terça-feira, 1 de abril de 2008

O homem é um animal monogâmico?

19 comentários:

Tão só, um Pai disse...

Depende da energia e da riqueza. É preciso ter caparro, físico, mental e financeiro para, nos dias de hoje, aguentar com duas moças e respectiva descendência. A menos que sejam elas a aguentar com ele, o que até é uma hipótese de trabalho. . . deveras interessante.

idadedapedra disse...

o homem primitivo não era de certeza monogâmico. Só passou a dizer que é monogâmico quando se começou a falar de heranças. Se houvesse 200 filhos dum homem, todos com o nome dele, a sua riqueza quando ele morresse, seria tão dividida que não manteria nenhuma família rica.
Acho que isto é assim, mas há por aqui quem saiba mais disto de certeza

Tão só, um Pai disse...

O Moisés, quando disse adeus, tinha uma catréfia de mulheres e de filhos. Devia ser por causa do status. Na altura, eram esses os Porche e os Ferrari.

reb disse...

Sim, a origem da família monogâmica é essa: a acumulação da riqueza(colheitas) e necessidade de a transmitir a herdeiros ( assim o explica o Marx no seu livro "A origem da família, da propriedade e do estado"...)
Mas, e antes disso, mto antes disso?
Se os homens eram polígamos, as mulheres tb o eram ( ainda há tribos onde são as mulheres que têm mais que um homem)
O que eu tentava perceber era a explicação biológica da coisa: se há animais monogâmicos e outros polígamos, a que grupo pertenceriamos nós, se não fossemos "culturalizados"? ;)

reb disse...

Já pensaram numa coisa: se não houvesse limites à procriação, qtos filhos poderia um homem ter em toda a sua vida e qtos poderia ter uma mulher? :)
Considerando o período fértil da mulher entre os 15 e os 50 anos, e o dos homens entre os 15 e ...talvez os 70 :)
P.S. Não esquecer que a mulher tem uma semana por mês de fertilidade, e o homem só tem como restrição a potência/ fabrico esgotável de espermatozoides...
É uma questão de fazer contas :)

idadedapedra disse...

Não falei anteriormente sobre a poligamia feminina porque tu puseste homem com letra minúscula e por isso achei que estavas a falar só dos machos.
A mulher primitiva provavelmente acasalaria com vários machos desde que o macho dominante permitisse. Depois, com a tal invenção do amor não sei... Mas que às mulheres foi castrada a sexualidade durante seculos, isso é verdade e que o homem é que a sustentava a ela e aos filhos também, por isso era mais facilmente obrigada a ser monogâmica.
Depois, com a invenção do amor, quando tudo mudou, as mulheres, mais emotivas como são, quando amam têm menos apetência para outros machos. Já nos homens eu penso que isto não é tanto verdade, que mesmo amando são muito sensíveis às feromonas femininas que lhes passam ao lado.
Só mais uma coisa, li uma vez um estudo sobre umas dessas aves que acasalam para a vida (acho que eram pombos, mas já não tenho a certeza). Fazendo o estudo genético dos filhotes chegou-se à conclusão que havia muitas facadinhas no matrimónio, que nem todos os filhotes eram sempre do mesmo macho...

reb disse...

Escrevi homem com letra pequena, mas referia-me à humanidade ( a nossa língua é machista,remember? :)
Qto à poligamia feminina ainda hoje existe. Sei pelo menos que há em algumas tribos da Guiné, e recentemente li um livro passado no tibete há uns 50 anos, que se passa numa família onde há uma mulher, dois homens e vários filhos ( dos dois). A justificação é dada pela necessidade de braços fortes para a agricultura, algum artesanato e pastoricia. Não havia qq problema entre os 2 homens.
Sobre as aves, conversei com um biólogo amigo da babá que estuda as águias e fala de casais, bem como no caso dos abutres.
Qdo ela fez voluntariado no oceanário, contou que as lontras viviam todas em casal, mas havia uma fêmea que estava sozinha(não sei pq) e fazia algumas investidas a um dos machos casados. Qdo a legítima dava por isso, havia cenas de faca e alguidar entre as duas :)
Não somos mto diferentes dos animais :)

TãoSóUmPai disse...

A monogamia ou a poligamia terão tido os seus determinantes em determinados contextos históricos. Basta pensar nos relacionados com as doenças, catástrofes e regressões demográficas. Alturas há em que, nalguns povos e regiões, terão faltado mulheres e, noutras, os homens. Quanto ao resto, funciona o mercado da natureza, ou, se quiserem, os seus movimentos de equilíbrio, reflectidos no instinto de sobrevivência.

reb disse...

