me quando ainda era puto. Não há net ou conforto caseiro que o substitua. Nem amigos físicos. Não acontece sempre mas, por vezes, afecta-me como algo de acumulado por cumprir, tenho uns ataques de precisar de espaços livres, de fuga às gentes do dia a dia e ... ala com ele ... não sei para aonde, mas vou. É que preciso. Caso contrário, não me sinto nem livre nem vivo. Por vezes, gosto de partilhar e partilho melhor em deambulações com quem não tenho qualquer envolvimento emocional, de afectos "conjugais". Estes, às vezes, até surgem, de forma muito inesperada e descomprometida, nessas partilhas. Outras vezes, mesmo quando o faço só, sinto necessidade de o partilhar. Tiro uma foto e envio-a a alguém, com um sorriso. Isto, claro está, se houver um recpetor com quem me sintonize nestas partilhas.

reb disse...

Pois é, estes miúdos são diferentes de nós e tudo bem. Mas, reparem, os nosso filhos usam os computadores e afins de forma mais ou menos equilibrada, pq nós somos pais atentos. Agora imaginem crianças/jovens com pais ausentes ou desatentos. Ponham-lhes um computador e um telemóvel na mão e garanto-vos que se esquecem do tempo passar: não saem, não comem, só teclam. Isto é ser addicted!
Há dias li, numa reportagem sobre estes assuntos que, no japão, criaram "campos de recuperação" para jovens viciados em tecnologia. Havia miúdos que diziam que passavam 16 horas por dia "ligados" ( se imaginarem a sociedade japonesa podem compreender isto, os próprios pais não falam, teclam).
Então, esta recuperação consisitia no seguinte: todos deixavam o tlm ao entrar. Estavam instalados no meio do campo. De manhã, fazim todos corrida. Dp havia sessões de leitura de poemas (imaginem!) e debates, e mais não me lembro...
Pensem nisto...

Tão só, um Pai disse...

O mundo urbano, de forma paradoxal, traz muita solidão. Porquê paradoxal? Porque, não obstante o ajuntamento de gente, as pessoas estão, cada vez, mais sós no meio da multidão. As relações tornaram-se impessoais, a maior parte de nós só vê os filhos e a mulher que ama ao fim do dia, estamos todos cansados, precisamos de nos reencontrar em silêncios. Aceitamos isto de forma resignada porque o fazemos pelos filhos, é o que pensamos. Também o fazemos, e muito, por um sentido de autorealização pessoal e social. Os casais fecham-se, até para os amigos, porque as vidas dos casais sem filhos era mais sintonizável do que com eles. Não convidamos os vizinhos para casa, nem para uma cervejinha com um jogo de futebol. Os amigos não querem sair de casa, ou porque não é fácil, em qualquer deslocação, a logística dum casal com filhos, ou porque precisam de algum isolamento para alcançarem o seu equilíbrio interior e familiar. Somos todos muito impessoais, todos muito educadinhos, não passamos de "bons dias", "boas tardes" e "boas noites". E mesmo quando há gente para receber em casa, tem de estar tudo muito asseadinho e limpinho. Nunca está o suficiente, são convenções sociais na cabeça de quem se auto impõe regras obcessivas sem qualquer objectivo que não o da auto-estima aprendida com a mãezinha e o paizinho. E os miúdos sobrevivem nisto, mas não perdem o gosto por estarem com os outros, até virtualmente, se necessário. Os miúdos têm falta de gente, às vezes até deles próprios. A tecnologia é a fuga mais à mão para o seu próprio mundo de sonhos e fantasias, onde se libertam, constantemente, da solidão. Onde, por vezes, procuram ultrapassar as suas deficiências em auto-estima adolescente ou pré-adolescente. Drogas, há muitas. Vícios, também, e não são todos cibernéticos. Há quem tenha o vício de jogar, de caçar, de pescar, e de muitas outras coisas. Há malta de 12 e 14 anos já alcoólica, outros, já viciados na heronína aos 16. Os comportamentos obcessivos e de dependência não o são de agora. Manifestam-se em tudo o que esteja disponível e a tecnologia não foge à regra. A solidão colectiva, essa, é-o, cada vez mais, de agora. Pergunto-me o que farão os putos em desintoxicação tecnológica, quando chegarem a casa. Os pais estão disponíveis para lerem poemas com eles? Estão eles disponíveis para o fazerem com os pais? O seu grupo social de amigos vai, também, mudar? Têm um grupo social de amigos para além do virtual?
Por muito que nos custe a aceitá-lo, hoje até pagamos para os nossos filhos terem ompanhia e se socializares. O mundo é que é estranho, não a tecnologia.

idadedapedra disse...

ó Reb, alguma vez estaríamos para aqui nestas conversas se não houvesse net? Achas que nos íamos juntar todos os dias em casa uns dos outros para discutirmos estes temas?
A net é uma nova fomra de relacionamento... as relações humanas têm vindo a evoluir sempre... vamos a ver onde esta chega...
E como diz o ts1p, adicts haverá sempre, duma coisa ou doutra...