Somos produto da época histórica em que vivemos, mas tb temos genes.
Em que lugar ficam os nossos afectos neste quadro? Somos diferentes uns dos outros? Se, numa dada época da história, a falta de homens ( ex: guerra) pode levar a que cada homem possua mais do que uma mulher, não continuaria a haver homens que escolhiam uma só companheira pq a sua natureza assim o determinava?

Já agora, já pensaram como será actualmente na china com tantos anos de politica de filho-único, o que levou as famílias a matarem ou abandonarem o 1º filho se fosse rapariga? O que estará a acontecer a todos esses rapazes que chegaram à idade adulta em muito maior nº do que as raparigas? Tornam-se gays? :)

Tão só, um Pai disse...

Os afectos? Que diabo, rapariga, os afectos adpatam-se,incham, esticam, engrandecem-se. Vou-te contar um segredo. Quando estava para nascer a minha filha, a mais nova, perguntei a um amigo do peito, que já tinha dois, como era isso, o de, enquanto pai, fazer por conseguir ter, e dar, amor para dois, é que achava difícil. Ele riu-se, e deu-me uma resposta que, na altura, não me sossegou: "Acontece".
Se um homem e uma mulher podem amar mais do que um filho, porque não o podem em relação a outros alguéns?

Tão só, um Pai disse...

:) isso seria equivalente a pensar que, na China dos próximos tempos, as mulheres iriam usar um cinto de castidade. Gosto de pensar nesses problemas em termos dinâmicos, de adaptações em que a variável mais relevante é a do tempo. Por exemplo, quando era "mais jovem" :), dizia-se que, em Portugal existiriam duas mulheres e meia para cada homem. Ora bem, fiquei preocupado, cadê as minhas duas e meia? Depois de reflectir um bocado, achei que naquele mês até já tinha excedido, em demasia, a minha quota. :)

Se olharmos para a questão na perspectiva dinâmica do tempo, acho que a China até vai andar num corrupiu :) e, como a mobilidade das pessoa é elevada, entre as importações e exportações de gentes, tudo se equilibrará.

Agora, olho com alguma apreensão para o futuro das prestações sociais e com o cuidado dos idosos, pelos impactos que a política do filho único trará no longo prazo.

reb disse...

Para mim, amor paternal ou maternal não tem nada a ver com amor conjugal( entre amantes) :)

Tão só, um Pai disse...

pois, cada um é como cada qual, mas a ideia do teu post é, também, a de arriscarmos um pouco de brainstorming, eliminando , no que conseguirmos, mesmo que apenas levemente, as restrições mentais que nos auto-impomos, recorrer a todos os recursos de empatia e colocarmo-nos o mais possível dentro de outras situações. É assim que eu concebo a possibilidade, ou a ausência, quer nas relações monogâmicas, quer nas poligâmicas, dos afectos, independentemente da minha opção individual. Choca-te que possas amar dois homens simultâneamente? Ou que partilhes o mesmo homem com outra mulher? Isso, a mim, não me chocaria nada, desde que amasse ou me sentisse amado, ou porque, talvez, outras coisas me choquem mais.

idadedapedra disse...

eu acho que as mulheres nunca amam dois homens ao mesmo tempo...
E os homens provavelmente também não, mas são mais capazes de ter uma relação de amor conjugal e uns divertimentos por fora (paixões, paixonetas?), sem que isso os faça terem um comportamento alterado em casa.
Isto é o que me diz a minha experiência de vida

reb disse...

Alguém consegue amar duas pessoas ao mesmo tempo?

Tão só, um Pai disse...

idpedra, não que tenha ocorrido na minha vida, acho, mas sei que há mulheres que também fazem o mesmo, não são só os homens.

reb, a tua pergunta refere-se só ao amor conjugal, certo?

reb disse...

Claro que sim, este post era sobre monogamia/ poligamia :)

Tão só, um Pai disse...

Ah, pois, já passámos da conjectura meramente conceptual para o facto inquirido. Ora bem, rapariga, a "bem dzêri", neste meu ponto de estado, ou estágio de ... desenvolvimento, se já vai sendo difícil encontrar uma mocinha capaz de abrir este coração empedernido, quanto mais duas, isso seria o equivalente a ganhar o "jackpoti" no euromilhões do "amori". Mas, tal como no futebol, principalmente se apoiarmos o benfica, a esperança é a última a morrer, a gente às vezes até muda, e como tens que por qualquer coisinha no inquérito, olha, até digo que "sim" ("ah, valente!"), só não sei como e com quem, mas isso é um pormenor de sómenos ou, como dizem nesse linguajar inglês, são "peanuts" :)

reb disse...

:)))

Não era uma pergunta directa, era apenas uma tentativa de debater este assunto para o qual não há resposta: sendo nós animais, e havendo animais monogâmicos e outros poligâmicos, onde se enquadra o "bicho homem"/ "bicho mulher"