Ts1p: eu faço exactamente como tu... em dias de neura, meto-me no carro e vou por aí, vendo paisagens e parando por momentos em frente ao mar. Embora nesses dias seja mesmo conveniente que esteja sozinha, para curtir a neura, também tenho necessidade de a partilhar e aí, com as tais maravilhosas novas tecnologias, são os MMSs que me ajudam a partilhar.
Um dia, num desses passeios, já há muitos anos, apanhei o barco para tróia e fui andando sem destino. Tava muita neura nesse dia.
às tantas passei por uma terreola que se chamava "deixa o resto" e eu cá para mim.... hum... bom conselho.
Depois entrei numa vila em que deparo com uma loja que se chamava "tudo passa"... lá isso é verdade
Depois, passei por uma quinta que se chamava "pomar das almas".
É pá, com isto tudo, voltei para casa muito mais bem disposta

idadedapedra disse...

ts1p: a mãe natura, é a mãe natura... nada se lhe assemelha, somos filhos dela, parte dela.
Para as neuras, para as emoções, não há melhor. É ela é que nos compreende.
But... a mãe natura eu já conheço há 47 anos... o mundo virtual só há 10 e ele todos os dias mostra coisas novas e ajuda-me a sociabilizar quando gosto de viver longe da civilização.

A mãe natura é mais física, a net é mais cerebral... completam-se. Nunca eu imaginei que isto pudesse acontecer

harumi disse...

A mãe natureza, a grande Gaia, claro que não convém ser esquecida. Para diminuir a telha, quando estamos stressados, nada com um passeio à beira-mar.
Temos então de ir fazendo misturas de tecnologia e mãe natura (por exemplo, passear à beira-mar e estar a ouvir música em mp3), vêm logo os puristas: "então e o barulhinho das ondas do mar?".
Pois, cada um faça como lhe aprouver. Tenho um colega meu que quando começo a falar deste tema, diz logo: "Abaixo os passarinhos!!!!"

idadedapedra disse...

Eh pá, eu adoro os passarinhos... e o ruído do mar. Como vivo nomeio dum pinhal, quase já não oiço música :)

idadedapedra disse...

e agora vou passear a mim e aos cães na praia, ouvir o mar e as gaivotas :)

Tão só, um Pai disse...

:) ao mar, com todos. Vivam os "barulhinhos" da natureza, os cheiros das silvas e dos pinheiros, da maresia.

reb disse...

Somos todos mto poéticos, não há dúvida:)

Apeteceu-me viver perto do mar e ir cheirá-lo...mas aqui tenho as esplanadas e o pequeno almoço ao solinho ( já apanhei um bocadinho)

IP, eu não falava de nós. Para a nossa faixa etária, que brincou na rua, a net é uma grande mais-valia.
Eu falo de jovens em formação, e por isso lhes lembrei o que li sobre os japoneses.
Os nomes de alguns locais são deliciosos ( um dia escreveremos sobre isso). Sabes, o pomar das almas ( em santiago do cacém) é de uma amiga minha que tu tb conheces :)

harumi disse...

O meu gato, o "Silvestre", também adora passarinhos!
Estou a brincar!
Quando vou de férias para Lagos, não imaginam o tempo que perco com os passarinhos num enamoramento que tem por objectivo o virem comer cada vez mais perto de mim.
Criar laços.....como dizia o principezinho.

reb disse...

Ui, o criar laços do principezinho...
já escrevi dois posts sobre esse livro, o dos "laços" será o 3º :)

idadedapedra disse...

eh pá, os mues gatos também... Eu tenho um quintalinho... e os gatos andam sempre a ver o que aapanham. Adoram passarinhos bebés, taditos... mas depois nem os comem, porque eles não têm fome. Acho que é só para não perderem o jeito da caça.
A gata mais velha pariu muita vezes. Quando ela tinha ninhadas, punha-os no meu quarto e deixava a janela aberta para a mãe poder entrar e sair. Um dia acordei com um estardalhaço imenso. A gata tinha caçado uma perdiz e tinha-a levado para o cesto dos gatinhos para eles lhe tomarem o gosto. Só que a perdiz ainda estava viva e lutava com todas as suas forças...
:) episódios da vida no campo :)

idadedapedra disse...

eh pá Reb, sei lá eu o que é que isto da net irá fazer a quem é criança agora. É que não faço a mínima ideia, até porque a evolução nessa área é tão rápida que a gente não pode imaginar em que estadio das comunicações estaremos daqui a 10 anos.
Eu sei é que isto é imparável.
Sei que os putos aprendem a mexer no computador antes de saberem desenhar ou escrever.
Outro dia vi um puto de 2 anos, que sabia escrever PAI no computador. Ora nessa idade, o máximo que fazem com uma caneta é riscos e algusn mais dotados nessa área já desenham círculos...
É claro que isto vai alterar o desenvolvimento completamente. Olha, daqui a 10 anos digo-te como é que eles vivem, esses que agora têm dois anos e já sabem mexer em computadores :)

idadedapedra disse...

e bem feito ts1p, que eu vivo a três minutos da praia, hehehehe

idadedapedra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
idadedapedra disse...

1,2, 3 experiência

Tão só, um Pai disse...

:) Houston? this is Appollo-11. We've got a problem. The moon is on the other side of the earth. Over. :)

Tão só, um Pai disse...

:) já percebi, "amlada" é uma terra marroquina à beira-mar. Deves estar a perguntar-te, o que é que este gajo quer dizer com "amlada"? Pois, vê lá bem o o teu perfil. Agora, sim, percebo essa espécie de turbante na foto. :):):)

idadedapedra disse...

sim, sim, eu vivo no deserto, graças a deus :)
Lisboa jamé!

reb disse...

:)))))))))))